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domingo, 29 de janeiro de 2012

microcosmos

Com o ano novo lunar que rege o feng Shui, os praticantes adaptam as "curas" á nova realidade. O ideal é tratar as "estrelas" permanentes e as anuais, que sempre estão mais fortes. Na impossibilidade de fazer ambos porque não se teve acesso a quem soubesse explicar, tratar um só já adianta. (Refiro-me sempre à escola tradicional dita das Estrelas Voadoras. A modalidade "californiana" do Chapéu preto é muito gostosa de fazer e pouco funciona. Como expliquei a uma cliente, não há motivos para não procurar coisas bonitas e se divertir também nas Estrelas: ela havia usado, baseada em conselhos de outra pessoa, fôrmas de vidro refratário rasas para as Águas da Paz, o que além de feio é ineficaz, os vidros precisam ser fundos; e podem ser decorativos...)
Quando não dá pra fazer nada do que vai acima porque você não tem acesso a um profissional, mantenha tudo muito arrumado, sem entulhos, e evite badulaques decorativos que gerem movimento (como fontes decorativas; pessoalmente implico com elas por causa da juxtaposição da água e da eletricidade. Feng Shui é Água e Vento, não água e energia elétrica...). E tudo que der para realizar em varanda ou sacada, prefira, porque um espaço aberto ou semi-aberto é neutro em termos de Feng Shui (varanda envidraçada não é neutra).
E se tiver como repor energia para a Mãe Terra ou em sua casa ou fora dela, faça-o. Canteiro de rua está valendo. A catástrofe que nos arrasou no Rio se deve á ganância humana, e o prédio que ruiu (arrastando outros dois que nada tinham com a história) simboliza bem o que espera a espécie humana se persistir em pôr PIBs e que tais à frente da prservação, o "desenvolvimento" à frente da ecologia. Tiraram tanto, mas tanto, do famigerado prédio, depois de lhe terem erguido o que não deviam onde não deviam, tudo pela cobiça do lucro, que lá se foi, levando vidas.
Que o ano lunar traga mais consciência.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

quando a hora é chegada o burro camba sem querer

Saudando o dia 20 de janeiro, quando reabrem os terreiros após o recesso natalino, e ainda a São Benedito, a todas as folhas e às vibrações, quero compartilhar a surpresa que tive ao reler MACUNAÍMA, de Mário de Andrade. Um dos prediletos da adolescência, relido várias vezes depois; recentemente temia abri-lo e me decepcionar. Pois reli e além de continuar vivo e próximo, (re)descobri que o capítulo Sete, apropriadamente chamado "Macumba" em toda singeleza, nos traz a descrição de um batuque- não convém dizer "gira" no caso- na casa de Tia Ciata. Há um lista extensa de freqüentadores famosos inclusive Manuel Bandeira; não lembro se estava também Sinhô cujas letras refletem a sua fé (a citação lá e cima é dele)
O relato pormenorizado demonstra o que sempre digo e escrevo, havia UMA FORMA de Umbanda antes da Umbanda nascer oficialmente (é certo que esse nascimento foi por volta do batuque relatado). Aquelas entidades todas, como o Boto Tucuxi, não acabavam de nascer e inclusive nada tinham a ver com o Caboclo das Sete Encruzilhadas e a sua rosa branca. À meia-noite acontecia o que ainda acontece em certos terreiros e chamamos de "virar a gira', bate-se para Exu (a maioria hoje acaba trabalhando noutros horários para os Compadres).
Bem, nesse conturbado presente, as folhas deram um belo recado. Árvore adotada e mutilada dias antes do Natal por um caminhão-cegonha desgovernado está rebrotando inteira do lado machucado. É uma mutamba, não parece ter uso medicinal mas que linda vibração. Algum uso de fitoterapia porém terá ainda que não figure nem no Lorenzi nem no "Ewé Orixá"; pois a gata devora as folhas, já secas, que trouxe para casa após o acidente. Ensinando a mim e a todos!
Ewé assá, as folhas dão jeito; e como diziam no batuque da Tia Ciata, Vamos saravá!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

ornitologia...

ORNITOLOGIA

Tornando o angular redondo
gira a gata triunfante
gorda e branca como a Lua
resmungando feito pombo.
Esbelta, a gata miúda,
tolerando a invasão
por serem de igual pêlo
contempla séria e se cala
na projeção vertical
do enfeite que não faz falta,
pois as gatas valem mais:
o pingüim de geladeira.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

as águas de oxalá

A virada verde ecológica da Prefeitura não funcionou, no sentido de haver bem mais lixo do que de costume (ainda bem mais). Faltou cidadania e todos têm culpa, turistas, governantes e cariocas que tinham de dar o exemplo....
creio que o costume de receber o ano alcoolizado não ajuda. Agora é aguardar a promessa oficial de plantar "umas arvorezinhas" pra compensar os fogos verdes tóxicos qe a chuva deixou cor de chumbo...
Falando de cores...
A roupa branca da virada é influência da Umbanda nos costumes, assim como o hábito de levar palmas de santa rita às águas; inclusive é triste ver alguns que atiram as flores de longe, em vez de entrar n´água respeitosamente e esperar a onda certa. Aquela, que carregue a oferenda embora.
Quem apanha água do mar deve fazê-lo na vazante (assim que a preamar acaba; há duas marés por dia e nem todos os pescadores de hoje, principalmente alcoolizados na comemoração de fim de ano, conhecem os horários. Ontem no que seria a preamar- o momento correspondente à mortágua que encerra a vazante, em que o mar não parece crescer nem baixar- veio uma onda grande e me assustei, pensando ter errado o cálculo feito com base na informação do jornal, mas acabei tendo razão eu e não o membro da Colônia de Pescadores, pois após aquela demonstração de força, a maré começou a baixar e apanhei o meu boião d´água, de boca bem larga para pode colher água a favor das ondas e não contra.
O ano é de Oxalá, e Ele optou por iniciá-lo com chuva que acalmasse os ânimos. Que a Sua paz esteja com cada um de nós e dentro de nós, que o caminho da Umbanda se faça pela paz.
Harmonia e luz.