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domingo, 12 de setembro de 2010

desatando nós

A moça perguntou o título do meu livro e do canto do olho vi o erveiro acrescentar um molho ao que parecia ser o meu pedido, e era. - Por que três ervas? - A senhora que pediu. - Fiz cara de espanto e ele especificou, - Umbanda-gira. - Não tem nenhuma erva chamada umbanda-gira! - Tem essa aí- insistiu. Comecei a ficar arrepiada. - Tá, me diz outro nome dela que o senhor conheça então.- O erveiro mandou, - Desata-nó, joão-borandi.
Logicamente levei comigo, e levaria até se não conhecesse por outros nomes uma erva que me “escolhera”. Jaborandi ou joão-borandi, Piper jaborandi, não é das folhas mais fáceis de descrever por não ter nada muito marcante até se pôr na boca, onde causa dormência; afinal é uma piperácea. Usada na medicina popular para inúmeras coisas, inclusive aliviar dor de dentes e esfregada in natura no couro cabeludo, melhorar alopécia, tem o seu uso astral e freqüenta os terreiros, onde em geral é atribuída a Xangô. Realmente nunca ouvi falar em sete anos que trabalhei em terreiro, e nem ainda achei em alfarrábios meus, da denominação que o erveiro usou; mas a coincidência me impressionou e impressiona. Esta não é a primeira vez que um guia orienta e só apreendo o motivo em profundidade anos depois. Tenho muitos nós a desatar ainda, inclusive relativos a folhas e plantios por um bairro onde semana após semana vemos cortes e cortes e nenhuma resposta dos órgãos responsáveis. Agora achei mais um aliado.
Umbanda gira!

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