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sábado, 15 de novembro de 2014

salve a chuva

Paulinho da Viola em mais um recital histórico no Circo Voador, onde se apresentou tantas vezes (sem contar que nos Arcos, ao ar livre, lançou "Bebadosamba"...). Platéia de todas as idades, coreando parabéns nos intervalos, casa lotada. Lá fora, muita chuva.
É sexta-feira, Paulinho trajado de branco, e por coincidência a data oficial do nascimento da Umbanda é dia seguinte (hoje). É certo que não é a maior data nossa, a maior é Treze de Maio e pronto; a maioria dos terreiros nem festejam o 15 de Novembro, sabendo bem que o batuque e a magia existiam antes da chancela do nome, e que a vibração não parou de evoluir e se entretecer desde aquele século e pico. (E que lástima: a casa de São Gonçalo , do nascimento "oficial",foi demolida poucos anos atrás...)
Não se repetem iguaizinhos os shows deste ano, mudam a ordem dos sambas, podem vir brindes preciosos como o ponto de Boiadeiro que Clementina entoava. Não falta a homenagem á antiga jaqueira da Portela, que hoje só vive no samba e talvez ainda nas folhas que Paulinho levou para casa no bolso.
Mas um espetáculo maravilhoso de Paulinho não é novidade alguma, todos emocionam sempre. De certa forma o ponto alto veio antes quando o apresentador do velho e novo Circo mandou:
- O carioca costuma torcer o nariz quando chove... mas eu peço: em tempos de seca, água faltando nas torneiras, que bom esse tempinho, esse frio, essa chuva boa. Vamos bater bem alto palmas para a chuva!
No que foi atendido com entusiasmo.
Sem chuva, nem jaqueira, nem boiadeiro. Saravá Umbanda, salve o imenso brilho de Paulinho da Viola. Acima de tudo salve a chuva, salve a água:
Ko se ewe, ko si omi, orixá ko si.