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segunda-feira, 25 de maio de 2015

generalizando

As coisas do mundo raramente são cem por cento, sem mescla.
O esfaqueador da Lagoa (que acreditem não me desperta simpatias) é também vítima; e não é apenas vitima, nasceu psicopata e a sociedade tem de ser protegida dele.
Não é o único esfaqueador; nem todos são psicopatas; nem são só os ciclistas que correm perigo. Ou só os turistas, ou só mulheres.
A oitava vítima em dias corridos (houve outros antes) foi atacada no ônibus de Marechal Hermes em pleno dia e perto da Catedral. Homem, forte, negro e circulando de quentão.
A legislação sobre porte de facas e afins está sendo revista; é das mais ridículas de que tenho notícia. Para ficar em um único exemplo, a França considera suspeito portar arma branca em que, empunhada, a lâmina ultrapasse o dedo mais comprido do dono.
Aproveitem para rever a legislação sobre os usuários de crack que têm licença para perambular à vontade, deixando imunda a cidade e ameaçando as vidas de todos além da própria.
E é sempre bom lembrar que a mãe do garoto assassino era catadora num lixão em tempo completo. Não deveria  ter existido esse, ou outro lixão. O lixo deveria há muito ser separado, começando em casa. Em vez disso se vê má vontade do público e das autoridades; o trabalho da famosa fábrica de triagem de lixo não saiu do papel, nunca se puniu ninguém e o dinheiro sumiu; tampouco se reativou a idéia. Varre-se para debaixo do tapete o problema e o lixão vai além do físico, já é uma cultura.
 Quando o lixão real ou imaginário encontra a Lagoa...
Solidariedade com as famílias das vítimas de todos os bairros, de todos os tons de pele;  e lembremos que mais ainda do que legislação e policiamento, nos está faltando cidadania.

sábado, 9 de maio de 2015

pontuando

Circula nas ruas do Rio um taxista que põe pros clientes que aceitam ouvir discos de sua autoria. (Existe quem não suporte ouvir música, não goste de música cantada e por aí vai.)  Diz que primeiro, toca o seu disco de clássicos da MPB. Se a pessoa é amena à idéia, continua com outras gravações, essas de Umbanda.
O moço tem um disco de pontos de caboclo, um dos Compadres e creio que mais outro. (Forneço nome e telefone a pedidos). E naturalmente estão à venda, inclusive e principalmente no táxi (quem anda de táxi em geral tem mais dez reais sobrando). A voz é razoável e a garra é muita.
O motorista é ogã num Centro; normalmente sou pouco afeita a ouvir pontos recentes, preferindo sempre os tradicionais (ou os que recebi dos guias, nem preciso dizer). Mas a novidade que esse irmão de branco traz é a forma de divulgar não só a sua arte mas a própria Umbanda.
Às vésperas da nossa data maior, o Treze de Maio, cabe um grande axé para ele.  Que Ogun lhe dê bom caminho.
Saravá Umbanda.
Salve o Treze de Maio.