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domingo, 6 de outubro de 2019

artes circenses

Levei uma criança para ver "Coppélia" por primeira vez no Theatro Municipal.  Sempre bom rever esse balé e o curioso foi que há meses, quando vejo fotos do nosso ministro da Economia, ele me lembrava alguém vagamente conhecido e eu não sabia quem.
Mas claro! é o Doutor Coppelius. Igualzinho.

Menos divertido é ler que o infame diretor de artes Cênicas da Funarte, o mesmo que do nada saiu ofendendo a nossa maior atriz viva, pretende fazer do Teatro Glauce Rocha o primeiro teatro cristão do país.
Li no Xexéo, que indignado se declara cristão e afirma não querer saber nada de teatros para cristãos. Concordo.
Religião e arte, assim como religião e política, não caminham muito bem juntas. Há uns três anos houve enxurrada de filmes cardecistas. Não vi nenhum e se fossem umbandistas também não iria ver. Lembro com horror de um catatau de três horas com o Mahabharata, que respeito muito e sei que serve de base a encenações populares de seus trechos mais conhecidos na Índia. Mas aí è outro o contexto e a dinâmica.
Respeito muito o Papa Francisco mas não irei ver biografias filmadas suas e muito menos de outros papas. E quanto à biografia daquele tio de prefeito carioca, cuja igreja compra e distribui lugares, sem comentários.
Voltando ao malfadado teatro, é aquele da Rio Branco com quiosque de flores na porta. Que tenha pouco público é uma coisa. Outra é teatro para cristãos: e se não fosse ter lido que o dito alucinado, agradecido da cura de uma doença, vai a duas missas por dia, ainda pensaria que é mais um apropriando-se do termo indevidamente, como o usam os pastores, e estamos cansados de ouvir.
Houve demissões na fundação e o energúmenos declara que assim terá a oportunidade de botar gente fiel ao governo.
Encenem chanchadas e ponham em cena micos e palhaços, pra ver se uma hora o circo pega fogo.



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