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terça-feira, 17 de setembro de 2019

pra não dizer que não falei das flores

Dom Sebastião sempre dizia
Que um dia ia se desencantar
e nós agora vai brincar n´areia
Dom Sebastião mora no fundo do mar

Esse ponto da encantaria maranhense, entre outras jóias, foi gravado por um renomado grupo de música antiga e cantado no palco e no documentário agora exibido.
Trata-se, claro, do extraordinário Música Antiga da UFF, notável e único de várias formas e não menos por ser um grupo com contrato e carteira assinada.
Há outros, e louvada seja a iniciativa da UFF, que fez o mesmo com por exemplo uma orquestra. De música medieval e renascentista nesse caso poderá haver outros pelo mundo mas no Brasil não.
Sim, há vários, e houve outros que já não existem à medida que os membros saíam de cena por idade.
Um deles se chamou Tandaradei!  o que aponta para membros fundadores afeitos à antiga poesia alemã (o canto do rouxinol para os ouvidos do autor!)
A própria Rádio MEC ouço dizer que teve o seu grupo, e para quem se espanta com tanta gente querendo saber de música medieval no Brasil eu sempre digo, nada tem de surpreendente.
Temos facilidade na pronúncia do latim, quando é o caso da letra, o nosso povo é notadamente musical, e o nosso idioma permite formar muitos sons diversos o que é útil, já que  os membros cantarão também em provençal, francês antigo, espanhol e galego. Quando não em alemão. E como se viu acima, em português.
Em todas essas línguas canta o grupo de Niterói, que tem muitissimo mais do que a vista para o Rio e enriquece a vida cultural deste.
A excelência pode ser medida assim: todos respondem à pergunta "você se arrepende?" com largo sorriso e um Nunca! isso é o que eu tinha de fazer! ... menos justamente aquele mais ou menos diretor e cujas interpretações estão entre as mais belas que conheço, basta pesquisar na rede, por exemplo para  as Carmina Burana em particular "Sic Mea Fata".
E por que se arrepende? Porque lhe falta talento, acredita.
Imagina se não faltasse.
A UFF prestigia a cultura, é referência nas artes, para cinema e para música.
Em tempos tristes e desesperançosos, em que se tem de dizer "Luto pela Amazônia" como no amargo trocadilho do Greenpeace que publicou nos jornais uma folha toda preta no Sete de Setembro, notas de música são pétalas de flores portadoras de pólen.


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