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sexta-feira, 26 de julho de 2013

pimenta com farinha

Pimenta com farofa, ou melhor, farofa com pimenta, ou de pimenta, é uma delícia. Mas aqui hoje é farinha mesmo.

Morreu Candeeiro, codinome do principal mensageiro de Lampião. O único sobrevivente do bando já não respira. Candeeiro às vezes dormia com o bando e às vezes não. E foi o que lhe valeu escapar.
Mas portava  as suas armas; declarou que tinha estado com o bando na véspera do ataque final, que não gostara do lugar (hoje diríamos talvez, da vibração) e recomendara não ficar ali.
Preferiu dormir na cidade.
Dia seguinte ouviu os tiros, desceu atirando, como narrou, mas não evitou o inevitável, porém se salvou.
Candeeiro contou em entrevistas a dificuldade de manter a saúde na caatinga, fugindo da polícia. E é aí que entram farinha e pimenta. ferido na perna, Candeeiro lançou mão destes recursos. Eram aqueles de que dispunha. E faziam todo sentido.
Pimenta é especiaria, conserva. Não sei qual pimenta ele usou, mas qualquer pimenta de tipo "capsicum", dedo-de-moça ou utra, é boa, em moderação. Pimenta do reino pode até ser gostosa quando verde é muito...) mas envelhece as células e talvez não possuísse as mesmas propriedades.
Farinha? farinha representa o corpo. Ajudou Candeeiro a recompor o tecido.  Cicatrizante!
Só a farinha, talvez infeccionasse, só a pimenta, demoraria mais fechar a chaga.
Vivendo e aprendendo, ou no caso dele, norrendo e ensinando.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

orelha de cheiro

No Jardim Botânico do Rio coexistem 3 imperdíveis exposições, a do Salgado, a da Amazônia e a do Santo Sudário (nesta podemos lamentar o clima totalmente fora de tom dado no saguão pelo patrocinador, que não estou aqui pra divulgar. Como é que é? Não era pra ter dado tom nenhum, coração dos outros. Sudário não é banho de loja. Era pra ter sido dis-cre-to. Mas sobre a própria exposição e os estudos que a ela levaram já se fala há décadas e nada renho a acrescentar, só posso é recomendar).
Mas o que passa desapercebido ao lado das duas outras é a da Amazônia. E nesta há duas fotos do macaco-de-cheiro, que aqueles felizes possuidores do ´"Mamíferos" do MEC podem conhecer (ainda tenho o meu).
E numa destas o macaco está de perfil. Vê-se a orelha.
Fui rever as orelhas dos OUTROS macacos de perfil- os da exposição, falta ver no "Mamíferos"....
Já deu para sentir, orelha de macaco é de tudo quanto é jeito. Algumas parecem de cachorro. Enfim.
E a do macaco-de-cheiro é humana, só não tem o trago.
Trago? é o triangulozinho do lado do rosto que todos temos, alguns quase imperceptível, outros bem destacado. Em geral... quem o tem muito apagado é quem mais vai precisar usar os pontos que ficam no trago. Diz que vem do grego e significaria "cabra" mas estou inocente, não vejo como um trago pode lembra ruma cabra, mas os gregos viam muita cabra em sua península rochosa e um tanto árida, não tinham acesso ao Google nem a macacos-de-cheiro.
O fato é que, com esta exceção, toda a topografia da aurícula está lá nesse primata. Os biólogos que nos expliquem por quê nesse, e não nos outros macacos. Quando você estiver com um, abrace o seu primo com afeto. Macacos me mordam se não dá pra fazer uma sessão de aurículoacupuntura no bichinho.






sábado, 6 de julho de 2013

cavalheirismos

Só entro em farmácia para adquirir xampus e afins. Mas minha filha no caminho de casa precisararia comprar uma seringa, para o seu gato que estava doente dos rins (eu digo que alimentar os gatos só com ração não é natural nem pode ser saudável. Mas ninguém me ouve e vejo os gatos alheios ficarem diabéticos, desenvolverem cãncer e sei lá o que mais).
Comentei, - E o pior é que hoje é domingo.
- E daí, mãe? É farmácia. Não fecham.
-Fecham, claro. Fica uma de rodízio aberta por bairro. Saindo daqui você presta atenção à qual é.
Após muita discussão chegamos à conclusão que ambas havíamos estado mal informadas.
Fiquei extremamente chocada.
Minha filha me citou tal e tal filial de tal ou tal farmácia que escolhe abrir de segunda a segunda.
- São concorrentes, mãe! para que vão ajudar um ao outro?
Eu lhe citei outras, que colam um papelzinho na porta dizendo qual é a de plantão.
Trata-se de um acordo humano, um acordo de cavalheiros, respeitando o descanso semanal e, como viu a Moema, pondo em contato CONCORRENTES. Que, educadamente, civilizadamente, telefonavam (ou seguiam alguma escala que haviam previamente definido; do modus operandi nada sei) quem abriria tal ou tal domingo.  O papelucho avisava, avisa, o nome da concorrente de plantão.
Pois ainda fazem assim. Só que há, às vezes  do lado, outras, quase a metade do absurdo total de farmácias cariocas, que ignoram civilidade e cavalheirismo, são fominhas, ávidos de lucrar mais uns cobres, e ficam todos os dias.
Por mim podem fechar as portas de toda a metade que fica aberta domingo e pôr uma livraria no lugar. Que feche semanalmente, claro.