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quinta-feira, 17 de abril de 2014

"journée de la jupe"

Existe um excelente filme com Isabelle Adjani, já na fase botocada, assim entitulado. No colégio do subúrbio parisiense em que leciona, as professoras (pra nem falar nas alunas, essas então...) sofrem pressão da maioria de alunos muçulmanos para não usar saia, que é imoral para os padrões deles  por deixar as pernas de fora. O figurino tolerado pras francesas é calça comprida, pras alunas muçulmanas é ideal mesmo o hijab, túnica por cima da calça.
Claro que a personagem reverte isso no filme, e até as garotas começam a usar saia. O "Dia da Saia", "Journée de la Jupe" em que a saia vence e se afirma.
Pois aqui no Rio, um colégio público decretou que o figurino tem de ser calça para todos.  Acho bem abusivo mas enquanto ninguém reclama não hemos de ser mais realistas do que o rei. Agora reclamaram. Uma aluna evangélica foi suspensa por causa da indumentária.
Não estou aqui pra defender os evangélicos enquanto evangélicos e sim, como já fiz e farei, como seres humanos. O direito da menina a vir trajada de saia- direito extensivo às demais, ao meu ver- não lhe pode ser negado.
Estão comparando á proibição do uso da burca na mesma França do filme. Não é igual. A burca oprime, oculta, anula. Impede a identificação; tem mais é que ser proibido (proibiram lá também o véu nas escolas públicas). Proibir uma garota de usar saia na escola é ridículo. Tomemos pro exemplo o Pedro II, excelente colégio público, modelo para os demais. Meninas de uniforme, saia e a famosa blusinha com debrum azul marinho.

E falando em ensino público e religião, mais uma vez e sempre: abaixo o ensino religioso. O Estado é laico e deve amenizar e não acentuar as dissensões.

Boa Páscoa!!!

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