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terça-feira, 29 de abril de 2008

olha o vento que balança a folha

Hoje não estou com a menor vontade de postar dicas de saúde pra ninguém...rsrs..
Hoje quero falar de uma folha, a conhecida guiné.
Repleta de curiosidades, a começar pelo nome. Ou pelos nomes.
O nome "guiné" sugere que veio da África. Ora, Pithiveria alliacea é nativa do continente e até na Amazônia se acha. Certamente mais um dos inúmeros malabarismos dos portugueses, que levaram goiaba até a Índia e trouxeram de lá a manga, pra não mencionar tudo que foi e veio entre Brasil e a Costa africana.
Gente, a batata branca andina não tem quem chame de "batata inglesa"? então.
E o alliacea? é que as raízes têm odor de alho, mesmo. Por isso, no tempo do cativeiro, não raro a cozinheira ia "temperando" os senhores com raíz ralada misturada à comida. Diz que deixa calmo, indiferente a princípio, com o tempo é tóxico e envenena. Bom, se os herdeiros da fazenda fossem piores ainda, mais guiné neles!
Daí outro nome, hoje pouco usado, "amansa-senhor".
A folha da guiné é diurética, embora haja outras folhas com a mesma ação hoje preferidas a ela. Ninguém sabe de onde vem o -pipiu de "guiné-pipiu", como também é chamada; alguns dizem "guiné pipi" e afirmam não ser outro o motivo. Há controvérsias...
Muitos cultos afro-brasileiros a usam em banhos ou defumadores. A variedade guiné de caboclo, mais escuro, dizem que é mais "forte". E existe inclusive uma linha de entidades que levam Guiné no nome.
Olha o vento que balança a folha, ô Guiné, olha a folha como balança!

domingo, 20 de abril de 2008

soltinhas

No meio de um feriadão e só para não perder a prática, aquelas dicas soltas que nunca se encaixam ou sempre são esquecidas....
Consta que a única marca honesta de chá gelado é a Lipton´s. Li no livro do cara que criou a campanha publicitária (mais uma vez foi inevitável citar o nome da empresa- agora, se aqui produzem direitinho ou fazem trapaça não sei). Seguinte: essa marca fabrica um imenso saquinho de chá e mergulha n´água quente! as demais usam processos químicos para obter o mesmo sabor.
Me pergunto como será feito o nosso querido Matte Leão? mais do que nunca, é melhor prepará-lo em casa mesmo...
Ainda a dengue:
- ouço que citronela exposta ao sol queima a pele. Nunca usei e não sabia. Fico com a própolis e o inhame...
- pra quem não pegou ainda, outro bom repelente é álcool de cereais em que se esvaziou um ou dois saquinhos de cravo-da-índia. Há quem substitua ou acrescente pedras de cânfora. Mas lembre que a cânfora da farmácia é uma essência sintética e o cravo não.
- por fim, perguntei a veterinários... apesar de inegavelmente serem picados por mosquitos à procura de variedade na dieta, não procede o temor de alguns que animais domésticos possam ajudar a transmitir, ou adoecer de dengue. Segundo o doutor, até se o pernilongo estiver contaminado os seus bichinhos ficarão incólumes. Você, já é outro problema...

sábado, 12 de abril de 2008

Chuva, dengue e você

Não adianta culpar a chuva pela epidemia. Isso é besteira de carioca sempre procurando alguém pra pôr a culpa. Água é vida. Quando não chove, dizem que vão racionar energia e até água. Aí chove e reclamam da dengue.
Da mesma forma que as companhias de energia dão mau exemplo, achando normal deixar luzes queimando em pleno dia (como na Glória, ou pontos de Laranjeiras) os poderes públicos se retraíram e esperaram a bomba estourar. Não foi só com a dengue. Só eu que notei que de uns anos pra cá, as matérias sobre bairros pobres mostram sempre mulheres com sete ou oito filhos? Pra aonde foi o planejamento familiar, o que foi feito dele? Que retrocesso é esse? O poder tem medo de chegar lá, o bandido é quem faz a lei, e quem não chega na favela, onde mora metade da população, como vai fazer valer diretivas pela saúde pública?
E não e só na favela que não chegam, não. E as latinhas do Jardim Botânico? E a piscina abandonada da Gávea? E os terrenos abandonados do próprio governo?
Fumacê é contra-producente, os que têm saudades dele deveriam se informar melhor. Não queria deixar de falar é das caixas d´água. Evidentemente que vão virar criadouro se deixar destampada. E poderão entrar ratos, baratas, outros pernilongos que não o Aedes... Mas, pensem só: captar água da chuva é solução pra muita coisa. E a Prefeitura vinha ajudando condomínios a instalar o necessário, e exigindo que prédios novos tivessem essas instalações. (Não sei em que medida isso pôde ser driblado pelos (des)interessados, nem em que medida a epidemia afetou o projeto).
A solução pra quem gostava de deixar a caixa d´água aberta é evidente: tela de náilon fina. Idealmente, dobrada, duas espessuras pra evitar rasgões. Inteiramente assentada pelos lados com corda, elástico de armarinho ou o que seja. Evite o mosquito, sim. E continue captando água de chuva. Não culpe o Céu pelos seus próprios desmandos!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

estação da terra

Chega ao fim o período de mudança de estação, conhecido na acupuntura como "Estação (da) Terra".
Não sou, até prova em contrário, adepta do termo canícula para designá-lo. Foi impossível dessa vez tirar a dúvida com o Observatório Nacional, mesmo usando o novo prefixo que eles divulgam, mas o termo "canícula","cadelinha" em latim, refere-se em todas as neolatinas a dias de calor intenso em que, segundo a lenda, "só cachorro sai á rua". The dog days, dizem em inglês.
Engraçado é que no dicionário de latim não consta esse sentido, não era decerto latim clássico... Segundo alguns dicionários é igualmente o período em que Sirius, a estrela do Cão, está em conjunção com o Sol (quero perguntar ao pessoal gentilissimo do O. N. se essa conjunção ocorre 4 vezes por ano, e nas mudanças de estação. Se ocorrer, passarei a dizer canícula também... será a "prova em contrário"...)
Bem, se toda mudança de estação não é necessariamente quente, toda mudança de estação, (e mais uma vez o povão já sabia disso antes da primeira agulha ser fincada em algum ponto IG4 no território nacional) traz vulnerabilidade a doenças.
Basta andar na rua para ouvir o coro de tosses... para não falar na dengue. Se você é um dos que andam tossindo, o que limpa o pulmão é água h2o e água de coco em grandes doses. Evite todo laticínio, carne, acúcar e enlatados no período (bem, o ideal é evitar sempre...) E se a tosse te exaurir alguma hora ou estiver no cinema, tente soprar e vez de tossir. Não vai limpar os brônquios mas pode em alguns casos suprimir ou encurtar aquele acesso. Soprar, esvaziando o pulmão, é o que se recomenda a quem tem acesso de asma e está "sem ar".
Neste ano especificamente a mudança de estação (18 dias em torno dos equinócios e solstícios) coincide com a minguante da Lua, excelente momento para limpeza. Aproveite a onda!