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domingo, 28 de fevereiro de 2010

lua cheia

Seria infantilidade nossa – ou excesso de romantismo, o que creio que dê na mesma- acreditar que só porque a Lua está linda e cheia naquele dia tudo está bem.
Pelo contrário, a Lua cheia potencializa tudo, inclusive as negatividades. Espelha (afinal no I Ching ela é o Lago também), traz à tona. Traz à tona também alimárias indesejáveis, o que de certa forma é bom quando há o que se fazer a respeito, já que as vemos; quem já não viu baratas ensandecidas rodando sob a Lua? Bem, eu já vi, enxameando, na “arena” de pedra portuguesa da Lapa: um caso em que não havia o que ser feito... Sempre lembro de um mestre (decididamente não era por excesso de romantismo que pecava) dizendo, “a Lua está cheia amanhã, oba, vou tomar purgante que aí sai tudo que é verme que possa haver.”
Na acupuntura o ponto da Lua Cheia, que é também ponto meteorológico, não por acaso é no meridiano da Bexiga; sendo o maior, percorrendo o corpo humano quase inteiro (inteiro, com a ajuda de seus meridianos irmãos do Rim e do Intestino Delgado) é bem adequado para nos proteger de influências nefastas naturais. Mas sempre bom lembrar, na Lua Cheia como na Preta o ideal é não aplicar agulha. Podemos usar cristais, chás, emplastros, e numa urgência sementes de mostarda, afinal...
E nunca é demais lembrar que se a lua está no auge tal dia, no seguinte começa a decrescer, independentemente do que diga a sua agenda... Agendas e jornais costumam contar “fase de Lua Cheia” do plenilúnio à fase seguinte, quando de fato já está na míngua.
Para a magia, Lua Cheia não é uma fase, é um estado que dura 24 horas e pronto! Fases há duas, crescente e decrescente... Vai começar a decrescente, bom momento para limpar o que se precisa!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

água doce!

Atravesso período de problemas técnicos ligados a todos os aspectos do computador. Mas serão resolvidos. Por ora saí daquela companhia que também rege a maioria das tevês a cabo. Sempre bom lembrar que em inglês e ao pé da letra, “net” é rede, aquela de pegar peixe mesmo. Bem, essa peixinha aqui foi nadar noutras águas.
E como falei outro dia de água do mar hoje preciso falar de água doce. Não terá muito a ver com floral e menos com acupuntura (digo “menos” porque a base do floral afinal é água doce) mas tem a ver indiretamente com fitoterapia, e a ver ou não lá vou eu.
Sempre que abro o jornal e leio (a freqüência se tornou eleitoreira nas últimas semanas) que o presidente pretende ou promete N casas populares, até sem ler o que já li: que têm esbarrado no problema de água e esgoto, penso que esse senhor e assessores vão deixando passar uma excelente oportunidade de mostrar inteligência. Imagina que propaganda seria, melhor que todas as candidatas-indicadas do mundo, saber que estão construindo moradias populares inteligentes, com água usada indo para a descarga, com captação de água de chuva na caixa d´água (e na caixa, tela contra os mosquitos, claro). E acompanhamento, que nunca existe, para, por exemplo, cuidar bem da tela e ter onde trocá-la se rasgar, para reaproveitar água de lavar vegetais na rega e por aí vai.
E isso, gostaria (gostaria?! Precisamos!) de ver não só em casas populares, como em todas as novas construções, sem falar na ajuda para converter as antigas!
Sem água não há vida. Salve as baleias, salve os peixes e salve a chuva que cai!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

iemanjá acha saco um saco!

Vamos dançar pra Iemanjá na praia, avisou uma amiga. Achei que seria bonito e levaria pelo menos um abraço rápido. Na hora marcada porém haviam esquecido de avisar o sol, que não abrandava. Nem sinal da amiga nem de danças. Plano B, dei as costas e desci pela Praia de Copacabana, misericordiosamente à sombra. Na esperança de no Leme achar algum vestígio da festa resultante do Presente de Iemanjá, que acontece como cantou Caymmi, quando o sol está queimando mas ninguém dá fé.
Caminhada agradável, pés dentro d´água, molhando a barra do vestido branco. Entre o Posto 6 e o início do Leme recolhi sete sacos de plástico com o recheio que ia catando. Quando via uma caçamba perto d´água ou um gari, entregava. O prefeito disse bobagem: coco verde não faz mal ao mar. O prefeito tem razão: o carioca é porco.
Um dos sete sacos era, que vergonha, distribuído pela Prefeitura exatamente para recolher lixo. Os outros sacos eram de mercados e lojas. Deviam ter servido para trazer oferendas e na hora H foram esquecidos. Palmas, rosas, valoroso gari, não fazem mal ao oceano. Plástico faz. E mais se for o famigerado saco; todo mundo já viu as fotos na internet.
Mar puxando e bandeira vermelha. Iemanjá também acha saco um saco. Não levei flores ao orixá, deixei isso para os seus filhos. Mas juntei aos pontos cantados a que ela fazia jus o meu Presente de Iemanjá.
Ainda que no caso não trouxe nada, tirei. Há casos em que menos é mais.
Odo Yá!