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domingo, 25 de abril de 2021

sei que estás em festa, pá!

 Ano passado vários de nós lembramos da data e tocamos Tanto Mar e Apesar de Você bem alto, e na hora do janelaço gritei Viva os Cravos, hoje é 25 de abril! Prontamente alguém pôs Tanto Mar de novo. Este ano foi bem diferente. Mais um ano de pandemia... resultado, apesar de se acharem poucos desenhos ou fotos de cravos, uma febre de compartilhar o que se achava, fazendo soluçar diversos marmanjos e marmanjas inclusive a que vos fala ao ouvir a primeira versão de Tanto Mar, de 74 e que poucos conheciam. Acho que só o produtor do caprichadíssimo arquivo. Parecia, essa versão, feita para o Brasil de hoje. E assusta lembrar que em 74 estavam muito pior ainda, pelo menos nas cidades. As matas estavam melhor, essas sim. Zé Bochecha não havia nascido.

O vídeo dos soldadinhos nas ruas, com o civis caminhando tranquilos pelo meio deles, a sorrir apesar dos tanques, nos lembra de forma mui oportuna que há soldados e soldados, nem todos perdidos de armas na mão. Volta e meia lembro isso no janelaço também. Exército, Marinha, Polícia, são males absolutamente necessários em um mundo normal, onde existem vereadores assassinos e pastoras idem, etnias desejosas de destruir a outras e o escambau. Em suas respectivas funções, que não é reprimir civis na rua. Intrinsicamente não se pode ter nada contra nenhuma categoria. 

O Exército, apesar de propósitos desbragados de certo general, e de certo ex-capitão,  não deveria ser usado como bicho papão pros meninos maus que não engolem o que está à mesa. Altos e baixos e a democracia lusa sobreviveu, e esta era a ideia. As ruas de Lisboa estão em festa, bonito de se ver. E outro cheirinho de alecrim e nos podem mandar da Terrinha tem a ver com leitura. Aqui há um ministro querendo taxar os livros. E um presidente que declarou que os didáticos vêm com "muita coisa escrita demais". Lá o presidente doou livros e mais livros à biblioteca da cidade onde tem raízes. Porque a leitura diminui a desigualdade!

Versão 1974 de Chico Buarque de Holanda:

"Sei que estás em festa pá, fico contente, e enquanto estou ausente guarda um cravo para mim; eu queria estar na festa pá, com a tua gente, e colher pessoalmente uma flor no teu jardim. [...]  Lá faz primavera, pá, cá estou doente, manda urgentemente algum cheirinho de alecrim."



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