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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

os tambores da Quaresma

Até poucos anos não se permitiam blocos após o início da Quaresma. O carioca sempre foi irreverente e havia o Bloco da Cremação, quarta-feira de Cinzas, simpática agremiação que (salvo engano) pelo ano 1990 a Cúria conseguiu que proibissem.
Mas de uns tempos para cá há blocos da quinta-feira em diante até o domingo seguinte; é verdade que sempre existiu tolerância para o Desfile das Campeãs, mas este se limitava à passarela e nunca teve o brilho do desfile real. Choca-me um pouco o carnaval fora de hora pipocan na rua, parece-me falta de respeito com a Quaresma, mas quem sou eu para reclamar se a Cúria Metropolitana acha bom...
Não sairei em nenhum deles e não sou de ir a bloco algum (a não ser o Sargento Pimenta, esse ano fui conhecer e amei, mas é um que "concentra mas não sai"....) O que faço no carnaval quando me decido a encará-lo, eu gosto de fazer o ano inteiro, cantar samba de roda, beijar na boca, rir com amigos; o que não faço no carnaval não faço nunca (jogar lixo na rua, ficar de porre, e mesmo tomar cerveja, que abomino) Tomei uma caipirinha saudando Momo na noite de sexta e o resto só água e mate, nem saí todos os dias.
Se as pessoas tomaram demais não sei e é com elas, mas notei no Rio um início de preocupação com o lixo. Houve blocos que haviam feito prévio contato com cooperativas de catadores para recolher ventarolas de papelão, latas, copos plásticos logo depois. Que façam escola...
Acrescemto que existe um copo descartável agora inteiramente reciclado e EM FORMA DE ENVELOPE produzido em SP e já encontrado no Rio, pode ser reutilizado e não gera aquele horrível ruído e estalar quando se guarda "para tomar mais água logo mais".
Será que haverá micareta? vocês sabem que a palavra vem de "mi-carême", meio da Quaresma, em francês? Num tempo em que essa era respeitada e a repressão durava o ano inteiro...

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

xarope

Na farmácia, onde eu recarregava o celular (só entro lá para isso, e comprar xampu) a mãe de roupa de ginástica, decidida, uns 30 anos, pedia ao balconista um xarope "bem baratinho" para crianças.
Já estremeci de horror. Mas estava na fila do caixa e tinha de seguir ouvindo.
- Quantos anos? - quis saber o rapaz.
- Dois pra três. Bem baratinho!-
O outro ponto importante era o sabor e a cor. Não lembro das frutas que o pirralho gostava (em sua forma sintética) mas parece que manga não era uma delas. Acho que a moça escolheu sabor morango (bem vermelho, com aqueles corantes duvidosos)...
Quando paguei ela ainda estava lá, porque queria que o remédio encaixasse na faixa ds cinco reais, façanha cada vez mais dificil para qualquer compra. Mas como se formara um nó de balconistas e ela falava alto, arrisquei, - Faz ele tomar bastante água...-
- Ele toma! só que um xaropinho.... tá com tosse de cachorro e asma há dez dias.
Pelo menos água ela dava... Seria leviano da minha parte receitar crianças alheias que nem estou vendo. Mas a seleção pela "faixa dos cinco" e do sabor de morango artificial (tinha de ser "bem forte"para disfarçar) me parece igualmente atabalhoada.
Não raro pais querem, louvavelemente, que os filhos pequenos tomem florais; e asma é um carro-chefe. Mas não se pode tratar criança pequena sem tratar os responsáveis, e no caso da asma então... Esses pais geralmente então se fecham e desistem da idéia. Talvez a moça da farmácia tenha começado pedindo a alguém um floral "bem baratinho".
Mas, pelo menos, dava água ao menino, então que seus pecados lhe sejam perdoados e corrigidos a tempo, até porque todos erramos o tempo inteiro...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

não negue

Uma das gatas, a Mia, se recusa a aceitar que gato come peixe, ração, comidinhas frescas de gato e mais nada; adora iogurte de laranja e mel (os gatos daqui apreciam ou apreciaram de cenoura e manga a fruta-de-conde e doce de batata) mas quando o colega apareceu também e eu tive a má idéia de ficar servindo os dois lado a lado ela virou a cara, negando que estivesse ali, e só "regressou" no final com a colher derradeira servida diretamente a ela (sobrou algum iogurte paa mim nessa história).
Negar é especialidade dela; ainda pequena, se fazia alguma bobagem e era repreendida, virava a cara e escondia o perfil atrás da perna de um móvel: maneira clara de dizer que ao pé da letra não estava nem aí. Só quando a pessoa desistia, ela "voltava".
Se negar pode ser engraçado num gato, em pessoas é muito destrutivo. Inibe o crescimento energético quando não espiritual também, mantém não raro a pessoa em situações de que já devia ter saído; pode causar problemas físicos, sinais de alerta como inchaços, edemas, rubores, dores, espinhas e outros.
Florais ajudam nisso. Não conhecendo eu todas as MUITÍSSIMAS linhas de floral usadas no mundo (as pessoas que nunca tomaram acham que só existem "florais de Bach"....) pode muito bem ser que, apesar da minha ignorância, como há essências distintas para os distintos tipos de medo, de raiva, etc, no Brasil ou fora dele se tenham descoberto flores para diferentes tipos de negação. Mas se assim for não sei quais: o sistema de Bach e o ssitema de Minas possuem uma essência cada um, respectivamente Agrimony e Fuchsia.
Qualquer que seja a terapia usada, enfrente e corrija em seu caminhar o que se fizer preciso: ao contrário da que vos escreve, a vida não fica de colher na mão lhe servindo iogurte para alentar o seu ego.