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segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

descanso do guerreiro

Nunca mais nos vimos e ele devia ter me esquecido. Não aguentei o ritmo de um cigarro por minuto e foi só um fim de semana e alguns telefonemas.
Não lhe faltaram decerto consolações. Mas só deixou em mim boas lembranças, até porque em tão poucos dias não existiu espaço pra ele fazer nada que depusesse em seu desfavor. Porém há quem consiga em uma hora; ele não, e  por isso o  tenho como pessoa positiva.
Gostava,  esse grande fotógrafo, de três verbos em F. Um deles infelizmente costuma acarretar problemas letais no pulmão como o que o levou.
Teve muito de tudo o que gostava e fico feliz pela exposição que aconteceu  meses atrás.
Mas às vezes acho que estão lá de cima pegando as pessoas melhores, umas depois das outras.
Descanse em paz, Guerreiro.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

cena carioca

No ônibus pro Grajaú o rapaz de uns 40 e poucos despeja para a mulher a sua opinião da cidade. Não presto atenção, mas ele fala alto e volta e meia se ouvem frases como a que me assombrou: define "esse presidente" como "um frouxo".
Meu Deus, há mutos adjetivos que creio encaixarem muito bem no presidente, poucos dentre estes elogiosos, mas "frouxo" não é um deles. Fico a imaginar o que terá motivado a definição do evidente eleitor desiludido.
(Leio que alguns arrependidos achavam que a coisa seria mais educada, sem queimadas nem desmonte da Cultura e tal. Mas não era este o caso do esbravejante passageiro; era o oposto.).
Bem, a toda hora o mal-vindo chefe de clã diz algo e depois recua (diria que faz pra ver se cola). Para citar alguns recentes, recuou no tocante à "Folha de São Paulo" cuja assinatura no Alvorada pretendia cancelar; recuou na intenção de mandar um ministro qualquer à posse argentina. Disse que não ia e não foi, mas mandou o seu representante mais oficial e que domina o idioma hermano, o seu vice.
Uma destas atitudes terá irritado o passageiro? Ou foi, inacreditavelmente, o conjunto da obra até agora?
Queria ver implementados Atos Institucionais, gente metralhada na rua, pilhas de corpos como após a queda de Allende em 73? Roupas envenenadas lançadas de helicóptero nas áreas ocupadas pelos indígenas, para ver se desocupam o espaço de uma vez?
Na hora do pleito, isso ainda é capaz de escolher o "frouxo" por falta de coisa mais adequada ao paladar. Um terço do eleitorado ainda acha que o "frouxo" é bom governante. Essa fração é que tem de ser trabalhada por todos os que rejeitam o ódio e a intolerância.
Agora.

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

isso sim que é pauleira

Solidariedade com os roqueiros, de modo geral.
De modo específico não encontro em mim solidariedade para os não poucos que votaram nessa geleca aí.
E na Sala Cecília Meirelles o novo diretor quer criar um clima "meio Rock in Rio ".
Te cuida João Guilherme Ripper que já já vão te chamar de satanista.

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

não gostei? quebrei!

Vou pouco ao teatro, confesso, prefiro música, balé e cinema. Não dá para ver tudo. Talvez por isso descubro só agora que uma peça sobre Luiz Gama está há quatro anos em cartaz. Salvo engano em dois palcos simultâneos e dias diferentes, a Arena Cultural de Madureira e a  Laura Alvim na Vieira Souto.
E para os que não ligam o nome à pessoa, Gama foi aquele indevidamente vendido pelo pai português aos dez anos (indevidamente, na lei de então; a mãe era livre), um dos principais abolicionistas (não chegou a ver o 13 de Maio) dentre eles o que se recusava a possuir escravos. O incansável Rebouças, nascido livre de pais já livres, infelizmente possuía e libertava os seus a conta-gotas, alguns por pressão de seus alunos (que voltavam para casas onde sem dúvida o papai tinha também os seus). Rebouças assim, com todos os seus méritos encarnou nisto o "jeitinho brasileiro" no que ele tem de pior.
Mas Gama foi um dos maiores homens do Brasil.
Tudo isso para implorar que me esclareçam sobre o que o vereador eleito na capital paulista pelo ex-partido do presidente estava fazendo no Palácio Pedro Ernesto, na Cinelândia, onde quebrou, não uma placa, isso foram seus colegas de chapa, não é? mas um cartaz montado sobre mortes de negros pela PM, cartaz que fazia parte de uma exposição sobre a negritude.
Estive lá esses dias para a homenagem à Umbanda, que foi muito lindamente organizada, mas ou não se mencionou a exposição ou ainda estava sendo montada. O vereador comentou ao quebrar a placa.. ops, desculpe, o cartaz, que se consertassem e pusessem de volta "teria de fazer de novo". Alguns vereadores foram fazer Boletim de Ocorrência, entre eles aquela jovem vereadora do PSol que reclamava durante semanas da falta de memória dos seguranças: de segunda a sexta pediam a sua identidade. A essa altura já devem saber quem ela é.
O vereador paulista depois de ouvir as palavras ponderadas do presidente da Câmara declarou que não escolhera a melhor maneira de se manifestar. Já o colega carioca pendurou no gabinete metade da placa quebrada. Isso e pra gente não esquecer quem são eles, mesmo se deixaram de ser o partido do capitão.

domingo, 17 de novembro de 2019

beterrabas

O rei está nu. E quem diz nem sou eu, é o ex-presidente deposto, o collorido. Elle mesmo. Em entrevista de página inteira, disse coisas muito ponderadas e parece um príncipe ao lado do capitão.
QUALQUER um parece um príncipe ao lado do capitão, tirando o núcleo de seguidores mais fanáticos. Núcleo esse no qual incluimos o outro príncipe, o de sangue; não o fotógrafo que esse não mete a mão em tal cumbuca, mas o deputado. Tenha ou não participado de surubas entre iguais. Ou desiguais.
O contato com o capitão mancha a quem chega perto, é que nem beterraba. Roqueiros e ex-atores pornôs compreenderam isso antes do príncipe que segue de olho numa hipotética vaga.
E as manguinhas são postas de fora.
O partido se for mesmo criado será DO presidente, pertencerá a ele. Um filho o encabeçará. No partido do qual  acaba de sair de maus modos, outro filho preside, à força. E o partido novo replica o passado em termos e bordões de modo sinistro.
O outro ex-presidente, recém-solto, se nega a fazer autocrítica. Deveria se mirar no exemplo de um partido conservador que ajudou a eleger o atual e agora reconhece, espontaneamente, que ajudou a fazer um grande mal para o Brasil.
Essas realezas cor de beterraba, reis nus e príncipes integralistas, tencionam acabar com o país. Vassoura neles.


domingo, 10 de novembro de 2019

"quando ouço falar de armas, saco a minha cultura"

A frase não é minha, é do Geraldinho Carneiro "apud" Ancelmo Goes. Como se sabe, as pessoas têm citado o há muito extinto general nazista e a sua sinistra frase, tão atual nesse momento, e Geraldinho se saiu com essa; levando o blog a uma de suas raras exceções à regra de não reproduzir nomes. No caso é quase obrigatório.
E a Cultura saiu da responsabilidade de um ministro pelo menos educado, calmo e tocador de berimbau, qualidades que o fazem o melhor dos piores (piores são TODOS estes) pra ser jogada no ministério de uma pessoa que, corrupta e corruptora, deveria estar presa, e isso pra nem falar das ameaças de morte à ex-colega.
Mas como se fosse pouco, a Cultura fica numa pasta encabeçada pelo ex-dramaturgo que se tornou conhecido ao hostilizar a maior atriz do Brasil em seus 90 anos. Que pretende transformar uma sala do Rio em "teatro cristão".
As rádios nacionais agora precisam pontuar determinados anúncios do governo com a frase "Pátria Amada, Brasil" antes de voltar a Ernesto Nazareth.
Isso é triste. Por um acaso sou a favor dos brasileiros saberem cantar os seus hinos e conheço as letras. Mas a doutrina do anarquismo, e pode haver outras, doutrina essa bem pacífica é bom lembrar (pacifismo? ah, isso rima com globalismo. Deve ser coisa de "ongueiro")  não encaixa nessa frase e nem encaixa no amor forçado à pátria. Essa declaração é coisa de quem usa coturno. Não alto coturno, baixo, como em "baixo clero". Combina com "ame-o ou deixe-o" e quem define o amor não é o indivíduo.
Pior que tudo: a cultura sempre brotará. A vida humana, meu Deus.. tem gente demais no mundo. Mas o meio ambiente...

sábado, 2 de novembro de 2019

obsolescência

O presidente ontem pediu à rede Globo, seu grande desafeto, dez minutos pra falar e explicar tudo, e hoje declarou que tem uma prova fundamental sobre o caso da vereadora Marielle Franco.
Acho que nem o mais desvairado acredita que ele apertou o gatilho já que comprovadamente estava em Brasília e muito sinceramente não creio que tenha sido mandante do crime. Afirma que nunca ouvira falar dela e acredito. Não tinha o perfil.
Quando você estiver lendo ele já terá soltado a tal prova, de quê não se sabe nesse momento; se é de que não participou, estará se sangrando em saúde. Assim alguém vai acabar pensando que algum membro do clã teve sim a ver.
Porém, se a prova é contra outra pessoa por que cargas d´água este senhor não soltou a prova antes?
Só agora, porque se sentiu (irracionalmente) aludido?
E por fim, será que vai soltar algo contra a vereadora? Pise com cuidado. Uma desembargadora já se deu mal por alegar inverdades.
E mesmo assim: por que só agora?

E por que diferem as versões impressas (e manuscritas) do livro de entrada fornecidos anteontem à polícia pelo infeliz porteiro e pelo filho vereador?

Hoje, dia de Finados, é um momento oportuno para se lembrar dos que partiam, principalmente dos que sofreram morte violenta e quando vivos, agregavam.
Talvez daqui a meia hora haja um caminhão de notícias sobre o caso mas arrisco a provável obsolescência da minha informação, em prol do raciocínio. Pois raciocínio parece estar faltando no Planalto Central do País. Viva a roça, ça çá, viva a palhoça ça ça ça çá.

domingo, 27 de outubro de 2019

vassoura!!

Fico chocada quando leio os bons jornalistas mais afeitos a temas  de economia declararem que agora o governo não tem mais desculpa, que tem é que governar, já que a reforma passou (ainda que sem a famigerada capitalização, que botaria nas ruas legiões de mendigos em poucas décadas).
Não, não é bem assim. Nem tudo são números.

O governo tem mas é de ser destituído.
Não bastasse o tio da primeira-dama que é miliciano e está preso em algum lugar do Planalto, agora vêm à tona as provas do que já se comentava, os perfis falsos, os assessores "do mal", a sala no Alvorada próxima à sala do porta-voz oficial (que até prova em contrário nada tem a ver com isso).
 E nem se fala das acusações absurdas, são as organizações pró-vida que sujam as prais de óleo e tal.

Essas declarações e provas de ex-aliados são incompatíveis com a noção de governo. Isso agora virou palhaçada.
Por favor senhores da Economia, vamos falar sério.

E mais uma vez, gente ruim não tem amigo, tem umbigo. Graças a isso é que estamos vendo  o que estamos vendo.  Esquece a economia. Pela ecologia! Ou você vai comer o seu celular?
Vassoura neles. 
Pela ética!

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

umbigo de gente ruim

Desde que há meses ficou patente que os amigos do rei lá  no Planalto são descartáveis estou repetindo, Gente ruim não tem amigo. Tem umbigo.
Isso estamos vendo a cada dia. Não que os rivais dentro do partido do eleito sejam muito melhores. Mas vale aquele chavão, Os inimigos do inimigo não são meus inimigos... por ora.

Estamos vendo também, como num processo de química, por decantação e por separação de fluidos, surgir o resíduo do resíduo da escória da escória. Daqui a pouco sobrarão apenas os bezerros Um, Dois e Três. Mas ainda fazem ouvir os seus aplausos diversos eleitos, e olha que coincidência, um dos mais estridentes foi um dos quebradores da  famosa placa que há dias invadiu o Pedro II, diz que chamado por um pequeno grupo de professores.
O famoso roqueiro (acho que ainda se considera roqueiro) que apoiou o atual presidente se desvinculou ruidosamente há semanas. O ruído não foi maior porque o da briga interna cobre qualquer outro. Mas deu pra ouvi-lo enumerar adjetivos e parece que compõe uma canção em "deshomenagem" àquele suposto filósofo e guru. (Poderia se poupar, isto cheira a rancor, e escolher alvo mais genérico e duradouro. Caçadores de golfinho por exemplo. )
Mas quem votou no Boi Sonado acreditando "que as pessoas mais elegantes do governo o guiariam" não deve andar muito bem da bola... Mas, enfim, parabéns ao roqueiro por ter aberto os olhos.
No mais a censura continua e outro dia cortaram 5 segundos de um telejornal da TV educativa porque.. exibia o logradouro parisiense que recebeu o nome da vereadora assassinada.  Assim vou acabar achando que o mandante do crime está muito mais perto do núcleo do poder do que eu imaginava..




domingo, 13 de outubro de 2019

viva o Pedro II

Parabéns aos garotos do Pedro II.
 Identificaram imediatamente os dois deputados, federal e estadual que foram "vistoriar para ajudar" como os "quebradores de placa da Marielle Franco"'. E os vaiaram à vera.
Não pensei que tanta gente tivesse guardado os nomes. Não merecem perdão e não o tiveram.
E é sempre lembrar que o atual governador do RJ ria como uma hiena assistindo à cena. Depois , ano seguinte, se reuniu com a família.
Os adolescentes estão em boa companhia, porque todo mundo virou perigoso extremista (pela lente do governo todos são de esquerda)  inclusive o presidente francês e Sua Santidade  o papa Francisco.
Viva o Pedro II!


domingo, 6 de outubro de 2019

artes circenses

Levei uma criança para ver "Coppélia" por primeira vez no Theatro Municipal.  Sempre bom rever esse balé e o curioso foi que há meses, quando vejo fotos do nosso ministro da Economia, ele me lembrava alguém vagamente conhecido e eu não sabia quem.
Mas claro! é o Doutor Coppelius. Igualzinho.

Menos divertido é ler que o infame diretor de artes Cênicas da Funarte, o mesmo que do nada saiu ofendendo a nossa maior atriz viva, pretende fazer do Teatro Glauce Rocha o primeiro teatro cristão do país.
Li no Xexéo, que indignado se declara cristão e afirma não querer saber nada de teatros para cristãos. Concordo.
Religião e arte, assim como religião e política, não caminham muito bem juntas. Há uns três anos houve enxurrada de filmes cardecistas. Não vi nenhum e se fossem umbandistas também não iria ver. Lembro com horror de um catatau de três horas com o Mahabharata, que respeito muito e sei que serve de base a encenações populares de seus trechos mais conhecidos na Índia. Mas aí è outro o contexto e a dinâmica.
Respeito muito o Papa Francisco mas não irei ver biografias filmadas suas e muito menos de outros papas. E quanto à biografia daquele tio de prefeito carioca, cuja igreja compra e distribui lugares, sem comentários.
Voltando ao malfadado teatro, é aquele da Rio Branco com quiosque de flores na porta. Que tenha pouco público é uma coisa. Outra é teatro para cristãos: e se não fosse ter lido que o dito alucinado, agradecido da cura de uma doença, vai a duas missas por dia, ainda pensaria que é mais um apropriando-se do termo indevidamente, como o usam os pastores, e estamos cansados de ouvir.
Houve demissões na fundação e o energúmenos declara que assim terá a oportunidade de botar gente fiel ao governo.
Encenem chanchadas e ponham em cena micos e palhaços, pra ver se uma hora o circo pega fogo.



segunda-feira, 30 de setembro de 2019

saravá esse

Hoje dia 30 de setembro, com as obrigações feitas e contas pagas (falta levar na pedreira mas isso será de tarde) voltando para escrever o blog, ouço uma profunda discussão filosófica atrás de mim, duas vozes adolescentes, e uma das vozes declarava ser da Umbanda e querer muito respeito (que o outro não negava, por sinal. Melhor assim.)
Me voltei a perguntei quem era da Umbanda, o mais altinho talvez prevendo confusão declarou que era ele, desafiador, e se abriu em sorrisos quando o abençoei e pedi que os santos o façam crescer formoso e bonito.
Foi um alento em momento tão triste para o país, e pela mão dos orixás, porque palavras não foram ditas e o garoto entrou numa portaria.
Saravá nós, força aos guias e orixás e que o Senhor da Pedreira fulmine os que desejam dominar o mundo e implantar nele religião única.
Estou emocionada.
Vivam os jovens umbandistas e aplico a eles o ponto de jongo, que é avô da Umbanda,
"Pro jongo não se acabar, Deus dê força e proteção ao jongueiro novo pro jongo não se acabar".
Desejo que Deus dê força e proteção ao umbandista novo pra Umbanda sempre brilhar.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

pra não dizer que não falei das flores

Dom Sebastião sempre dizia
Que um dia ia se desencantar
e nós agora vai brincar n´areia
Dom Sebastião mora no fundo do mar

Esse ponto da encantaria maranhense, entre outras jóias, foi gravado por um renomado grupo de música antiga e cantado no palco e no documentário agora exibido.
Trata-se, claro, do extraordinário Música Antiga da UFF, notável e único de várias formas e não menos por ser um grupo com contrato e carteira assinada.
Há outros, e louvada seja a iniciativa da UFF, que fez o mesmo com por exemplo uma orquestra. De música medieval e renascentista nesse caso poderá haver outros pelo mundo mas no Brasil não.
Sim, há vários, e houve outros que já não existem à medida que os membros saíam de cena por idade.
Um deles se chamou Tandaradei!  o que aponta para membros fundadores afeitos à antiga poesia alemã (o canto do rouxinol para os ouvidos do autor!)
A própria Rádio MEC ouço dizer que teve o seu grupo, e para quem se espanta com tanta gente querendo saber de música medieval no Brasil eu sempre digo, nada tem de surpreendente.
Temos facilidade na pronúncia do latim, quando é o caso da letra, o nosso povo é notadamente musical, e o nosso idioma permite formar muitos sons diversos o que é útil, já que  os membros cantarão também em provençal, francês antigo, espanhol e galego. Quando não em alemão. E como se viu acima, em português.
Em todas essas línguas canta o grupo de Niterói, que tem muitissimo mais do que a vista para o Rio e enriquece a vida cultural deste.
A excelência pode ser medida assim: todos respondem à pergunta "você se arrepende?" com largo sorriso e um Nunca! isso é o que eu tinha de fazer! ... menos justamente aquele mais ou menos diretor e cujas interpretações estão entre as mais belas que conheço, basta pesquisar na rede, por exemplo para  as Carmina Burana em particular "Sic Mea Fata".
E por que se arrepende? Porque lhe falta talento, acredita.
Imagina se não faltasse.
A UFF prestigia a cultura, é referência nas artes, para cinema e para música.
Em tempos tristes e desesperançosos, em que se tem de dizer "Luto pela Amazônia" como no amargo trocadilho do Greenpeace que publicou nos jornais uma folha toda preta no Sete de Setembro, notas de música são pétalas de flores portadoras de pólen.


domingo, 25 de agosto de 2019

nas ondas



Dados da manifestação




Código de Acesso: aipe1017

Órgão ou Entidade: EBC – Empresa Brasil de Comunicação S.A.

Cidadão: Gisela

Tipo de Manifestação: Reclamação

Prazo para Atendimento: 23/09/2019

Descrição da Manifestação: Assunto: vinheta desastrosa



Prezados ouvidores, a crítica não é voltada para as rádios EBC mas foi o caminho que sugerido pelo zap de vocês.

No caso, a rádio que ouço é a MEC FM mas sei que a AM é também excelente e até acabar, quando a minha filha mamava ainda, ouvia a Nacional FM. Só tenho elogios a todos e todas.



Não se discute o direito do governo de pôr no ar as suas vinhetas já que são rádios públicas, o que quer dizer aliás de todos nós.

O presidente Temer por exemplo adorava interromper a programação para emitir comunicados.



O que questiono é a escolha da produção para iniciar esse "Fale com o Governo".

Lamentável.

Vamos lá; se alguém ligado ao atual governo fez no Sul ou em redes sociais a promessa que se instauraria a pena de morte no nosso já sofrido país pecou contra a Constituição. 

Agora, se tal promessa não existiu, por que foram escolher uma pergunta tão carregada de ódio e tão ideológica? Ou será que todas as perguntas direcionadas à produção da vinheta foram do mesmo quilate?

Este não é o meu país e também não é o país da MEC, Música, Educação e Cultura.

Me expliquem o que a pena de morte, que como ponderada e acertadamente explica o ministro, não existe em tempo de paz, tem a ver com educação e cultura para não dizer nada de música.



Tinha-se a impressão que o rapaz de Santa Catarina queria data certa para começar a cobrara a execução de seus desafetos.

Que vergonha.



Que ventos melhores nos possam abençoar.

censura ao afro-brasileiro!!!

Acabo de ler a resposta do Fernando da Quiprocó Filmes, que produziu o notável média metragem LIBERTEM O NOSSO SAGRADO. Para quem não sabe, sobre os objetos sagrados de Umbanda e candomblé, confiscados noutros tempos pela polícia; tempos esses em que por sinal não havia distinção clara nem na cabeça de quem louvava.
Os objetos estavam guardados no Museu da Polícia, na sede do antigo DOPS, na rua do Senado. Tentativas de vê-los sem vir armado de carta de universidade ou afim resultavam em pedidos para se enviar a solicitação por carta. E esta permitia à pessoa enfim adentrar o Museu, acompanhada de gentilíssimo delegado, que contava tudo mas ...NÃO MOSTRAVA a sala dos objetos sagrados, conforme narrei em "UMBANDA GIRA!" (Pallas Editora, Rio de Janeiro).
Isso tudo no passado, pois depois da obra no prédio os objetos SUMIRAM. Não é mais que não nos abrem a sala, é que não sabemos onde foram parar!
O filme dá voz a inúmeros pais e mães de santo e todo ele é um grito, Libertem o nosso sagrado.

Pois bem, este filme e dois outros sobre temáticas LGBT, creio, que reproduziam falas do atual presidente sem inventar nada, foram censurados na mostra do CCJF, no centro do Rio, na Cinelândia.
Para tomar só o caso do "Libertem nosso Sagrado", se isso não é perseguição religiosa eu não sei o que é.

PS li que os organizadores da mostra optaram pelo cancelamento, naquele espaço, evitando aceitar a mutilação do conjunto. Parabéns.
.

sábado, 10 de agosto de 2019

livre expressão

Viva a imprensa em geral e as colunas de notinhas em particular. Saudades das colunas do JB, aguardo o segundo renascer da versão de papel. Por ora têm de matar a minha fome as do Ancelmo, que sempre esquadrinho, e foi ali que vi o auê com o livro de Luiz Eduardo Soares, antropólogo e professor. Pretendia lançar o seu trabalho mais recente na Uerj mas o preclaro governador do meu Estado achou de costas acima e avisou que tentaria proibir, não o livro que isso ainda não pode não senhor, mas o lançamento em prédio estadual.
Acrescentou que desde já proibia a presença de PMs fazendo segurança em qualquer local onde tentassem o lançamento; o Major do partido do governo meteu a colher para declarar que tinha de ser proibido o lançamento em universidades federais também.
Ah sim. O título, certo? "Desmilitarizar". Pois é.
Diante da reação intempestiva (e a do major compreendo até mais, o nobre governador continua civil!) considerei dever cívico adquirir o livro e divulgar a sua existência.
Não sei como nem onde fluiu o lançamento, nem se conseguiram proibir a venda nas livrarias das ditas universidades, o que seria alarmante. Agradeço retorno.
Os trechos que vi me pareceram mui oportunos e fora isso, viva a liberdade de expressão.
Numa semana em que o presidente declarou entre várias pérolas (viram a receita para poluir menos?) que se houvesse cadeia pra excesso jornalistico, todos os jornalistas estariam dentro.
Viva a informação, os professores, os jornalistas e historiadores.
Ah, e não baixem versões piratas que isso é vergonhoso, comprem na livraria...


quinta-feira, 1 de agosto de 2019

limites à maioria expressa

Já disse isso neste espaço mas um estava de porre, outro de férias, outro de maconha, outros preparando doutorado, e é bom repetir.
Não há número de votos que permita a um eleito, ou eleita, acabar com o meio ambiente do lugar onde foi eleito. Se a maioria dos votos for a favor do estupro de crianças, ou trabalho escravo, ou destruição das matas, e afins, tais votos não podem ter valor.
O conjunto das outras nações, a pressão internacional, as organizações de Direitos Humanos ou as que defendem o meio ambiente (não raro as mesmas) devem ir além do repúdio e punir.
Se por exemplo no Brasil a maioria decidisse que deseja a volta do cativeiro, ou o fuzilamento de todo terceiro filho varão, a ingestão coletiva de crianças canhotas, o mundo se rebelaria.
Não existe legitimidade para o absurdo que ultrapasse certas fronteiras, certo limites.
Jornalistas começaram a apontar nas mais recentes declarações presidenciais "sem estratégia" um motivo para a destituição do declarante, e eu apoio. Não reúne as condições.
Destituição antes que seja tarde.

sábado, 20 de julho de 2019

se eu for só por mim, quem serei eu?

Muitos temos cada um a nossa religião, e não poucos pertencem a partidos políticos, praticando ou não uma religião. O que já demonstra que não se deve superpor uma coisa à outra.
Mas se você põe a sua religião ou o seu partido à frente das demais considerações, está agindo pequeno e a sua ação fica curta.
A sua ênfase e a sua indignação devem abranger primeiro o Estado de Direito e o Meio-Ambiente, porque sem esses respectivos fatores nem existe democracia nem haverá vida. Se está firme o Estado de Direito, nem haverá nepotismo, nem haverá prefeitos vinculando a imagem de sua igreja à da Prefeitura, nem haverá censura como está perigando haver. Como já há, porque em vez de peitar, ou de cancelar o evento, em vez de dar a a opção aos palestrantes ameaçados de participar ou não, os organizadores da Feira do Livro naquela triste cidade do Sul preferiram desconvidá-los.
A luta contra a censura, a violência, a ameaça de morte, a intolerância religiosa, enfim, todas as formas de opressão estão muito além da defesa de qualquer religião.
"Se eu não for por mim, quem será? e se eu for só por mim, quem serei eu? e senão for agora, então quando será?"

Post Scriptum 1. Não há fome, vírgula. Em Botafogo um senhor magrinho e educado tenta engraxar sapatos para alimentar a filha que ficou em casa  e a quem "dera água" naquele dia. Afirmo que isso ele não pode deixar acontecer, e que a leve ao padre ou à escola municipal e ouço que "lá não há nada". Dou a maior das duas notas na carteira e a julgar pela reação isso é raro. Sinto-me logo depois a perfeita cretina por não ter dado as duas, nem pegado os seus dados. Mas irei atrás.
P S 2. "Governador paraíba" é a mãe, e racismo é crime.

domingo, 14 de julho de 2019

a notícia da notícia

Sexta 12 de julho no início da noite, quando a maioria de nós começávamos a vivenciar o fim de semana e em Paraty o jornalista Greenwald ia dar início à sua palestra, um caminhão de homens de preto se pôs a tocar o Hino Nacional, que pertence a todos nós, aos berros, do outro lado do Perequê-Açu, que pelo baixo volume bem poderia ser Perequê-Mirim. Para não haver monotonia soltavam fogos e aparentes tiros para o ar.
Recebi um áudio que postei dia seguinte, e vi a notícia no Globo, que naquela tarde me irritou pelo destaque relativamente discreto.
De noite vivi o que outros terão vivido, alguém citar o áudio para outro rebater que havia lido que "era montagem". Aí foi sorte ter lido o Globo. Mais confirmações hoje domingo, com vários vídeos e ficar sabendo da publicação da mesma coisa na Folha.
Nenhum dos envolvidos estava lá, a não ser os correspondentes dos referidos jornais e os postadores de áudio e vídeos. Nenhum de nós, tampouco, estava no pouso lunar e a maioria cremos nele, verdade?
Enquanto isso o Mandatário por um lado recebe um grupinho de postadores de notícias falsas,sabendo perfeitamente que postam notícias falsas. E enquanto polemizamos testa a candidatura insensata de um de seus bezerros para a diplomacia, sendo que não fez o Rio Branco e não percorreu os diversos degraus hierárquicos até o posto de embaixador.
O que vai ao redor da notícia é tão notícia quanto a notícia. Dizem que é balão de ensaio. Pois vamos furar esse balão.

domingo, 7 de julho de 2019

terra de cego

Tudo que os militares no governo estão dizendo sobre o sargento, ou segundo sargento, ou o que ele seja ou tenha sido, que traficava cocaína em avião da FAB eu assino embaixo.
É sim um absurdo, é sim uma vergonha, a punição tem sim de ser exemplar e tomara que seja na Espanha onde imagino que seja baixo o risco de apagarem a sua memória como num disco rígido de computador...
Ontem li que investigam a hipótese de ele trabalhar para a lavagem de dinheiro, ainda não se sabia de quem. Aí é que mora o perigo. Muito bom que passem a revistar todos os seres vivos que forem viajar em missão oficial, inclusive, como foi dito, o presidente da República, e que revistem não só a este como aos sucessores. Ou alguém imagina que o tráfico de pó vai sumir em poucos anos?

Nisso as Forças Armadas estão agindo da única forma possível. Menos mal. porque nem sempre funciona assim. Ainda falta  punir outro sargento, o dos 80 tiros. Não é que queira ver o seu sangue. Quero justiça. amparo às famílias e o Exército dizendo, - Erramos.

Acabaram defenestrando o tal general Franklinberg; parece que os ruralistas o achavam lento. Isso que dá, não tinha de ser lento, tinha de ser contundente. Não era pra empatar, era pra atacar primeiro.
Já o outro defenestrado de várias estrelas, herói do Haiti, nesse eu voto se vier a ser candidato, dependendo da chapa. Em terra de cego...

segunda-feira, 24 de junho de 2019

mais um autódromo para quê?

Recebi hoje, dia de São João, um arquivo pelo zap sobre a floresta urbana do Camboatá, em Deodoro. Deodoro está no Samba do Trem mas ninguém comenta a sua floresta, ali atrás da Avenida Brasil.
Nunca fui e dificilmente irei, não tenho carro nem contato na área até agora.
O que vem ao caso é que a área, contendo mais árvores do que o Campo de Santana, Parque do Flamengo e Passeio Público juntos está ameaçada pelos nossos :prefeito, governador e presidente, que acham boa idéia erguer ali no lugar daquelas coisas inúteis um... autódromo.
Quem precisa de mais um autódromo pra poluir visual e sonoramente para não dizer nada do ar? E o arquivo diz que do lado existe um terreno vazio e até maior.
E que não existisse.
Vamos escrever para parlamentares de que tenhamos o contato, ONGs, nacionais e internacionais, imprensa estrangeira e nacional, e impedir este assassínio.

Que Xangô proteja a mata, remanescente da Atlântica.


sexta-feira, 21 de junho de 2019

da ponderação e da Amazônia

Há dias um ponderado parlamentar do PT, o que é quase um oxímoro, perdoem-me os eleitores do partido, concedeu entrevista à colunista/economista do Globo, em que tecia críticas -ponderadas- ao mandatário e até citava listinha (não reproduzida na coluna) dos poucos "ministros bons" ... lista  essa em que que não incluiu o da Economia. Devia figurar nela o então fritado e agora demitido ministro herói da intervenção no Haiti.

O parlamentar baiano (pois... foi ele mesmo) fazendo mostra de imparcialidade, declarou que deve-se criticar mas não impedir o eleito de governar "porque afinal foi escolha da maioria".
Pois aí está um argumento que não aguento mais ler nem ouvir. Com todo respeito à ponderação...

Eu também sou ponderada. Vejo duas inconsistências na argumentação. Poderia até existir maioria sem as falcatruas, mas muito menos expressiva. Usaram e abusaram de robôs (caso sendo investigado de-va-gar; haverá um ministro que "pediu vista e sentou em cima"  como recomenda o presidente?) Usaram e abusaram também, o que antes da eleição já se comprovava, de notícias mentirosas, inventadas e destinadas a mexer com a cabeça dos menos lidos e mais sensíveis ás pregações dos púlpitos.
Mas outro fator é ainda mais importante, creio. Nem me refiro à expressão acima  (o que segundo o mandatário faria, e deveria fazer o tal ministro evangélico. Escandaloso sugerir tal coisa. ) Nem sequer ao que declarou, e repetiu sábado passado em festa militar, que  o acesso às armas levaria a "população" a afastar governos autocráticos (leia-se, governos "desarmamentistas"). Por muito sérias que sejam as afirmações.
Refiro-me sim, a algo que vai além de mero problema tupiniquim; que afeta o mundo todo, a devastação programada da Amazônia.
E por esse motivo revela-se ilegítimo o governo atual, por pôr em risco o continente e o planeta além do País. Seria quase oportuno sermos invadidos não digo pelo Paraguai que fica longe da região mas sim pela Colômbia, ou pelo Peru.
Se a maioria do governo declara ser legítimo enforcar em praça pública, há justas reações internacionais. Mas enforcar e degolar opositores não afeta a respiração do planeta.. A Amazônia afeta.

sábado, 15 de junho de 2019

das fobias, das psicoses

Homofobia foi equiparada legalmente a racismo. Mas o mandatário supremo (ficam as minúsculas) não concorda. Explica o porquê: prejudica o homossexual, ficará mais difícil de conseguir emprego, o patrão (forçosamente hétero na visão dele) terá receio de ser processado. E se por exemplo alguém diz ao homossexual que o hotel está cheio, e ele descobre depois que havia sim um quarto, processa o dono do hotel.
Não sei se a lei permite ao dono alugar a quem quer e prefere. Mas já vislumbramos a quem o mandatário ia preferir não alugar.
E emenda que por isso é que era bom um juiz evangélico no STF, para coibir semelhante absurdo..
Ah tá.

Bem, o maluco "da facada" foi internado num manicômio judiciário e se for um dia dado por são irá para o presídio comum. Mas o mandatário não se conforma e "ia ligar pro advogado dele". Terá mais de um, porém um destes, aliás uma, concordou plenamente que o autor da facada deva ser internado e assinou o parecer.

Já  governador lamenta não poder pedir à ONU licença pra mandar um míssil e explodir a favela onde viu imagens de traficantes.
Governador, traficante armado em favela não é só na que o senhor viu, não. Em todas ou quase. Em raríssimas o comércio ilícito se faz sem armas à vista. Nem é de agora. Meados dos anos 90 subia eu o Dona Marta (não, não ia à boca) e atrás da primeira esquina à esquerda havia um bando de garotos mais baixos do que eu portando fuzis maiores do que eu. Diante da casa da saudosa Tia Maria do Jongo que acaba de falecer, em Madureira, poucos anos depois disso circulavam outros garotos de arma na mão. A mãe até denunciou um deles para que ele saísse do  tráfico.
Então o ilustre não entendeu nem as raízes nem as ramificações do problema. Eu concordo com ele que seja um. E quem acha que bombardear favela resolveria é digno de assistir gargalhando à destruição da placa da Marielle, grande empoderadora de jovens favelados, gargalhadas essas dadas pelo nobre governador.



sábado, 1 de junho de 2019

vieses

Diz o presidente que está na hora de haver um evangélico no STF. Não esá não, senhor. Como foi rebatido por magistrados e jornalistas, a condição tem de ser não o gênero, religião ou cor da pele mas sim a capacidade.
Barbosa não entrou porque era negro (talvez, em 1950 não entrasse , sendo negro, nem com os diplomas e conhecimento que possui). Isso já dizem, muito melhor do que eu.
Mas por que o presidente sai-se com essa justo agora?
Bem, a tal bancada evangélica tende a não gostar da excessiva flexibilização de posse e porte de armas. Não combina muito com caridade cristã, verdade? Um afago desses torna a pílula digerível.
E naturalmente se for anticonstitucional e não deixarem, os vilões estão já apontados.
Mas acredito também que haja outro motivo, ao que o ex-capitão reagiu de bate-pronto: o vazamento de informação um tanto delicada dois dias antes, sobre o tio da sua esposa. Que segundo o que vazou está preso por crimes comuns e é integrante de milícia.
Agora aliás se entende o afinco  familiar em defender paramilitar.
E mais uma vez o afago demonstra o quão boa gente é a pessoa...

Mas vamos combinar uma coisa, o vocábulo cristão (o moço se declarou ontem cristão, querendo dizer evangélico e sendo católico) foi encampado pelos pentecostais e neos, e de forma incorreta. Todo católico, ortodoxo ou romano é cristão. Isso é como os adeptos do presidente dizerem que eles são brasileiros e os outros não.
Não sou católica mas se fosse não estaria periodicamente reclamando do abuso, estaria escrevendo para o Papa e fazendo um escândalo.  Ademais me parece que os espíritas cardecistas e  consideram cristãos e assim não poucos umbandistas.
Então o bom ex-capitão não nos venha com demagogias. Que vai parecer "viés ideológico".

quarta-feira, 29 de maio de 2019

café pequeno?

As soluções do presidente sempre têm algo de errado no aspecto da legalidade. Amenizou o decreto das armas mas permanece inconstitucional. Para dar um exemplo.
Resolveu pôr, ou fazer de conta que punha, panos quentes nos ânimos dos seguidores mas depois de ter incentivado. Agora convoca os três importantes nomes que vimos para o seu sempiterno café da manhã, e não compraria um carro usado de nenhum dos quatro.
Nem o da Câmara nem muito menos o do Senado e ainda menos o magistrado. E muito menos ainda...
Meus botões pensaram, - Não é bem assim que as coisas vão para a frente,. Mas acontece  que nem é legal o pacto proposto, leio. Não é apenas canhestro e esquisito, tem aspectos qu ferem a lei.

Alguns colunistas analisaram os atos de domingo com bem menos otimismo do que outros.Mas o que deixa de cabelos em pé foi a notícia curitibana, divulgada por um deles, que os manifestantes subiram os degraus de uma universidade para arrancar a faixa que dizia "Educação Livre".
E foram aplaudidos.
Na educada Curitiba, ou na Curitiba que foi educada ou tinha tal fama.
É mais do que tempo de todos os que votaram no capitão, sem contudo desejarem ver achincalhados valores democráticos, abrirem os olhos e se demarcarem. Do Oiapoque ao Chuí.



sexta-feira, 24 de maio de 2019

cabeça de papel

Mata soldado, cabeça de papel; mas que vergonha, soltaram do quartel.
Mata soldado, mãozinha no fuzil, se está meio perdido atira no civil.
Quanto soldado com o nome no jornal. Nove soldados, vergonha nacional.

domingo, 19 de maio de 2019

os anjos vão dançar jongo

Tia Maria do Jongo, Vó Maria da Serrinha, essa mesma senhora bonitona se foi. Também aos 98 anos não foi surpresa,
Ainda esta semana saiu citada no jornal a respeito de crianças no jongo. Opção polêmica de Mestre Darcy, esse já nos deixou em 2001; mas que salvou o jongo, o da Serrinha em todo caso.
Há gente que pensa que todo jongo é da Serrinha e gente que pensa que todo floral é de Bach. Não há porém dúvida que o renascer do jongo da Serrinha favoreceu o renascer do jongo salgueirense, quase morto perto da virada do século e que brotou das cinzas há poucos anos.
Favoreceu também não a continuidade, pois ia muito bem das pernas, mas a divulgação do jongo da serra fluminense e paulista e a existência de festivais. O jongo como se sabe se expandiu com os escravos bantos; Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.
Esse renascer específico na Serrinha teve um preço: a teatralização do jongo local, com a entrada de instrumentos como o violão, e a permissão e mesmo estímulo aos impúberes; não se permitia pois o jongo pertence a Exu.
Cada vez mais distante da curimba e cada vez mais teatralizado, haja vista as roupas de palco que  há anos deixaram de ser brancas, o jongo da Serrinha tinha sofrido uma espécie de cisão, com jovens mais comprometidos com tradição formando o seu próprio grupo. Que até onde tenho notícia não pretendia subir em palco e não subiu.
Tia Maria era católica, não sentia falta das tradições mais religiosas da dança, e seu coração se alegrava quando via um garoto ou garota crescer e continuar a dançar o jongo nas rodas.
Mas venerava as Almas, cultuadas tanto pelo catolicismo como pela Umbanda.
Agora que se encantou, que ela própria é uma Alma, olhe pela "proteção ao jongueiro novo, pro jongo não se acabar!" 
E na sua grande generosidade, ensine os anjos a jongar.




segunda-feira, 13 de maio de 2019

triste de maio

Pouco há que se comemorar nesse Treze de Maio. Menos porque foi ontem o dia das Mães e o coração coletivo ainda sangra por mortos recentes, escandalosamente abatidos.
Duas viúvas, uma já mãe e a outra futura, e livrando-se (até agora) por um triz de ter de provar que os companheiros não eram bandidos. Mas entre perícia, relatos de testemunha e um morador que filmou a cena, cai por terra a versão do catador armado com Uzi ou o que fosse.
O Exército precisa assumir o erro, não basta manter encarcerados os soldados (que nem isso queriam fazer, viva as duas juízas militares que  decidiram); é essencial o contato com as famílias não apenas para desculpar-se, como para assumir alguns custos.
Além disso muitas balas erraram o alvo e perfuraram automóveis e lojas. Por acaso não houve mais mortes. Tiros porcos, como definiu o vice-presidente. Mas a qualidade do tiro é o de menos no caso.
Estas vítimas são exemplo de como o armamentismo não soluciona nada.
Que os santos todos possam proteger crianças, inocentes e a terra em que vivemos, vista por alguns como galinha dos ovos de ouro em vez de ser reverenciada. Aí está o calor absurdo para  época do no, demonstrando a triste verdade do aquecimento do planeta.
Mas será que esses engravatados sentem calor, em seus escritórios refrigerados o ano inteiro?

sexta-feira, 26 de abril de 2019

bancos e brasis

Não tive acesso à publicidade para o BB que circulou diz que  por uma quinzena, apenas vi algumas fotos e a notícia.O filmete desagradou ao Mandatário e o responsável pela criação foi simplesmente demitido. Ainda não há a Rainha Negra para dizer - Cortem-lhe a cabeça! - e a execução  sumária foi simbólica.
A idéia era atrair público jovem, então o profissional pôs em cena tatuados, negros e negras jovens, homens de brinco e cabelo comprido, por aí. Desagradou.
Pois então.

 E não reparei na época mas este foi o segundo entrevero presidencial com o BB, que pretendia montar um curso ou oficina de diversidade há uns tempos. Foi obrigado a cancelar mas antes disso o distinto senhor produziu uma frase, reproduzida pelo Globo hoje e que não resisto, a carne é fraca e a sintaxe alheia pior, a copiar:
- Um conselho que eu dou a vocês é, se porventura, alguém que for aprovado no concurso e for exigido esse diploma, você pode entrar na Justiça que tu vai ganhar. Se bem que eu vou tentar junto ao BB para que evite isso..-

Bem, a diversidade assusta muito, ao que se vê, e opiniões divergentes mais ainda.

terça-feira, 23 de abril de 2019

jorge

E ridículo, sem sentido e nocivo que um auto-denominado filósofo vivendo fora das fronteiras nacionais dite as suas idéias descabidas para quem aqui reside, e, supostamente, governa.
Cabo-de-guerra entre facções. Dança do caranguejo, um pra lá dois pra cá. Simplesmente este senhor deve ser varrido para o lixo astral.
Com os seus apadrinhados e apoiadores.
Que em seu dia o senhor Ogun ajude a limpar estas lamas tóxicas do caminho do entendimento. Salve a lua de São Jorge, salve o dia de terça.
Salve o santo guerreiro sempre.
Saravá Ogun..


sexta-feira, 12 de abril de 2019

só falta dizerem "Saiu, pô!"

Queria saber o que o décimo soldado do Exército fez ou deixou de fazer para ser solto. Jogou o fuzil no chão e tentou demover os nove outros ? Ainda assim já devia estar morto o infeliz músico carioca.
Oitenta balas não é brincadeira, e se fosse realmente o carro do assalto, cujo motorista eles procuravam, seria reação descabida. Duas ou três nos pneus deveriam bastar, não?
Como descabido é o governador afirmar que não pode emitir julgamento.
E após seis dias de silêncio o presidente enfim se pronuncia, dizendo que é preciso aguardar, o culpado aparecerá (será que um dos soldados pertence ao PSOL e tentam pendurar a culpa nele ?) e..".o Exército não matou ninguém. Foi um incidente. Foi uma morte lamentável."
Será que ele pensa que foi suicídio? Nesse caso, concertado com os nove, ou dez, fuziladores. Crime, pela lei vigente.
Será que pensa que a população acusa o Estado-Maior de ter encomendado a matança?
Como é que uma pessoa morre de oitenta balas sem que haja dedos nos gatilhos disparadores?
Ou então, foi "canelada". Oitenta balas fora do lugar, nove ou dez canos de fuzil, pertencendo a soldado se chama incidente?
Será que os soldados vão adotar a técnica oratória do chefe da Nação e declarar, - Saiu, pô!
E o músico partiu perguntando, Por que o quartel fez isso?
Acho que todos estamos de luto.

sábado, 6 de abril de 2019

metáforas e realidades

Haverá pessoas mais afinadas com as metáforas presidenciais. Essa do xixi na cama acho deplorável, porque alude a áudios  que ele postou recentemente e nos quais diz não se reconhecer. Menos mal?
Aí completa, -Mas não vou pedir desculpa! vou pedir desculpa porque fiz xixi na cama aos cinco anos? Saiu, pô.
Bem. O País não é sua cama. O senhor não tem cinco anos. E se o que grava equivale a xixi, comentários se fazem desnecessários.

A da aliança ministerial tampouco entendi. Tirara a aliança da mão direita e botar na esquerda ou na gaveta? Mas aliança quem usa usa na esquerda mesmo; será um ato falho, indicando sucessor ao colombiano situado mais para o centro? Prouvera a Deus. Aquele do Instituto Senna saiu hoje no jornal lembrando que foi desconvidado porque para bancadas que apoiavam o presidente ele não interessava.

Enquanto a bagunça impera no ministério, sempre bom lembrar o que só vi até agora na ÉPOCA, num pé de página: o diretor da EBC foi exonerado em março pelo mandatário supremo. Por ora as rádios funcionam normalmente. Mas bom ficar de olho.
E onde quero chegar é que de fato o colombiano nada fez de válido por falta de experiência e mais ainda porque não o deixam.
Deixarão trabalhar o sucessor? E de que forma?
As perguntas que vejo serem feitas relativas a esse ministério são QUANDO E QUEM; parece-me que seriam bem mais oportunas COMO e COM A AJUDA DE QUEM.
Nem tanto "Quando et quis"  mas sim "Quomodo et Quibus auxiliis".

sábado, 9 de março de 2019

as datas

Nem é que eu guarde ou valorize muito a data; dia da Mulher é todo dia mas viva quem festeja!
 Nesta semana da Mulher, no Brasil, além de outras que ficaram anônimas, duas mulheres foram mortas pelo marido, longe das cidades grandes do Sul. Mas uma foi em Fortaleza, pera aí. E a outra no Estado do Rio, nenhuma delas em perdido sertão.
A de Barra Mansa, grávida, ainda chegou a denunciar o marido no hospital, ele foi preso e... solto.
A de Fortaleza levou tiro na cabeça com a arma oficial do marido. Esse foi detido, foi solto ao lhe verem a patente, mas prevaleceu o bom senso e tornou a ser preso.

Fico perplexa ao ler a declaração da ministra Goiabinha, segundo a qual se acharem menina igual a menino vão achar que menina também é pra apanhar. Ministra, também não quero que menino apanhe como a senhora está pensando, não aceito surras diferenciadas por gênero.
Não vi graça nenhuma (se foi gracejo, pode não ter sido) na afirmação presidencial declarando o seu ministério o mais equilibrado que já houve em termos de gênero porque só tem duas mulheres mas cada uma vale por dez homens.

E vai completando um ano o crime ainda sem solução que vitimou a vereadora Marielle Franco. Durante a apuração, ventou frio, trovejou e caiu chuva fina; sem estar acompanhando a votação percebi que ganhara a Mangueira, com a sua homenagem a ela.
Um dos primeiros-filhos postou que a escola era dominada por bicheiros, traficantes e milicianos. O carnavalesco na hora respondeu,
- Cara, que mundo pequeno! que coincidência! dizem a mesma coisa do teu irmão.

sexta-feira, 8 de março de 2019

sobrevivências

Só sei mesmo o que ela me contou. Foi pouco e o resto foi dedução.
Então em algum momento do início do século passado, tendo conseguido fugir dos pogroms na Polônia e na Rússia, e possivelmente pelo intermédio do casamenteiro, casaram-se em Paris dois sobreviventes da intolerância; não tiveram filho varão mas sim duas meninas que crescendo entraram para a indústria do couro, tido como mais limpa (um pouco) do que o ofício de sapateiro remendão que era do pai.
Mas veio a invasão alemã da França e vieram as leis discriminatórias. Além da estrela amarela que elas tinham de usar, todos os judeus não franceses deviam ser deportados. Essa parte ela não contava, mas se o casal e a tia sobreviveram é porque não apenas os vizinhos católicos não denunciaram como as duas moças alimentaram os três com as próprias e minguadas rações. Rações de tempo de guerra para duas pessoas e essas judias, para que cinco comessem.
Em 1942 foram avisadas pela vizinha mais chegada que era para se esconder imediatamente, num corredor embutido atrás de armário que já estava preparado. Pois acabava de começar a "rafle du Vel´d´Hiv´", Vélodrome d´Hiver, demolido depois da guerra por ter servido de depósito transitório de judeus franceses rumo aos campos de extermínio.
Até Paris ser liberada em maio de 44 pelas tropas norte-americanas, os cinco viveram ali dentro, sem dúvida colaborando com muito remendo em sapato alheio, e sem que nenhum outro vizinho denunciasse a presença deles. A coragem dos moradores da Escada X do prédio da rua de Ménilmontant, ladeira tradicional em bairro popular, protegeu a família por cerca de dois anos e pormenores práticos podem ser intuídos.
Depois da guerra foi casada por breve tempo com outro sobrevivente, que fugira a pé da Bessarábia deixando para trás a vida antiga. O ditador da Romênia tinha simpatias pro-nazistas e o moço imaginava sem dúvida que a Zona Livre francesa o acolheria. Ao chegar no que já fora anexado igualmente, onde vigiam agora as mesmas leis que em Paris, após peripécias que ela não queria saber de contar embora devia ter ouvido, teve a sorte de ser achado primeiro pela Resistência francesa e não pelos nazistas. Como todo judeu culto da Europa central, falava francês fluente.
Se caísse seria fuzilado como resistente em vez de ser deportado. Mas não caiu e casou-se com a moça do armário meses depois do fim da guerra.
Essa moça, agora anciã, deixando filho e netos, acaba de fechar os olhos, como o ex-cidadão romeno também fechou há tempos. Sobreviventes.
Salve a resistência de quem preferiu a vida.



sobrevivências

nnn

segunda-feira, 4 de março de 2019

itinerâncias

A jornalista e professora emérita de Bolle tem sido atacada, denuncia, nas redes onde possui contatos por agressores sempre homens brancos de classe media que têm a ver com o mercado financeiro. Muitos lhe fizeram ameaças veladas ou explícitas, pela sua posição crítica ao atual governo.
Acrescenta ela que de alguns recebeu solidariedade; e que por outro lado, é impossível usar rede social sem deixar rastros, e rastros foram deixados e ela comprou a briga.
 Parabéns a ela.

O filho mais velho do presidente, investigado por alguma (outra, não ligada àquele senhor careca)  irregularidade financeira, declarou que não tinha conhecimento do assunto pois nunca vira notícias do andamento do seu caso. Mas seguindo o rastro viram que ele acessara 66 vezes o portal do usuário ou seja, perfeito conhecimento tinha.

E o preclaro edil de São Sebastião do Rio e Janeiro nos explica que quer tornar todos os assentos dos ônibus "especiais".
Como é que é, senhor?  Contradição em termos. Se são TODOS, então nenhum é especial. Senhor Prefeito, poupe aos cofres públicos o ônus de vestir todos os assentos de amarelinho. Voltamos à estaca zero, demos a volta completa, o que induz o deixar o assento para gravidezes visíveis ou idade indiscutível é a educação e pronto. Proibir o grosso da população de sentar é ridículo e não vai funcionar.

Por fim, que o Igarapé tenha um bom caminho escondido sob as ramagens que nutre como lhe é próprio e longe das rampas brasilienses. Longa vida a essa fundamental itinerância.

domingo, 27 de janeiro de 2019

Dando continuidade a declarações do eleito durante a campanha, a sempre surpreendente ministra das Famílias e Tal declara que vão tornar possível o ensino em casa supervisionado pelos pais.
Assim é bom, nem paga professor, nem renova escola (só aquela em Caxias com o nome do pai do dito cujo, e é pra filhos de militares )  e nem há preocupação com a merenda escolar.
Vai haver pai pesando na balança se é melhor mandar o rebento comer a merenda ou botá-lo na lavoura.
A ministra, que na adolescência padeceu com violência em casa, e na mão de supostos benfeitores da família, violências essas inclusive sexuais, que a levaram a pensar em suicídio, mais do que ninguém deveria saber que há famílias que se devem fiscalizar e de quem se deve até muitas vezes retirar a guarda dos filhos.
Pais que não são confiáveis para simplesmente criar os filhos com saúde, o que dirá educá-los "cinco horas por dia" como ela recomenda.
A repórter quis saber quem haveria de fiscalizar tamanha empreitada e ouviu que "poderia ser o Conselho Tutelar" que então vai precisar triplicar os efetivos, pois agora dão conta da violência familiar e abandono de menor. Fiscalizar estudos já é outro capítulo. Isso num país imenso onde o Conselho, creio, não chega a todas as glebas e recantos.
Ministra, pode ser que se reduz assim a categoria dos perigosos docentes, mas haverá que pagar esse povo. Já pensou?
A vantagem que vislumbro é que analfabeto não acessa rede social. É minguada.
Que vergonha.
Ministra, fique a senhora em casa!



segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

tudo pelo social?



 Regimes autoritários e violentos não merecem aprovação. Na mesma semana em que morreu o jornalista saudita, um venezuelano não resistiu às torturas, e como ele há outros. Não se entende o que o PT foi fazer naquela posse nem se podem perdoar camisetas da "Ursal" como as que vi expostas em Laranjeiras, e que o MST vendeu recentemente na Carioca. Por um lado se diz aos extremista de direita deste país que tal coisa não existe. Por outro se alimenta o mito. E claro, um dos países "socialistas" seria a infeliz Venezuela.
Socialismo é um dos termos mais vilipendiados do Brasil onde nunca existiu um PS nos moldes europeus para demonstrar a diferença. Quase todos os partidos possuem o S de Social (até AQUELE) e o mais parecido com certeza é o PSOL.
Regimes totalitários podem se chamar como quiserem, socialismo não é o que tropas, torturas e policiais armados impõem. Não sujem a memória de Salvador Allende.

Com tudo isso deve o Brasil intervir com sanções à Venezuela? Não e não; primeiro porque fere a tradição de neutralidade itamaratiana, que se relaciona com nações e não com governos. O que está Maduro deve cair por vontade da população. Depois o candidato mais óbvio, que agradece a ajuda obtida do atual governo brasileiro, periga trazer algo não necessariamente melhor, apenas diferente. Tem estreitas ligações familiares com o Exército, negou-se a comentar para os jornalistas brasileiros, e a ajuda que tanto preza é de um ex-capitão que povoou o governo de generais. Temos muitos problemas a resolver, não acrescentemos essa eventual culpa no futuro alheio.

Generais são insubstituíveis em seus lugares, e festejada seja a volta do general Franklimberg, de origem indígena por sinal, à Funai. Além das qualidades demonstradas, interessante no posto alguém que saiba e queira vigiar as fronteira, não pelo temor de invasões bélicas mas pela nefasta ação dos madeireiros.

Mas falando em fronteiras, o estranho filósofo que vive fora delas mas indica ministro xingou muito os parlamentares do partido do presidente que foram à China. Não porque eram muitos, e um ou dois bastavam para aprender sobre reconhecimento facial. Não porque não fosse, talvez, de bom alvitre, ou de bom agouro. Nada disso. O filósofo exaltou-se porque foram visitar um "país socialista". E isso ele proibira.
Obrigada, filósofo. Deu para rir bem num momento tão tenebroso.
 
 
 
Gisela D'Arruda