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domingo, 25 de agosto de 2019

nas ondas



Dados da manifestação




Código de Acesso: aipe1017

Órgão ou Entidade: EBC – Empresa Brasil de Comunicação S.A.

Cidadão: Gisela

Tipo de Manifestação: Reclamação

Prazo para Atendimento: 23/09/2019

Descrição da Manifestação: Assunto: vinheta desastrosa



Prezados ouvidores, a crítica não é voltada para as rádios EBC mas foi o caminho que sugerido pelo zap de vocês.

No caso, a rádio que ouço é a MEC FM mas sei que a AM é também excelente e até acabar, quando a minha filha mamava ainda, ouvia a Nacional FM. Só tenho elogios a todos e todas.



Não se discute o direito do governo de pôr no ar as suas vinhetas já que são rádios públicas, o que quer dizer aliás de todos nós.

O presidente Temer por exemplo adorava interromper a programação para emitir comunicados.



O que questiono é a escolha da produção para iniciar esse "Fale com o Governo".

Lamentável.

Vamos lá; se alguém ligado ao atual governo fez no Sul ou em redes sociais a promessa que se instauraria a pena de morte no nosso já sofrido país pecou contra a Constituição. 

Agora, se tal promessa não existiu, por que foram escolher uma pergunta tão carregada de ódio e tão ideológica? Ou será que todas as perguntas direcionadas à produção da vinheta foram do mesmo quilate?

Este não é o meu país e também não é o país da MEC, Música, Educação e Cultura.

Me expliquem o que a pena de morte, que como ponderada e acertadamente explica o ministro, não existe em tempo de paz, tem a ver com educação e cultura para não dizer nada de música.



Tinha-se a impressão que o rapaz de Santa Catarina queria data certa para começar a cobrara a execução de seus desafetos.

Que vergonha.



Que ventos melhores nos possam abençoar.

censura ao afro-brasileiro!!!

Acabo de ler a resposta do Fernando da Quiprocó Filmes, que produziu o notável média metragem LIBERTEM O NOSSO SAGRADO. Para quem não sabe, sobre os objetos sagrados de Umbanda e candomblé, confiscados noutros tempos pela polícia; tempos esses em que por sinal não havia distinção clara nem na cabeça de quem louvava.
Os objetos estavam guardados no Museu da Polícia, na sede do antigo DOPS, na rua do Senado. Tentativas de vê-los sem vir armado de carta de universidade ou afim resultavam em pedidos para se enviar a solicitação por carta. E esta permitia à pessoa enfim adentrar o Museu, acompanhada de gentilíssimo delegado, que contava tudo mas ...NÃO MOSTRAVA a sala dos objetos sagrados, conforme narrei em "UMBANDA GIRA!" (Pallas Editora, Rio de Janeiro).
Isso tudo no passado, pois depois da obra no prédio os objetos SUMIRAM. Não é mais que não nos abrem a sala, é que não sabemos onde foram parar!
O filme dá voz a inúmeros pais e mães de santo e todo ele é um grito, Libertem o nosso sagrado.

Pois bem, este filme e dois outros sobre temáticas LGBT, creio, que reproduziam falas do atual presidente sem inventar nada, foram censurados na mostra do CCJF, no centro do Rio, na Cinelândia.
Para tomar só o caso do "Libertem nosso Sagrado", se isso não é perseguição religiosa eu não sei o que é.

PS li que os organizadores da mostra optaram pelo cancelamento, naquele espaço, evitando aceitar a mutilação do conjunto. Parabéns.
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sábado, 10 de agosto de 2019

livre expressão

Viva a imprensa em geral e as colunas de notinhas em particular. Saudades das colunas do JB, aguardo o segundo renascer da versão de papel. Por ora têm de matar a minha fome as do Ancelmo, que sempre esquadrinho, e foi ali que vi o auê com o livro de Luiz Eduardo Soares, antropólogo e professor. Pretendia lançar o seu trabalho mais recente na Uerj mas o preclaro governador do meu Estado achou de costas acima e avisou que tentaria proibir, não o livro que isso ainda não pode não senhor, mas o lançamento em prédio estadual.
Acrescentou que desde já proibia a presença de PMs fazendo segurança em qualquer local onde tentassem o lançamento; o Major do partido do governo meteu a colher para declarar que tinha de ser proibido o lançamento em universidades federais também.
Ah sim. O título, certo? "Desmilitarizar". Pois é.
Diante da reação intempestiva (e a do major compreendo até mais, o nobre governador continua civil!) considerei dever cívico adquirir o livro e divulgar a sua existência.
Não sei como nem onde fluiu o lançamento, nem se conseguiram proibir a venda nas livrarias das ditas universidades, o que seria alarmante. Agradeço retorno.
Os trechos que vi me pareceram mui oportunos e fora isso, viva a liberdade de expressão.
Numa semana em que o presidente declarou entre várias pérolas (viram a receita para poluir menos?) que se houvesse cadeia pra excesso jornalistico, todos os jornalistas estariam dentro.
Viva a informação, os professores, os jornalistas e historiadores.
Ah, e não baixem versões piratas que isso é vergonhoso, comprem na livraria...


quinta-feira, 1 de agosto de 2019

limites à maioria expressa

Já disse isso neste espaço mas um estava de porre, outro de férias, outro de maconha, outros preparando doutorado, e é bom repetir.
Não há número de votos que permita a um eleito, ou eleita, acabar com o meio ambiente do lugar onde foi eleito. Se a maioria dos votos for a favor do estupro de crianças, ou trabalho escravo, ou destruição das matas, e afins, tais votos não podem ter valor.
O conjunto das outras nações, a pressão internacional, as organizações de Direitos Humanos ou as que defendem o meio ambiente (não raro as mesmas) devem ir além do repúdio e punir.
Se por exemplo no Brasil a maioria decidisse que deseja a volta do cativeiro, ou o fuzilamento de todo terceiro filho varão, a ingestão coletiva de crianças canhotas, o mundo se rebelaria.
Não existe legitimidade para o absurdo que ultrapasse certas fronteiras, certo limites.
Jornalistas começaram a apontar nas mais recentes declarações presidenciais "sem estratégia" um motivo para a destituição do declarante, e eu apoio. Não reúne as condições.
Destituição antes que seja tarde.