Até uma data recente não saía bloco na
Quarta-feira de Cinzas. Até existiu o Bloco da Cremação, no centro
da cidade, irreverente e simpático, mas um dia a Cúria resolveu
vetar lá pelos anos 90. Agora há bloco os duas semanas antes e uma semana depois dos
dias oficiais. Por um lado, depende muito da cabeça do prefeito; certamente os
blocos pagam uma taxa que resulta interessante.
Por outro creio que a Cúria anda pensando algo como, - Se estão no bloco, evangélicos não são, podem vir a ser bons católicos e alguns já serão- e reclama menos. Bem, se reclama, não o faz publicamente e não surte efeito algum pelo menos no Rio.
Não concordo com bloco soltando fogos altissimos para avisar que vai sair, nem bloco fechando a comunicação de um bairro com ele mesmo, entupindo a espinha dorsal. Copacabana não tem esse problema. Mas há bairros com UMA única rua principal, e essa não pode ser fechada.
Carro de som incita ao gigantismo.
Mas gigantismo mesmo impera na Sapucaí, onde cada ano tem-se vontade de cantar não "Até parece que estou na Bahia, até parece que estou na Bahia!" e sim "até parece que estou na Disneylândia". Não, não é elogio...
E a doação igualmente gigante de dez milhões levou "aquela" escola à vitória, para indignação de muitos. Jamais esquecerei, e quem duvidar pesquise no JB de então, a cena da propina saindo de caixa de madeira pros jurados antes do desfile, em que creio foi também campeã. Figurões da nossa cultura estavam de jurado e não se sabe se levaram também... Foi logo antes de dividirem os desfiles em dois dias: a idéia era que fossem mais curtos, para os jurados não dormirem, e já se vê que não vingou.E na página 11 do Globo de sexta-feira 20, o guiné-equatorial Tutu Alicante, defensor de Direitos Humanos, explica por alto como é viver lá. Por alto, porque pormenorizado, só sentindo na carne.
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