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quarta-feira, 1 de setembro de 2021

a cor da alma

 Como ao escritor moçambicano, a mim também faz muita falta o Brasil.

Discordo do grande Martinho da Vila quando define o atual presidente da Fundação Palmares como " preto de alma branca", usado naturalmente ao revés da horrenda expressão que Monteiro Lobato gostava de pôr em seus livros. O cantor quis dizer com isso que o infeliz vive de mal consigo, quer ser branco et coetera e tal. Parece ser verdade. Mas ser branco ou não negro não significa ter a alma como este senhor. Bem, é verdade que os parâmetros deste são aqueles tomadores de leite, de sangue sem mistura e montados em motos como o Duce. Ou os neonazistas do sul do país.

Não sei se Martinho não pensou nisso, ou se foi mesmo um tanto simplista. Acerta quando diz que era preciso levantar acampamento e reerguer a Palmares noutro lugar, que lá não tem mais nada, graças ao Amargo.

Há meses quero divulgar que o pai deste senhor, ainda vivo e cheio de garra, foi homenageado com uma praça em seu nome numa cidade do interior de São Paulo, onde mora e escreve, É poeta e militante, daí a homenagem, e não ficamos ainda sabendo se a Palmares tinha alguma obra sua, e se tinha, se foi destinada às doações do diretor (Parece que remaneja os livros que exclui. Menos mal. Não os manda para a guilhotina nem para uma emblemática fogueira. Algum respeito pelos livros o pai incutiu nele. Pelas pessoas sobrou muito pouco). 

Pois há também um irmão de cabelo rasta, sorrindo no caderno cultural do Globo, que é músico. Quer ser lembrado como filho de seu pai, não como irmão do seu irmão, com quem procura manter certa paz e muita distância. Tem vários outros irmãos, nenhum  deles Amargurado. Dá na família seis ou sete pessoas ao lado de uma, ocupada em destruir a Palmares. Mas nessa proporção, se vier a ser de todo o aís, dá para a alma acreditar no Brasil. Qualquer que seja o tom da pele.








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