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sexta-feira, 23 de junho de 2017

justiças

O que pedir a Xangô em seu dia? pedir prisão e punição para os políticos (e familiares de) corruptos envolvidos na Lava-Jato não é nem que seja muito óbvio, é que tem muita gente em cima já.
Melhor pedir a ele que ajude as finanças públicas porque não é JUSTO que por conta das roubalheiras fiquem sem receber, ameaçando fechar, orquestras e teatros públicos. Que por conta das imperícias do governo anterior, queiram agora dobrar o imposto predial territorial. Não é JUSTO que cobrem dos funcionários públicos os rombos criados por governantes.
Não é JUSTO que a corja habitual esteja se virando para ir, um para a prisão domiciliar (de onde roubará via computador) outro para o caminho que leva à absolvição, e assim por diante; nem é  JUSTO que existindo tanta jóia e tanto rombo/roubo não se possa vender umas para consertar outros.
Não é JUSTO com o planeta que os nossos governantes ainda não se tenham acostumado com a idéia de que prédios novos, mesmo e principalmente erguidos com dinheiro público, devam ser inteligentes, com teto solar e reciclagem de água.
 Sim, há o Museu do Amanhã. Mas não creio que recicle água, e vale a pergunta, por mais lindo que seja, não era melhor estar hoje pagando os funcionários e corpo de baile do Teatro Municipal? Prédio inteligente serve para baixar o consumo e energia e ser útil. O Museu do Amanhã é útil? existe uma política ecologicamente correta a qualquer nível público, municipal, estadual, federal?
Punir é muito bom. Mas punir não basta, e menos quando os culposos escorregam para todos os lados como gotas de mercúrio.
O que peço a Xangô é LIMPEZA. Mentes sãs; corpos ( jurídicos e corpo físico da nação a todo nível, corpos de baile também...)  sãos.
Cauô Cabiecile!

domingo, 18 de junho de 2017

reféns sem glória

Não era novo o carro, até eu sei disso: modelos novos têm cores e feitios surpreendentes e esse era mais achatado e esmaecido. Não era por ser novo, mas por estar ali; talvez com a janela do motorista aberta, eu não podia ver de onde estava, no banco do ônibus seguindo para o Castelo.  Um dos usuários de crack que há umas semanas sentaram praça, sem trocadilho, na praça defronte ao Outeiro, praça essa que não tem outra finalidade que a de arejar e abrir espaço, o que já é algo, levantou a cabeça, viu o carro parado no sinal e veio a passos trôpegos mas determinados, com cara de pouquíssimos amigos. O que pretendia boa coisa não era, e o motorista aguardou o sinal abrir para arrancar no instante em que o crackeiro o alcançava. Arma não portava ou no máximo uma pedra na mão fechada; dia desses pode ser mais rápido e o motorista  vir distraído.
A lei não permite que se interne compulsivamente a população de rua. Desde sempre acho que uma categoria deve sim ser retirada das ruas: as crianças, com ou sem os pais; rua não é lugar de criança. Naturalmente é para dar atenção e cuidados, e não trancafiar onde não incomode visualmente.
Agora outra categoria se junta a esta, os usuários de crack. Não temos nada com isso se eles querem se destruir. Destroem a cidade, destroem qualquer projeto de segurança e de urbanismo.
As cenas vistas em São Paulo são replicadas no Rio, em menor escala (agora é que o crack chegou à pista da Glória; não creio que dure muito por ali, é por demais visível; faz tempo que uma das escadas de acesso a Santa Teresa ali perto foi "colonizada"... entre outros). Já se ouvem vozes pedindo a internação compulsiva do dependente achado na rua. Apóio e insisto: existe cura para dependentes, principalmente crianças, havendo boa vontade de ambos os lados. Vemos depoimentos de gente que hoje trabalha com música ou toca projetos sociais.
Sim, serão aves raras. Sim: sem a mútua boa vontade não se recuperam. Sim: boa vontade falta em grandes doses ao país do jeitinho. Começar é preciso. Não podemos seguir reféns de mais isso.
Pense nas conseqüências ao alimentar o tráfico, direta ou indiretamente. Foi-se há muito o tempo em que traficante no RJ não veiculava crack: aqueles morreram todos e estes vendem sim.
Pelo fim de toda cracolândia.




segunda-feira, 12 de junho de 2017

quando for, quando vier

Mais um dia de Santo Antônio; salve todos os Compadres, as Senhoras da Rua e as entidades que vibram com eles. Uma delas, bem curiosa é Seu Zé, um dos que "tiveram corpo". Há Exus que nunca tiveram. No Rio Seu Zé é associado aos Malandros, carregando nas tintas das emoções humanas, como o humano que foi; não se exime de sentir desejo de vingança nem raiva. No Norte, sem desprezar emoções que sentimos, tem forte pendor para a cura e o trato com ervas. E diz que seu nome então, para os que estão no Sul, é Seu Zé do Norte ou Seu Zé da Jurema, diferenciando a sua persona dos Malandros.
A indumentária é a mesma, mas nessa vertente ele pode ultrapassar fronteiras, ser louvado na Amazônia colombiana ou peruana por exemplo.
Seu Zé da Jurema, que no Norte é Seu Zé mesmo até onde sei, trabalha por exemplo no Marajó, sempre de terno branco e panamá.
Esta capacidade de preencher espaços, de estar aqui assim e acolá de outro jeito, é sugerida no seu ponto cantado.
Oi Zé, quando "vim" de Alagoas, toma cuidado com o balanço da canoa.
 Oi Zé, quando for, quando vier, só não maltrate o coração dessa mulher.
Há versões ligeiramente diferentes, inclusive corrigindo o erro de português, mas canto com gramática torta e tudo; dizer"quando vim, tomei cuidado" afasta a entidade exatamente desta sua característica de estar indo e vindo e sendo um aqui e outro lá.
Seu Zé pode muito, mas precisa de folha para trabalhar. Que os Céus e a Terra inspirem governantes pelo Brasil e pelo mundo. Replantio já.
Bem, o prefeito do Rio criticou o polêmico presidente dos EUA por sua atitude retrógrada em relação aos temas de ecologia. Pode ser um começo. Que replante com urgência tudo que o antecessor mandou cortar. E que seja imitado Brasil afora.
Vamos pedir a Seu Zé.
Mojubá!

quinta-feira, 8 de junho de 2017

telemundo

Lá por 2004 um mestre de Feng Shui explicou que os vinte anos entrantes seriam de, palavras minhas que esqueci as reproduzíveis dele e as não reproduzíveis vocês não iam querer saber- muita telecomunicação e baixa comunicação. Comunicação real, entre as pessoas.
E o danado tinha razão a um ponto que talvez a ele próprio surpreenda.
Algum de vocês realmente acredita na amizade de dois mil amigos invisíveis? alguém deveras se orgulha de informar os seguidores que saiu do cinema?
Alguém se sente mais seguro no mundo, mais protegido ou defendido por ter celular, a não ser nas raras ocasiões em que com ele gravamos o delito alheio ou acionamos polícia ou ambulância? No mais das vezes serve pra dizer, Cheguei, ou Vou atrasar meia hora- e para isso foi pensando inicialmente.
Há quem mude de aparelho todo ano (das minas do Congo provém a matéria-prima para um dos componentes e nem vos falo das condições desumanas de trabalho) quem se penteie pelo espelho da telinha, quem se recuse a tê-lo embora use a rede virtual; quem se recuse a aprender mensagem de texto, ou mesmo a lê-las. Todos os níveis convivem num caos crescente. E sim, alguns possuem um de cada operadora, as quais certamente ficam sensibilizadas.
A onipresença das comunicações cibernéticas em nada ajudou a comunicação entre as pessoas. Recentemente expliquei a pessoas diferentes que pouco apreciava os borborigmas visuais gerados pelos celulares novos, onde carinhas amarelas substituem aos poucos as palavras. E o resultado foi sumirem do mapa, e se era assim, melhor assim.
Mas há duas categorias que se beneficiam muitíssimo com o telemundo. Uma é constituída dos facínoras islâmicos que passaram a divulgar pelas redes os atos praticados.
A outra são os amigos do alheio, seja em escala mais primitiva, de dentro ou de fora dos presídios como há pouco pudemos comprovar; seja em escala literalmente federal. Estadual. Municipal? chegamos lá.