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sábado, 18 de novembro de 2023

folhas



Enviaram-me texto contra a imprensa nacional, de pessoa de destaque da esquerda petista,.ex-religioso inclusive, figura de respeito pelo seu passado. O presente já é menos de se respeitar se o que tem a dizer agora se iguala ao que proferia o ex-presidente, detrator contumaz de duas colunistas do Globo. Uma delas a economista, ex-guerrilheira e autora de livros infantis.
Essas pessoas tão críticas nunca leem os órgãos que criticam, então listo algumas anedotas.
Entre a eleição e a posse, um escultor houve por bem moldar a cabeça do eleito em papier-mâché, servindo de papel mastigado cópias e mais cópias da Folha de São Paulo. Isso não agradou particularmente aos que haviam votado contra o Coisa, e desagradou por demais ao próprio.
Teve então, digo o eleito, a ideia de organizar desejejuns com a imprensa, excluindo naturalmente a Folha, e também o Globo  que divide vários colunistas com essa; o de mais respeito dos convidados era o Estadão, e naturalmente mandou representante. Jornal que recusa tal oportunidade não merece o nome de jornal, e não pensamos em refeições gratuitas.
Ocorre que em poucos meses o então governo comprovou que seguia apanhando da imprensa, não apenas dos perigosos jornais excluídos, mas em linhas gerais do próprio Estadão. Acabou-se aí o pão com leite condensado.
O então mandatário nutriu, tudo indica, esperança de impor mais adiante o seu sonhado regime autoritário; não se vislumbra outra explicação para a pesquisa encomendada com dinheiro público a um instituto de pouco destaque, para... que lhe apontassem o jornalista mais seu opositor no Globo. Escrevi aqui sobre este descalabro infantil e claro, potencialmente perigoso para o sorteado. Porque foi um sorteio. Havia não um, mas pelo menos uma dúzia de colunistas extremamente críticos ao então governo. O que o instituto indicou não era o mais ferino, de longe.
Imagino a pessoa incumbida da tarefa adquirindo o jornal na banca, aquela coisa sem cores nem brilho, bidimensional e sem figuras nem botões. Obrigada a virar manualmente as páginas. Viu uma coluna com o nome do mandatário no título, a coluna não tecia elogios, antes pelo contrário, e o nome do escolhido foi para a Secretaria de Comunicação.
A imprensa naturalmente soube, e fartamente divulgou a iniciativa grotesca..

Faço questão de assinar um diário carioca e na rua adquirir os paulistas uma ou duas vezes por semana, quando não acabaram na banca. Porque quero continuar a lê-los.  O Brasil fica melhor com eles.

Imagem incorporada

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