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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

fazendo escola

Bicicleta de bambu? Claro que não é toda ela. Tem que haver partes de metal, de borracha e de plástico. Mas a estrutura é de bambu, matéria prima não poluente e barata. Agora sim, tiro o chapéu para São Paulo, onde foram implantadas.
O projeto é da Prefeitura de São Paulo, e funciona voltado para as crianças em idade escolar (e pedalar). A idéia é que a escola empresta as bicicletas e as crianças voltam para a casa sempre em grupos, a bordo das mesmas. Cada uma com o seu capacete. De manhã, inverte-se o fluxo. Certamente deve ser preciso autorização assinada pelos pais, mas a idéia é boa demais para que uma eleição municipal a sepulte. Antes pelo contrário, deveria fazer, literalmente, escola.
Só podemos torcer. Já vimos muito projeto bom ser atirado fora com a chegada de novos eleitos. Não tenho acompanhado a política de SP e confesso que nem sei quem é o prefeito nem o seu partido neste momento. Então falo com o coração na mão: palmas para essa iniciativa e para a equipe que a fez nascer.
O bambu é extremanente resistente e já vem sem usado em construções biologicamente viáveis. Usá-lo em bicicleta já ouvira falar e não lembro se o projeto é pioneiro ou se toda a ideia germinou às margens do poluído Tietê, ou mesmo em terra Brasilis. Ou se foi adaptada de outro lugar.
No Oriente, o bambu representa o crescimento espiritual. Cresce reto em direção ao céu, é oco por dentro, o que na China antiga significava desapego à matéria, desejável vazio taoísta, "wu-wen", não-ego e tal; os nós representam as etapas da vida em que há dificuldades ou estagnação e a partir das quais se volta a crescer. Bem, políticos raramente são exemplos de desapego, mas se houver batalha de egos na prefeitura de São Paulo, que as magrelas de bambu sigam incólumes no caminho da escola.


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