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segunda-feira, 1 de junho de 2015

porta de livraria

Como uma bomba veio a notícia que a Da Vinci ia fechar. Ou vai. Livraria que fideliza clientes, que tem ainda clientes à antiga, de encomendarem livros de filosofia e literatura da Europa, que fez parte do panorama cultural desde que foi inaugurado o edifício Marquês de Herval, com a sua fachada modernista e a sua espiral levando ao sub-solo, onde fica a livraria: que acabou chamando outras duas, sendo uma delas livraria-sebo, provavelmente o melhor sebo da cidade.
Até os anos 1960 inclusive ainda existia o conceito de "conversa em porta de livraria", tradição muito forte nas primeiras décadas do século passado, já existente no tempo de Machado. Era onde diariamente os intelectuais se encontravam. O jornalista e diplomata Antônio Olinto teve uma coluna com este título por anos num grande diário carioca. A Da Vinci, nascendo perto do fim desse período e não abrindo direto para a rua, não sendo tampouco livraria-editora, talvez tenha congregado menos gente às suas portas, mas sim muito amigo dos livros frente às suas prateleiras. Sobreviveu incólume à ditadura, até agora nas mãos fortes da viúva e da filha do fundador.
Agora todos acorremos pesarosos comprar um livro, levar o nosso abraço e desejar que se encontre uma solução. Que talvez haja. Ouvimos falar de conversas e propostas; como disse um freqüentador desolado,- Tanta gente inventa movimento pra tanta besteira, pra salvar a livraria bem merecia criar um...

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