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domingo, 23 de junho de 2013

mudanças de mão

Lá vai chegando a procissão... Não, aqui há mais desordem, até muita desordem embora se possa arguir que é coisa de uns poucos. Sim, respondi a duas moças (que iam a uma das passeatas sem saber que praça era o Largo do Paço para onde apontavam), mas o problema é que fica quebrado.
Acho muito confusas as motivações, não confio em multidões que facilmente viram turbas; a menos de um desejo claramente expresso. Quermos o fim da guerra. Queremos votar. Não queremos mais esse presidente. E assim por diante. Ir á rua pra dizer, estou na rua, não me entusiasma. Quando conseguirem expressar a que vêm... Não creio que consigam exatamente pela fluidez e imprecisão do movimento.
Não me venham falar das passagens,  que dizem "foi apenas o estopim". Foi o pretexto. Metade daqueles manifestantes mal sabe andar de ônibus, muitos dos outros têm, como qualquer trabalhador de carteira assinada, direito a vale-transporte, e os estudantes têm meia passagem. No meu bolso é que dói o aumento, que acontece todo ano, e este ano demorou mais seis meses a acontecer.  Agora quero saber se quem pagou o pato foram os motoristas e cobradores, que sofrem na boca do povo como se fossem dons da empresa, são ameaçados por marginais e passageiros mal-educados (já vi e ouvi e inclusive de moça desejosa de ir à manifestação sem pagar).
Mas um motivo que poderiam estar apontando os manifestantes para as suas marchas eu não os vejo invocar. Esta semana só no Rio mais um anormal atropelou várias pessoas, feridas com gravidade, e se percebeu ao prendê-lo que tinha vários mandatos de prisão e cumpria condicional. Que beleza. Que nunca mais saia às ruas, e menos ao volante. Outro desrespeitou o agente de trânsito e o chamou de preto nojento, macaco sujo de mãos negras imundas. O agente não quis saber de arreglos e deu queixa.
Não adianta pôr tudo nas costas dos motoristas sde ônibus, explorados  até não mais poder. Até quando os bêbados a bordo dos carros de passeio vão desrespeitar a vida e a cidadania? Eis um bom motivo, um dos bons motivos para ir gritar na rua. Queremos respeito ao pedestre. Queremos respeito à vida (em geral, inclusive humana). Queremos menos carros na pista. Querremos o fim da cultura do alcoolismo.

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