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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

ventanias

Me pediram para falar um pouco de Iansã, cuja festa é 4 de dezembro, dia de Santa Bárbara, e ainda não o fiz neste espaço.
Orixás são vibrações, ligadas a forças da natureza. A vibração de Iansã (Ya Mesan Orun em ioruba: Senhora dos Nove Céus) está no vento, nos raios, na chuva também, principalmente no seu movimento. Portanto está na água, como as outras Mães, embora não nos rios. Iansã - o termo é um qualificativo de Oyá- vibra na verdade nos quatro elementos pois também está na Terra em sua persona mais sisuda, a Iansã que não tem medo de eguns.
Por conta desta característica é o único orixá que permanece durante a Quaresma quando os demais, na visão da Umbanda, estão em seu descanso na Aruanda. Permanece, mas não se bate normalmente para ela durante o período, e se deve evitar pedir-lhe graças nesse momento. Na realidade poucos são os filhos dela que resistem a lhe pedir uma proteçãozinha quaresmeira...
Algumas de suas folhas são a mutamba pacificadora, trazida da Angola, a folha de abacate, que baixa a pressão; por aí se vê que Oyá não é um orixá colérico (quem tem pressão alta via de regra é) e que não ter medo não significa ser agressivo. A dormideira, Mimosa pudica, é outra ainda entre muitas, e dela se faz na linha de Minas um floral para trazer coragem a quem dela carece.
Sedutora e apaixonada nos mitos, transmite algo disto às filhas que costumam dar muito valor à fidelidade mútua quando vivem um relacionamento. Quando se vêem solteiras, prezam a diversidade... Afinal o vento muda de direção e entra em qualquer lugar.
Que os filhos de Iansã, e os que não são, possam se unir para pedir-lhe que leve o excesso das chuvas que assolou Santa Catarina para irrigar a caatinga e o sertão. Ventou, mas que ventania...

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