Bicicleta de bambu?
Claro que não é toda ela. Tem que haver partes de metal, de
borracha e de plástico. Mas a estrutura é de bambu, matéria prima
não poluente e barata. Agora sim, tiro o chapéu para São Paulo,
onde foram implantadas.
O projeto é da
Prefeitura de São Paulo, e funciona voltado para as crianças em
idade escolar (e pedalar). A idéia é que a escola empresta as
bicicletas e as crianças voltam para a casa sempre em grupos, a
bordo das mesmas. Cada uma com o seu capacete. De manhã, inverte-se
o fluxo. Certamente deve ser preciso autorização assinada pelos
pais, mas a idéia é boa demais para que uma eleição municipal a
sepulte. Antes pelo contrário, deveria fazer, literalmente, escola.
Só podemos torcer.
Já vimos muito projeto bom ser atirado fora com a chegada de novos
eleitos. Não tenho acompanhado a política de SP e confesso que nem
sei quem é o prefeito nem o seu partido neste momento. Então falo
com o coração na mão: palmas para essa iniciativa e para a equipe
que a fez nascer.
O bambu é
extremanente resistente e já vem sem usado em construções
biologicamente viáveis. Usá-lo em bicicleta já ouvira falar e não
lembro se o projeto é pioneiro ou se toda a ideia germinou às
margens do poluído Tietê, ou mesmo em terra Brasilis. Ou se
foi adaptada de outro lugar.
No Oriente, o bambu
representa o crescimento espiritual. Cresce reto em direção ao céu,
é oco por dentro, o que na China antiga significava desapego à
matéria, desejável vazio taoísta, "wu-wen", não-ego e
tal; os nós representam as etapas da vida em que há
dificuldades ou estagnação e a partir das quais se volta a crescer.
Bem, políticos raramente são exemplos de desapego, mas se houver
batalha de egos na prefeitura de São Paulo, que as magrelas de
bambu sigam incólumes no caminho da escola.
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