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quarta-feira, 1 de maio de 2024

os genocidas

Modo geral, genocidas alimentam a ilusão de que erradicarão o grupo  que ousa ser diferente. Assim foi na Revolução Francesa quando o Terror substituiu os Cadernos de Queixas, assim foi no Camboja, na ex Iugoslávia, em Ruanda, na Armênia.  Assim foi no nazismo. E causaram, esses genocidas, imenso sofrimento, mas o grupo a ser eliminado sobreviveu. Os governos brasileiros conseguiram em parte, mas não graças a sua argúcia e sim por tristes razões biológicas, exterminar boa parte dos Povos Originários. Ainda assim fracassaram, considerando a meta que era acabar com todos e em particular com os botocudos, hoje Krenak, de quem se falou recentemente aqui. Genocidas aplicando a sua filosofia em ilhas têm mais êxito, é inegável, aí estão as Antilhas e a Tasmânia.

O rei saudita foi genocida exitoso porque focava no extermínio de conjunto de um só elemento, o único opositor largamente conhecido fora dali, jornalista publicado  uma dúzia de jornais inclusive brasileiros. Golpes de facão acabaram com aquele estorvo, o rei declarou estar punindo os culpados, e desde então bate as fornidas pestanas para o mundo, mais uma vez incluindo nosso país; no momento opositores são aqueles de quem volta e meia a Anistia nos manda petições para tentar evitar a pena de morte.

Se o vídeo raivoso que circula não for coisa da inteligência artificial, aquela definição de genocídio que tanto mal fez à imagem de Lula há uns meses agora se tornou exata.  Descendentes de pessoas que pereceram no Holocausto não têm o direito de declarar, e menos sendo do governo, Crianças em idade escolar são o inimigo, nenéns de peito são o inimigo, as mães são o inimigo, é preciso exterminar a todos. 

Extermínio, a História ensina, é estultice porque não vai funcionar no fim. Causará sim horror, sofrimento e reprovação. Mais uma prova de como é estulto. Depois será preciso conviver com o inimigo ensandecido. Seguirei mantendo distância de qualquer apoio a governos fundamentalistas. E de governos genocidas também.



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16 anos

domingo, 28 de abril de 2024

de rappers e bombas


Desde sempre, até em Auschwitz, a humanidade encontra coisas para sorrir em plena tragédia, e tragédias menores paralelamente às gigantes. E inda bem para não explodirmos. Então sim, pranteamos o cão Joca. Aplausos para o presidente Lula que usou gravata com cachorro, em homenagem ao golden. Aplausos dobrados porque em vez de acompanhar não sei que votação no Congresso explicou ao repórter que ficou assistindo casais de joão-de-barro construindo os ninhos. Parabéns presidente, assim ainda vai acabar com o garimpo ilegal.

Também aplaudimos a homenagem ao Almirante Negro, e nos revoltamos com a posição inacreditável do comandante, que a Marinha declarou ser mesmo a sua. O filho caçula de João Cândido quer o pai "herói popular, não herói da Marinha". Mas senhor Candinho, ser também herói nacional  não atrapalha, verdade? 

Mas a guerra em Terra Santa periga fazer o que não fez o capitão e seus mínions, e trazer discórdia nas amizades. Declarei uma vez por todas, não assino nada em favor do grupo terrorista assassino, nem contra a existência do Estado de Israel. Logo no começo correram acusações de que antissemitismo se infiltrava na luta; observei que era verdade. E pude ler algumas vezes que devemos apoiar o grupo islâmico porque "a população o escolheu".. Seria como apoiar a Alemanha nazista em meio ao bombardeio aliado, porque afinal a população escolhera Adolfinho. 

Simplesmente não apoio governo islâmico algum. Amizade por pessoas, admiração pela grafia e pela música , o cinema (duas coisas em tese proibidas pelos clérigos. Todo apoio aos cineastas iranianos) mas pelos governos não. O governo iraniano condenou à forca, daqui a alguns dias, um rapper de vinte e poucos anos que protestou contra a morte daquela moça curda. Recorre. Poucos recursos vencem em Teerã.

Há uma velha praga judaica que sugere, Que um engula o outro e dos dois morram engasgados. Vendo o Hamas e o governo israelense, é o que vem à mente. "Não há outro caminho senão a paz"  declarou o mais famoso cineasta israelense. Paz e bom senso. Que possam triunfar.








sexta-feira, 26 de abril de 2024

azinheira

Ontem que era o dia, mas a operadora, ou os ladrões de cabo decidiram que a rede não haveria de funcionar. Com atraso, salve o 25 de abril. 50 anos! Ouvi Grândola pela Amália Rodrigues, que tinha alguma fama de salazarista mas não devia ser, e o disco do Chico, o que tem Tanto Mar.  Lembro da explosão de cartazes maravilhosos por toda parte quando estive lá no ano seguinte. Carinho à Terrinha, onde falaram em ressarcir pela colonização. mas como haverão de ressarcir, e a quem? A ideia é bonita. Mas dar dinheiro ao governos de hoje não parece acertado. As principais vítimas morreram há muito; são os indígenas, dos quais perdemos não poucas etnias, e os negros trazidos à força. E houve negros nascidos livres , ou alforriados, que comerciaram os seus semelhantes: e os descendentes destes, tendo sido trazidos por africano, não fariam jus. Talvez financiar projetos em prol de uns e de outros, com os cuidados que tal empreitada exigiria no país das saúvas de terno e gravata. 

Na verdade não existe dinheiro que pague os males da colonização, e a entrega suscitaria brigas intermináveis aqui e lá, ou alguém acha que o Chega iria deixar?

Mandem sempre cheiros de alecrim, queridos, ajudem se puderem em projetos nas áreas sugeridas, fiscalizando sempre! e jamais mencionem que indenizam o não indenizável, ou vêm abaixo nossos dois países. E viva sempre a vila morena, seja terra da fraternidade. Salve os Cravos.




domingo, 14 de abril de 2024

os portões

O bilionário metido no que não lhe diz respeito não tem mesmo vergonha na cara bochechuda. Não se peja de dar pitacos sobre escolhas feitas a nível de governo, aqui. Podemos achar que a escolha foi acertada ou não, mas não podemos é aceitar esse tipo de atitude de quem se orgulha de ter ajudado em determinado golpe, para poder negociar lítio, por um lado. E de quem já andou apoiando, leio, ondas neonazistas e outras racistas, na Europa, por outro.

O que quero dizer é que este senhor precisa ser posto em seu lugar, e não apenas pelo governo. Nunca fui de sua rede com este ou outro nome, se fosse já tinha saído. Cadê uma campanha de petições?  Lembra daquela parábola que entraram no quintal do vizinho e mataram o galo, as galinhas, isso e aquilo e a pessoa não fez nada, porque não era com ela, Até que foi com ela sim, mas já tinham levado o vizinho embora; e não havia mais a quem pedir socorro. Se deixar esse cara solto, daqui a  pouco vai ajudar a polícia goiana (que vergonha meu Deus!) a invadir casa de manhãzinha atrás das Jennifer Nayara da vida.

E francamente, que expressão entediada e triste para tanto dinheiro.




 

domingo, 7 de abril de 2024

fardões, fardas e fardos

O grande Krenak, sem o rosto pintado desta vez, orientou o cardápio da Academia Brasileira, comidas de inspiração indígena com o pormenor das cumbucas de barro descartáveis numa bacia  d´água, no final, para que " se dissolvessem e voltassem à natureza". Espero que o Aílton tenha orientado também o descarte nos poucos canteiros da ABL; parece-me lembrar de modestas palmeiras onde sem dúvida cantará sim o sabiá, posto que o ouvi na Primeiro de Março ali do lado! Foi  (logo) antes da famigerada obra que destruiu o que restava do Morro do Castelo; então quem sabe justamente o jardinzinho foi refúgio?

Aílton, os indígenas em geral e os Krenak em especial merecem todas as homenagens e desculpas, como as que foram pedidas oficialmente outro dia. Descendentes dos que foram chamados Botocudos, os Krenak foram aprisionados, desterrados e torturados,  perseguidos desde o tempo do rei com a intenção de extermínio. Há muito não eram canibais, mas matar um botocudo era matar um canibal peçonhento. Na semana do pedido de perdão desenterraram foto dos anos 70, um Krenak amarrado no pau-de-arara  sendo levado pela rua "para exibir às autoridades", isso em pleno dia.  Os PMs usam aquele capacete típico dos anos de chumbo. 

Outros fardados reclamaram, numa página virtual exibida no Guga, denunciando que a Nação se punha "de joelhos para os índios". Senhores, confiram a foto. Sabemos que existem militares de todas as patentes que são decentes; os  da fotografia são do segundo tipo.

E outro macro-jê, esse ainda usando botoque com orgulho, o bravo  Raoni que deu nome a tantas crianças da cidade, ganhou medalha do presidente francês.  Sim, mas teria preferido respeito e terra limpa de garimpo. 

Para todos. Já. Sem mercúrio.



quinta-feira, 14 de março de 2024

crimes reais e outros menos

 Dias difíceis, além das inexplicáveis amizades  internacionais do presidente, Centrão a todo vapor, esse bando de saúvas; morticínio dos Yanomamis e no Rio,  querem homenagear a inacreditável ex-dama no Theatro Municipal. Nada fez pela cultura, muito pelo contrário.. Pior, é inimiga do Estado de Direito. Criminosa homenagem.

Certamente ela também censuraria romances. Não esperei nem O Avesso da Pele nem Um Defeito de Cor virarem polêmica, ou samba -enredo respectivamente para comprá-los; gostei do que vi no Segundo Caderno e bastou.  Resultado ao avesso, o censurado está vendendo que nem água. 

Por isso apelo para o escapismo dos romances policiais. Tupiniquim que sou, aprecio o delegado Espinosa, mas convenhamos que a sua namorada é a coadjuvante mais aborrecida da literatura brasileira e creio, mundial, sempre a subir as escadas trazendo "pães e queijos". Pede uma pizza mulher, e diz algo que preste! Meu coadjuvante predileto no gênero é o barrigudo Marino, que ajuda a improvável doutora Scarpetta a desvendar casos. A doutora gosta de cozinhar mas tem diarista, o que não é o caso do detetive Hyeronymus /Harry Bosch, cuja casa se limpa milagrosamente (ou fica imunda). Possui contudo um lava-louças, já é algo. Mas Bosch é no gênero meu personagem mais querido, qualidade das tramas, da escrita e a rede de personagens ao seu redor que também protagonizam livros da série.

Há também os diversos escandinavos, os chineses, mas empatado com Harry Bosch no meu panteão vem Adamsberg o francês, que protagoniza nem o terço de livros do californiano. E é vaidoso, herói de sua série é ele, nunca o meio-irmão advogado nem o jornalista que casou com a ex-namorada. Adamsberg é baixinho e baixinhos são estrela, têm de ser. 

Essa gente boa resolve muito crime para nosso proveito. o crime contra a dignidade nacional que representa homenagear a ex-dama nesse templo da cultura, isso eles não chegam nem perto.






domingo, 3 de março de 2024

esperar não é fazer

Impressionante como o porte oficial de armas e fardas, em ve de gerar proteção, acarreta temores em quem as usa.

Pelo menos os policiais militares que em 19 assassinaram com mais de cem tiros um catador e um ambulante  por se sentirem ameaçados foram condenados e estão recorrendo, insistindo na "ameaça".. Por ser na nefasta época daquela pós eleição muitos pensamos que nem isso aconteceria.

Em Israel soldados fortemente armados se acharam ameaçados por civis famintos, desarmados, e desorganizados sim. Massacre. Quanto ao exército israelense, vem parecendo necessitar de troca urgente na equipe que os prepara psicologicamente (deve haver uma, ou deveria. )

Não se pense que massacram apenas civis palestinos; Todos devem lembrar dos três reféns israelenses  que surgiram agitando bandeira branca e chamando pelos soldados em hebraico. Se sentiram ameaçados os soldados, passaram fogo nos reféns. Dois caíram, o terceiro correu gritando Socorro! em hebraico. Mas que ameaça! Morreu também.

Se isto não demonstra a necessidade de um cessar-fogo imediato, talvez as palavras do cineasta Amos Gitai ajudem. Ele declarou que não existe outra alternativa que não a paz entre israelenses e palestinos. Acredita nas flores vencendo o canhão, e todos precisamos acreditar enquanto aplicamos o ditado postado por amigo meu em seu perfil, Se vis pacem para bellum.