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quarta-feira, 2 de julho de 2014

"não é competição de sofrimento"

Não se tem vontade de escrever diante do que aí está e não se trata de Copa, a divulgação desta vai de vento em popa e é natural que assim seja. Se falta vontade de escrever e mesmo de respirar é porque o horror vem crescendo de forma descontrolada.
Como aceitar a execução a sangue frio de três adolescentes de uma vez porque estudavam para rabino? Faz a explosão do homem-bomba parecer gentileza, não menos porque ele vai junto. A bomba não escolhe. Decidiram que três garotos deixariam de fazer parte do mundo e deu-se seguimento à decisão.
Os que somos de paz sempre repetimos que se deve respeitar a todas as religiões, e venho acrescentando, As que respeitem as demais. Acrescente-se, As que respeitem a vida.
Sem vontade de apontar dedos. Mas quase todas as agressões por religião no Brasil provem de evangélicos mal orientados- os bem orientados não agem assim. O termo se torna sinônimo de intolerância, e é uma lástima que assim seja. Mas a intolerância parece inerente à crença ou à forma como é vivida. E o paralelo com o Islã mais guerreiro é doloroso de ver. Temo um mundo governado por esses e aqueles. Não quero vê-lo.
 Já comentei aqui as palavras de VS Naipaul, percebendo a impossibilidade de ser um muçulmano convicto e ao mesmo tempo respeitar a cultura alheia; são termos que se anulam, fez ele notar. Na mesma semana que vemos um casal decapitado no Paquistão por familiares (a mulher devidamente envolta de pano negro, que pouco lhe valeu) mais esta violência, de tantas de ambos lados, não se sabe quantificar.
Quem declarou "pensem antes de agir, do outro lado há um ser humano; não é competição de quem sofre mais" para ambos lados de uma vez foi um palestino que perdeu o pai fuzilado por engano.
O Profeta que seguíamos dizia, "O guerreiro santo é aquele que luta consigo mesmo"  escreveu Saira Shah, autora de "Por trás do Véu". Em tempos de Boko Haram, de conversões forçadas e seqüestros vale dizer, "haram" é não respeitar a vida.

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