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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

as outras vítimas




O maremoto de fanatismo religioso islâmico fez outras vítimas que não os queimados, fuzilados e degolados. Trata-se, para os que ainda têm algum, dos nossos bons sentimentos, que vão murchando para vergonha nossa. Assim a pessoa se flagra dizendo- Bem feito- quando executam a terrorista iraquiana que nada tinha a ver com o assassínio do escritor e jornalista japonês (ela "apenas" tentara explodir uma festa de casamento); perde horas de sono imaginando a forma de eliminar o degolador mascarado; e na Jordânia um político, aos prantos na TV pela barbárie cometida pelo E.I. contra o piloto deles, declara; - Vamos matar as suas mulheres! vamos matar as suas crianças!

Muito boa idéia de abrir portas de mesquitas londrinas para demonstrar que muçulmano não é necessariamente elefante. Mas por que motivo os clérigos que tomaram a iniciativa, e os demais moderados, não procuram criticar, controlar, e convencer os seus muitos colegas fanáticos? Poucos dias após os atentados em Paris o Globo publicou uma lista com fotos e declarações de clérigos extremistas, no Sudão, no Egito e em Jerusalém (esse avisando os judeus sobre o seu próximo e definitivo massacre). Seria infantil acreditar que esses cinco são os únicos clérigos fanáticos soltando o verbo e fazendo cabeças. Até porque os irmãos Chaouki não estiveram com nenhum destes.

Costumo citar o livro de Saira Shah, realizadora do documentário "Por Trás do Véu", a qual por sua vez costuma citar Baghawi de Herat; por exemplo,"A tinta do sábio é mais sagrada do que o sangue do mártir"; "As mulheres são metades gêmeas dos homens"; "Vós me pedis para amaldiçoar os descrentes, porém não fui enviado para amaldiçoar". Há mais,deste sábio e de outros como ele; e certamente não serão todas de Saira as menções a clérigos muçulmanos pela paz.

Falando de paz, no bairro carioca do Cachambi, certamente imaginando que faltam pelo mundo exemplos de intolerância religiosa, fanáticos evangélicos atacaram um templo tradicional entre umbandistas, um exemplo para todos nós, o "A Caminho da Paz". Sem dúvida enxergaram também neste mundo um excesso de paz.

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