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domingo, 27 de novembro de 2016

.. e as outras palavras!

O neném gostou do desenho de um peixe rosa e amarelo e a mãe baixou  da rede. Muito bem, uma hora pediu pra ver.

Era um vídeo infantil sim, mas evangélico. Juro que não é implicância com o prefeito eleito (que apoiou o que sai e que agora sai de vez, pra Miami parece. Prefeito de uma cidade e o seu sonho era morar fora dela... meu Deus).
Voltando ao vídeo, foi oportuna coincidência, oportuna porque agora sei exatamente com quem vamos lidar.
Primeiro e por muitos minutos e cenas, a afirmação seguinte, 
- Quem não lê a Bíblia não cresce/ Tem que ler a Bíblia pra poder crescer. 
As imagens não variavam, crianças e Bíblias abertas. Depois vieram os bichinhos que justificavam o desenho do peixe, em número de três. -Se eu fosse um elefante, com a minha tromba eu louvaria o Senhor. Se eu fosse um urso polar, com todo o meu pelo eu louvaria o Senhor. Se eu fosse um peixinho no fundo do mar, eu louvaria o Senhor.
Não havia acabado. As crianças voltaram, vestidas de soldados, não de soldadinho de chumbo mas uniformes verde-oliva com capacetes brilhosos. Declaravam que eram o exército da Bíblia.
Comentei com a irmã do neném que se eu achasse que ler a Bíblia fosse ruim em si, não a lia volta e meia na minha casa, nem menos dava uma edição infantil ilustrada para ela. Mas que jamais me passaria pela cabeça proferir ameaças do tipo "ou lê ou não cresce" e pra mim estava de bom tamanho. Ela assentiu gravemente e como o neném não permitia que se desligasse, saí da sala.
Logo apareceu a menina, indignada. Tinha atingido ela também o seu limite, que era declararem as crianças que eles eram Os Cristãos. Como a mãe é católica praticante e o primo acaba de fazer comunhão, se sentiu atingida.
E agora sabe exatamente ela também com quem lida, sem ninguém ter precisado fazer a cabeça. 
Pois é, há palavras de boa vontade; mas como disse antes, há as outras.




terça-feira, 15 de novembro de 2016

as palavras de boa vontade...

Um mimo pra gente, diziam todos. Esse ano estava imperdível o Festival Mimo que é internacional e itinerante, mas cai como uma luva em português. Fortuna, Totó la Momposina, Antônio Nóbrega, ganenses e cabo-verdianos, e muitos excelentes brasileiros.
Confesso que foquei nos três primeiros (com o recital do cabo-verdiano de lambuja, na Praça Paris) e só posso louvar a cabeça aberta dos padres de Nossa Senhora da Glória do Outeiro por oferecerem o espaço sagrado à Fortuna com os seus cantos tradicionais de Sefarad. Ela retribuiu entoando dois cantos gregorianos que no disco são levados pelo coro do Mosteiro de São Bento e emendando com Salaam e Om Shanti além de Shalom, para o mundo todo.
Eu já sabia da boa vontade desses padres pois no tempo em que o Movimento Inter-religioso organizava a sua "Aldeia Sagrada" (pode até ser que ainda organize, eu deixei o MIR faz tempo) a igrejinha linda e tombada oferecia o seu espaço externo para as diferentes barracas e correntes religiosas.
Não sei é se os padres sabem que Nossa Senhora da Glória do Outeiro também, e ainda mais inusitadamente, protege o cinema do Museu da República. Acontece até de ser aplaudida quando aparecem os dizeres antes da sessão...
Como é feriado (e comemoração do nascimento OFICIAL da Umbanda; como muitos, acredito que começou a nascer muito antes, de raízes indígenas, católicas e africanas principalmente cambindas) hoje fico só nas palavras de boa vontade. Mas terei de falar de outras pois assisti por engano alheio a um vídeo estarrecedor....
Om Shanti pra vocês também; Saravá, Axé, Shalom, Salaam, Erehé, Hidjedjé e Tz Bei!



quarta-feira, 9 de novembro de 2016

quatro anos no mínimo

Duas eleições preocuparam o eleitor carioca, a municipal e a norte-americana já que poder econômico é algo que tem o potencial de afetar a quase tudo. Afirmaram especialistas de lá e "Brazil Watchers" que na verdade América latina interessa bem pouco e que um candidato ou a outra não fariam grande diferença; a diferença estará na política interna e sim, na externa mas não em relação a nós.
Bem, teremos quatro anos para descobrir se é verdade.
No mínimo.
E meus pêsames ao mundo.
Já no Rio, temos que desejar que o eleito acerte mais do que erre; que não incorra em despesas faraônicas, como já declarou não querer incorrer. Que respeite a lei e as suas próprias declarações.
O ainda prefeito cuja primeira ação após a derrota do "seu" candidato foi sair voando pra alguma cidade dos EUA, não lembro qual, onde já estava a família, declara com razão aliás querer ser prefeito até o último dia. Dizque o cafezinho chegar quente é sinal de poder, e que quente chega. Melhor pra ele.
E como prova do que diz já mandou cortar uma imensa figueira nas Laranjeiras, perto de onde mandara cortar um ipê: até o final conviveremos com a sua alergia a árvores, a sua incontinência verbal, o seu cavaquinho e o seu riso escancarado. Bem, ele deixou uma cidade assim, com igrejas tombadas ruindo, hospitais quebrados (em ambos sentidos) escolas que nem te conto, dívida de 80 milhões (talvez uma parte já paga?) com os fornecedores dos Jogos e faltando os ônibus que mandou sumir, e ri tanto: imagino que pela proximidade do aeroporto.

Agora o pior será ter saudades do seu estilo, o que parece hoje difícil mas tudo é relativo. Veremos...
Mas correndo o risco de me repetir já que este blog comentou fartamente a coisa em 2013, entre os famigerados black blocs daquele ano que tanta destruição causaram, havia alas religiosamente intolerantes, digamo-lo assim, e que deixando a calçada do Palácio Guanabara pela Pinheiro Machado arrebentaram a fachada de um bazar de caridade porque era gerido por casa de Umbanda.
Fica o recado pros que votaram naquele senhor dizque contra os blocs cor de formiga; até o cardeal, assim nos dizem.
Meus pêsames a todos nós.