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sexta-feira, 10 de agosto de 2018

a lei no bolso

E olha que não ligo para Dias Internacionais da Mulher... (li que a Escandinávia leva a sério o festejo, regado a álcool a noite inteira enquanto os homens olham as crianças).
Mas se fosse preciso, as páginas policiais dos últimos dias nos lembram o que já sabemos, muita mulher morre porque é mulher. Não se trata de assalto, explosão, bala perdida (mas encaixa em casos de terrorismo de um tipo infelizmente tornado comum no Velho Mundo). Vimos mais uma vez estes dias que o flagelo atinge mulher de pedreiro e advogada, sulista e nortista, judia e cristã, e é perfeitamente igualitário na cor de agressor e de vítima.
A maioria dos homens e mulheres a favor da lei de 2015 não acha que todo varão seja estuprador só por ser varão. Naturalmente o representante da bancada da bala que concorre ao cargo máximo, eu não escrevo palavrão, perguntou às mulheres o que preferem, "a lei do feminicídio no bolso ou a pistola na bolsa". Nem parece que ele num assalto teve de entregar a sua para o assaltante, e era então um homem jovem e forte com preparo físico superior à imensa maioria das mulheres.
Morrem meninas de 16 anos e menos, morrem mães na frente dos filhos; e mulheres casadas de novo que tentavam reconstruir a vida, até o agressor brotar da calçada. De todas as cores e religiões e de todas as regiões e faixas sociais. Desde sempre.
Uma lei não corrige modo de pensar de ninguém. Mas saber que a pena será agravada, e aumenta de um terço mais se o crime se der em presença de filho, ajudará a coibir e em todo caso é o mínimo a se fazer pela vítima.
Elza Soares defendendo a mulher que apanha em casa canta " Você vai se arrepender de levantar a mão pra mim".  A lei defende as que não tiveram tempo ou coragem, como na canção, de dizer "Cadê meu celular?" e ligar pra polícia.

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