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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

os bons hábitos..


O Brasil se fez, independente de todas as mazelas, tomando banho no rio, geralmente duas vezes por dia  ;pelo menos o Brasil rural e pobre. Hábito saudável, herdado dios indígenas. E fosse aos domingos, fosse aos sábados, o banho de cuia em casa,  esse o banho oficial, pra chegar limpo à missa, e era quando se vestia roupa limpa por modesta que pudesse ser.
Pois ouço falar de gente muito idosa que, ao perder o rio como local de higiene por conta da urbanização, manteve o banho "oficial" que antecede a missa.... e não trocou os múltiplos banhos de rio por banho em casa... mesmo tendo já um chuveiro. Simplesmente não ligaram uma coisa à outra. Dia de banho continuou sendo o "da missa", os do rio eram brincadeira, não eram coisa séria, e não foram substituídos. A informante mineira, espontânea, tem pais bem idosos, com banheiro em casa, e como eles há outros velhinhos que nem isso têm (e têm a desculpa, se é desculpa, de não o possuir).
Hábitos nascem na mente antes de moldarem os gestos, e o país está cheio de maus hábitos. Não separar lixo. Tomar banhos longos. Abrir as torneiras ao máximo.... e como se vê, até mesmo dormir porquinho sem se lavar porque nõ é dia d emissa e o rio ficou longe!
Pois para que não fique longe demais, impedindo o acesso de todos nós à água, pelo viés de torneiras em estado de seca, vamos poupar, usar com respeito, e plantar para chamar mais água. Muita água em 2013, no céu, no copo e nos rios, deseja o caminhodasfolhas.



domingo, 16 de dezembro de 2012

museu da polícia outra vez!


Leio no Globo de hoje domingo que a Polícia Civil planeja abrir no prédio da Rua da Relação,que é tombado por suas qualidades arquitetônicas e que abrigou o DOPS de mui triste memória, um centro comercial.
Lendo mais, vejo que este ficaria no térreo apenas; mas o segundo andar abrigaria salas comerciais. o ùltimo andar continua pertencendo à Polícia, e seguiria aberta à visitação.
Ora, para a Polícia, que atualmente se espalha por dois andares, conseguir se apertar no terceiro, as ex-salas do ex-DOPS serão  decerto"modernizadas", repaginadas, e já há um movimento, abrangendo entidades diversas, membros da OAB, membros da Comissão Nacional da Verdade, de repúdio a este uso.
Subscrevo a esta indignação e tenho outro motivo para ela:
o que vai ser feito das COLEÇÕES AFROBRASILEIRAS APREENDIDAS? Estas ficam no andar das futuras "salas comerciais".
Já falei deste problema aqui no blog, que pesquisado revelará o texto a quem procurar; falei dele também no UMBANDA GIRA! no capítulo sobre preconceitos. Havia eu prometido a um dos delegados, que era umbandista, levar pessoalmente um exemplar a ele, quando publicado, e se não o fiz não foi esquecimento nem má vontade de minha parte, viu Comissário!: apenas, quando telefonava e temtava agendar uma visita, ouvia desculpas esfarrapadas e não conseguia ir adiante. Depois vieram as obras... e agora este susto  embrulhado como presente natalino. Presente de grego.
A Coleção Afro-brasileira fica em sala à parte, trancada. É quase impossível visitá-la, e agora será que vão resolver o problema, levando os tambores para não se sabe onde?
Continuo na mesma opinião: ocultar é um erro, o DOPS existiu, as apreensões de objetos litúrgicos existiram, censurar não corrige o passado e não se faz História censurando. Vamoa pôr a boca no mundo pra saber qual será o destino da Coleção.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

"ewó" andino






Descobri que tenho "ewó", proibição ritual de comer algo, com amaranto. Descobr, como sempre se costuma descobrir: às minhas próprias custas. Não tenho até onde sei alergia a nada, pólen, poeira, peixe, e tal; mas não posso tomar chá de melão-de-são caetano ou passo mal, logo esse chá, tão curativo, afirmam, e recomendado às mulheres na Umbanda.
É que melão-de-são-caetano é uma cucurbitácea ,e quem é do meu orixá deve evitá-las- mas nunca passei mal com o verdadeiro melão, que como pouquíssimo mas com prazer e sem seqüelas. Todavia a única vez que tomei o chá que nos recomendavam, senti enjôos horríveis como de gravidez- os mesmos que senti ao ingerir comida com amaranto. Da primeira vez foram suaves e atribuí ao paladar do farelo de trigo que há muito não comia. Desta segunda cuidei de não pôr o farelo, mas o amaranto estava em dose maior... para quê!
Recomendo a sua ingestão a quem puder, este grão andino é da trilogia quínua-chia-amaranto, extremamente saudável. Não comprrendi ainda os motivos da quizília, amaranto é grão e é andino.... Talvez vendo a planta entendesse melhor. Vendo a cor, a forma....
Ficarei com a quínua, ou quinoa, muito mais saborosa (amaranto é saudável mas não tem gosto de nada) e que felizmente não me causa os enjôos que anunciam o ewó.



domingo, 2 de dezembro de 2012

bela oyá



Melhor do que aquela restauração dio Cristo ficou... mas puseram aqui no RJ  Santa Bárbara com cara de Barbie. Cútis branca reluzente, olhos pintados à egípcia, batom.... A intenção foi boa, o resultado nem tanto, e a data, da entrega às vésperas do 4 de dezembro, infeliz coincidência....
No mais, haviam prometido para o fim do ano passado a edição da Revista da universidade de Ilhéus com o meu poema homenageando Oyá Muito bem, pensei, será então por volta do dia dela. Pois nada. O ano inteiro para a revista sair...todos esses meses e a publicação só veio agora. Em tempo para o seu dia DESTE ano. Bela Oyá!

IANSÃ
I- O vento uivando na rua
com raiva de tudo que é vivo.
II- Na vereda o vento louco
sopra a brasa da caatinga
cala os pássaros da tarde
seca os pântanos da mente
anestesia o pensar.
III- Minha senhora do leque empinado
bailando veloz
coroa de luz
feche o leque!
Deixe subir o perfume das flores
deixe descer o sereno, senhora
deixe que a chuva lhe venha limpar a espada
permita-se sorrir.



sexta-feira, 23 de novembro de 2012

novembros





Que traga bons ventos o Joaquim Barbosa, de quem , sendo ministro, ainda não se disse mal- só por isso já é digno de nota. Inevitável reparar na sua cor, estando onde está: o Brasil precisa com urgência miscigenar-se mais. Misgigenada é a Umbanda, e para consolar-me que não houve a segunda edição da Festa Africana no Calouste (foi um sonho, duas vezes no mesmo ano.... a edição de maio foi maravilhosa), que o Back to Black está fora d epreço, irei à comemoração na Assembléia pelos 104 anos oficiais.

Martinho da Vila declarou algo no sentido que "Machado de Assis era negro e não causou aos negros o orgulho que Joaquim Barbosa traz;" ora pitombas, Machado tentava confundir-se na soociedade dominante e não combatè-la, nem sequer corrigi-la. Machado era mestiço, e em seu tempo a maioria dos negros infelzmente não o liam, e sequer liam,: nem davam pela sua existência.

Muita gente esquece que André Rebouças,  dedicado abolicionista por sinal. era tão mestiço quanto Machado, e que chegou a engenheiro ainda no tempo da escravatura. Recusou mão-de-obra escrava na obra que o tornou famosso, trazendo enfim mais água para a cidade, terminado alguns anos antes da Lei Áurea. Por esses anos muitos, como o Mosteiro deSão Bento, já libertavam todos os cativos, transformando-os em empregados. E quanto às necessidades específicas de Rebouças, já então abundavam os pedreiros livres de todas os matizes, muitos deles nascidos em Portugal ou na Itália. Possivelmente tvários destes trabalharam incrédulos por receberem ordens de um negro...

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

encruzilhadas

Hoje é dia 15 de novembro, e enfim, com a ajuda de meu filho, o  blog voltou a funcionar apesar da mexida que o provedor volta e meia faz, baralhando e atrapalhando tudo. Há duas semanas pelo menos não conseguia escrever nele; a energia da Umbanda deve ter ajudado. Pois dia 15 é o aniversário oficial.
Sou da opinião, baseada em fatos, que a Umbanda existia antes do 15 de novembro, e que a mesa branca de São Gonçalo veio trazer apenas ventos cardecistas para a canjira cambinda. Desde então inúmeros matizes coexistem nela, qualificando duas ou três  linhas principais.
Sempre me chamou a atenção que no meu bairro não existem encruzas macho (irmãos de branco da linha mais cardectista, isso pouco tem a ver cm vocês, creio...) Fêmeas há; existindo ruas, a probabilidade é alta que a maioria seja em ângulo reto. Aqui também é assim.
O bairro nasceu em volta do rio Carioca, com sub-bairrinhos aqui e acolá, e não há encruzilhadas em  cruz, apenas em T, ou cruz grega se preferirem, em Tau.: o tipo considerado feminino, pertencente à Pomba-Gira.
Há pouco tempo me caiu a ficha que houve, sim, uma única encruza macho no bairro, exatamente a dois passos de onde moro, e que não existe mais. Por ter existido, ainda há gente que arria oferenda por aqui.  Mas as obras de duas ou três décadas atrás (não morava no bairro) criando uma ilha central para disciplinar o trãnsito, acabaram com os engarrafamentos, tristemente famosos; e tambem com a encruzilhada, que passou a não ser nem macho nem fêmea, não servindo para despacho portanto.
Só existem, liturgicamente, dois tipos, ambos de ângulo reto e este, singelo. Variantes, Exu não aceita...
E quem precisa muito de encruza macho por aqui, tem de ir até outro bairro.
Laroiê Exu nesse dia, que comemora a união das encruzas com a mesa branca; laroiê Exu que dá caminho!



domingo, 28 de outubro de 2012

erva da lavadeira





Há poucos dias tive a alegria de proferir uma palestra no IPHAN (Instituto de Preservação Histórica e Ambiental Nacional, salvo engano na sigla) sobre lavadeiras, tema de vasta pesqusia minha há vários anos e que motivou também a publicação d eum artigo na Revista do IGHB. O livro permanece inédito.

Além dos demais aspectos culturais, existe o viés das folhas usadas. Não apenas fitoterapicamente, para tratar eventuais unheiros (não eram raros, infelizmente) mas para entrar no lugar do sabão.

Que era de baixa qualidade, feito de cinzas e sebo, gorduroso, e fabricado artesanalmente há pouquíssimos anos senão ainda hoje em localidades rurrais fluminenses e sem dúvida de outros estados. Tendia e tende a lavar pouco e se bobeasse, ainda manchava. Então se usavam errvas que suprrissem a mesma carência. As mais divulgadas eram o melão-de-são-caetano (ou "erva das lavadeiras"); a folha de mamoeiro, principalmente nas fervuras; e o sabonete (sabonete de macaco, saboneteira) também empregado na higienre pesoal.

O lindo passarinho preto e branco, também chamado por esse motivo viuvinha, levou o nome de lavadeira porque gosta de espelhos d´água (não é condição "sinne qua non", observei; pois por aqui voejam muitos!) Perto d´água ou fora dela, dedica-se a devorar mosquitos e afins. É um tiranídeo como o bem-te-vi (saõ tiranos para os insetos) e puseram-lhe o nome oficial de "Arundinicola leucocephala", um desses horrores lingüísticos que misturam latim e grego, indicando que tem cabeça branca e rabo de andorinha (brasileira). Há uma lenda sobre a viuvinha- lavadeira, que teria lavado os cueiros do Menino Jesus para Santa Maria descansar....

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Erva e saúde



Não raro algum amigo ou total desconhecido que me achou na rede virtual me pede para receitar-lhe tratamento com ervas e passa então a descrever os seus males.

Não é essa a finalidade do portal caminhodasfolhas. Além de não haver motivo para eu tratar ninguém de graça com dicas além das que já se fornecem ali, seria injusto também para a pessoa que tenta driblar a consulta.

Cada um de nós é UM inteiro, um ser holístico com emoções e corpo energético além do físico. Pela rede não vejo nem cheiro nem avalio corretamente. Pela rede se calam inúmeras coisas.

Há outro motivo ainda, as ervas são muito boas energeticamente falando, são boas por si só, boas por existirem e por nascerem para nós. Mas como remédio, elas, na nossa fitoterapia deixam a desejar porque tratam o SINTOMA e não a pessoa. Mais uma vez: cada um de nós é um ser completo, não uma sinusute nem uma dor nas costas. Uso e sempre usarei a erva curativa como complemento apenas, da acupuntura e do floral.

Quem só admite se tratar com ervas, reparem só, recusando tratamentos mais holísticos, em geral acaba misturando com alopatia. Ou quando as ervas não resolvem tudo (raramente se resolve tratando só sintoma). Ou para supostamente potencializar o efeito, tomando por exemplo um coquetel-pesadelo de 2 ou 3 folhas fervidas no leite com algum comprimido da farmácia. E logo para gripes e resfriados, situação que as diversas folhas, pitanga, saião, eucalipto e tantas outras resolvem, aí sim, muito bem sozinhas. Acrescento, leite piora tudo que for respiratório. Só leite de mãe é indispensável quando se é pequeno, depois melhor não tomar.

E pelo amor de Deus não ferva a folha, não ferva a seiva, não ferva a vida.



domingo, 30 de setembro de 2012

só não lava a língua dessa gente

Por duas vezes nos ùltimos dez  meses tive os banheiros inundados por esgoto que voltava da coluna, que se soubesse de qual unidade provinha.  Deduzi, trabalhando com sinais, que teria problema com os vinhos já que me mandavam os seus dejetos... e não deu outra.
Agora fui inundada por água limpa proveniente da obra de um deles.  Em diferentes etapas e momentos, com diferents causas. Antológico.
Não é nada desejável e água escorrendo sem parar em pequenos filetes, além do desperdício, pode acabar trazendo grandes danos. Mas era água limpa, e as incessantes reclamações que fui obrigada a encaminhar me puseram em contato com o engenheiro que vem a ser parente de um dos "colunáveis" do esgoto.  Serviu para "desdemonizar" cada um de nós para o outro, trazendo mutuamente visão mais humana (infelizmente com o parente apenas até agora).
Permito-me um parêntese de cinismo: qual seria o grau da simpatia demonstrada se um vez de me estarem inundando estivessem sendo inundados?... mas é fato que os consertos acabarão por dar jeito em coisas que mesmo secas precisavam de reparos. Ou seja, vou acabar lucrando.
Bem, ainda não começaram os consertos... mas tenho as fotos que bati.
Vamos ver se "a água lava, lava, lava tudo" como dizia a marchinha.  Primeor o esgoto depois a água... pior seria se fosse o contrário. Vamos torcer!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

rega natural

Há uns tempos falei aqui da surpresa da bióloga no Jardim Botânico quando veram lhe dizer que a "Terminalia acuminata" que lá viceja estava extinta. Extinta como? Chegaram a um consenso, está "extinta na natureza" e plantaram uma centena de mudas por aí para ver se revertem a situação.
Pois é, é dia da Árvore, que para mim é todo dia. De presente, elas ganharam sabe o quê? Chuva!!!!
A data pode não siginificar muito mas a chuva representa.  Vinha chovendo uma hor apor semana e ficamos mais de dez dias não apenas sem uma gota como num calor fora de época.
Bom lembrar, quanto mais verde mais chuva-  e mais água na torneira, antes que algum cínico  fanático por praia sugira o  desmate...
Árvore não é paisagem, embora paisagem seja importante também. É oxigênio, remédio, temperatura mais fresca e vamos repetir, água.
Fico indignada quando mandam "NÃO" regar em tempo de estio.   É só usar água reutilizada. Não dá para regar gramados, e esse é um motivo que eu prefiro mesmo árvores e plantas na vertical a   extensos gramados.... Qualquer um pode separar a água de lavar a salada, a água de enxágue no balde do tanque, a água de lavar o arroz.... usem a imaginação. Apanhar água de chuva quando cai, e deixar separada e coberta, claro, para não dar dengue.
Como hoje estou colhendo, em vasilhas lá fora....

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

língua solta



A criança, feliz com as minhas brincadeiras, sorria como sorriem as crianças de quatro anos que não têm preocupações -algumas já têm- e esticava a língua a cada vez mais, até encostar no queixo. A língua corresponde na acupuntura ao Coração, e contém, como outras partes do corpo, um mapa holístico do mesmo. Não tão acurado quanto a orelha... E até o mais rudimentar de todos, depois da mão, do pé e do nari

(Pois é. Nariz também tem reflexos e em tese daria para tratar só através dele. Que não se usem rotineiramente indica que os pontos são mais difíceis de acertar do que os da aurícula. E não tão completos.). Mas enfim voltando ao da língua, o mapinha existe e funciona. Coração na ponta, Vesícula Biliar nas laterais, e por aí vai.

Tudo isso demonstra a importância da língua nas emoções. Que fica seca em alguns casos, podendo até doer, todos já sentiram. Há pessoas que sorriem com a língua paertada pelos lábios, ponta esticada para fora. Indício de perturbação energética muito séria e provavelmente mental. Afinal, na acupuntura, o Coração rege a mente, não eixtindo meridiano para o cérebro. Indício, também, de que o sorriso é falso e a autoestima baixíssima. Evite gente assim, independente de sexo ou idade, saia correndo, não se envolva qualquer que seja a sigtuação. Caso perdido.

Paralelamente, criança feliz estirar a lingua ao sorrir é todo o contrário. Como se estivesse desabrochando em direção à pessoa, confiando totalmente, baixando as defesas.

Aí eleas crescem e aprendem na escola a "botar a língua" o que tem outro sentido, que elas geralmente ignoram mas nem por isso... Aproveitem enquanto a lingua para fora é sío felicidade.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

abra a boca e feche a torneira



DESCULPEM A DEMORA- PROBLEMAS DE REDE
Abrir a boca e reclamar está na nossa natureza. Não reproduzir aquilo de que reclamamos são outros quinhentos mil-réis. A gente reclama muito de poluição, no entanto poucos sabemos da poluição que geramos.... Há muito tempo me inncomoda jogar no lixo comum escovas de dente velhas; mas que opção há? Depilá-las com pinça, pôr no lixo as cerdas e nos recicláveis pôr o cabo?

Li sobre um casal que faz mais ou menos isso, mas eles realmente reciclam tudo, até fio dental (para amarrar tomate) o que me parece um tanto exagrerado, para não usar outros termos. Palmas para eles, mas espero que nenhuma marca do tomate seco a que às vezes não resisto venha dali...

Pois um odontologista tupiniquim1 criou uma escova biodegradável. Chama-se "Dr Veit Bio" e ele, Avelino Veit. Chegou a isso após anos vendo as escovas serem descartadas no mato da Amazônia onde viveu... Há muita coisa boa neste campo sendo criada no Brasil, como o tira-cáries de papaína, totalmente indolor e natural. E cadê ele nos consultórios?

Vejo que existe um plano a que começam a dar execução de descartar escovas e tubos de qualquer marca nas agências dos correios. Reparem que no Rio pelo menos muitas vão fechar, por não se enquadrarem nas novas normas. Então a tal reciclagem de escovas só valerá para as maiores, portanto. Mas será muito bom, contanto que difundido e aplicado pela população.

Mas para quê tanta escova de dentes na Amazônia? por que não nos miramos no espelho africano, onde todo mundo tradicionalmente escova muito bem os dentes... mas com materiais naturais. Gravetos de certas árvores, em particular. Não acredito que inexistam plantas brasileiras equivalentes. As escovas (e tubos de pasta) estão gerando, na Amazônia, na serra e nas cidades, não apenas o lixo que preocupou com tanta razão o bom dentista, mas a necessidade de quantias respeitáveis para o governo fornecê-las.

E vamos todos abrir a boca para escovar direitinho... e fechar a torneira enquanto isso.




1Caderno "O GLOBO Amanhã" de 21 de agosto 2012

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

curas de agosto



Aroeira e caroba-pequena são duas árrvores cujas folhas são excelentes para males da pele. Mesmo havendo algumas variedades de aroeira que causam alergias, a mais encontradiça, aroeira vermelha, Schinus terebenthifolia, cura tudo.
Não é chegar e predar. Colha com respeito e mãos limpas. Transporte em papel limpo se for colher, como dizem nas lanchonetes, "para viagem". E tenha cuidado também ao comprar. Recuse plantas com raízes (não será o caso destas duas0 e galhos quebrados de mau jeito. Por algum motivo, talvez castigo por colheita nos infelizes moldes acima, a erva-de-santa-maria desapareceu no Estado do Rio. Vê-la é raridade. Mas no Sul dizem que vigora, e existem variedades quse iguais e com as mesmas propriedades vermífugas e afastadoras de insetos.
Todas estas plantas são de Obaluaiê, que sincretizado com São Roque tem a sua festa dia 16 de agosto. Um planta que até onde sei não é associada a santo nenhum é a cúrcuma, ou açafrão brasileiro, de cujo rizoma se exttrai um p~´os para tempero e crura.
Altamente cicatrizante, use em hemorragias externas direto como emplastro. Também é bom para erupões, mas pode haver alguém alérgico, nunca se sabe: apesar ds indianos usarem universalmente na cufa interna e externa (ajuda no diabetrs, por exemplo) se for empregar topicamente faça como sempre é bom nestes casos e passe um pouquinho em área de pouca visibilidade. Não havendo reação (não creio mesmo que houvesse) use á vontade.
Este ano com o dia 16 cai exatamente na Lua Preta, temos Omolu tornando-se Obaluaiê e trazendo a cura. Ah to to!!!




sexta-feira, 10 de agosto de 2012

fazendo escola

Bicicleta de bambu? Claro que não é toda ela. Tem que haver partes de metal, de borracha e de plástico. Mas a estrutura é de bambu, matéria prima não poluente e barata. Agora sim, tiro o chapéu para São Paulo, onde foram implantadas.
O projeto é da Prefeitura de São Paulo, e funciona voltado para as crianças em idade escolar (e pedalar). A idéia é que a escola empresta as bicicletas e as crianças voltam para a casa sempre em grupos, a bordo das mesmas. Cada uma com o seu capacete. De manhã, inverte-se o fluxo. Certamente deve ser preciso autorização assinada pelos pais, mas a idéia é boa demais para que uma eleição municipal a sepulte. Antes pelo contrário, deveria fazer, literalmente, escola.
Só podemos torcer. Já vimos muito projeto bom ser atirado fora com a chegada de novos eleitos. Não tenho acompanhado a política de SP e confesso que nem sei quem é o prefeito nem o seu partido neste momento. Então falo com o coração na mão: palmas para essa iniciativa e para a equipe que a fez nascer.
O bambu é extremanente resistente e já vem sem usado em construções biologicamente viáveis. Usá-lo em bicicleta já ouvira falar e não lembro se o projeto é pioneiro ou se toda a ideia germinou às margens do poluído Tietê, ou mesmo em terra Brasilis. Ou se foi adaptada de outro lugar.
No Oriente, o bambu representa o crescimento espiritual. Cresce reto em direção ao céu, é oco por dentro, o que na China antiga significava desapego à matéria, desejável vazio taoísta, "wu-wen", não-ego e tal; os nós representam as etapas da vida em que há dificuldades ou estagnação e a partir das quais se volta a crescer. Bem, políticos raramente são exemplos de desapego, mas se houver batalha de egos na prefeitura de São Paulo, que as magrelas de bambu sigam incólumes no caminho da escola.


sexta-feira, 27 de julho de 2012

jongo, banana e nanã



Minha prima elucidou para mim o nome "banana nanica". Nanico e o pé desta maior das bananas-frutas. A gigante da espécie sem duvida é a banana-da-terra, nascida aqui, e a cada ano míngua mais porque a enxertam com outras espécies. A figo? e suspeito mesmo que banana d´água.) A original, vi em criança, media pelo menos trinta centímetros!

Faltou dizer o que os "do babado" sabem, que a banana pertence a Exu por causa da forma. Conheci um mestre de acupuntura bem idoso que comia banana e depois fazia moxa no umbigo: comentavam que era para "yanguizar" o que há de mais yin, porém creio que ele intuía que talvez a banana não fosse tão yin assim. Podia ser yanguizar o yang mesmo, que estava bem precisado àquelas alturas...De todas as formas, tudo tem yang e yin assim como na leitura ayurvédica os três doshas estão em tudo.

Na semana de Nanã, que os nagôs dizem que é fon e os descendentes de fons no Brasil dizem que é nagô, e falando de alimento, podemos lembar que ela além de peixe come... feijão preto! Além de inhame, pois o inhame que comemos era há algumas gerações, atestam os livros, chaamdo de RAIZ de inhame: nasce dentro d´´agua. Comida da orixá do llodo, da terra molhada, dos charcos.

Com a aversão pelo dendê, estas são as principais comidas de Nanã que no mais come de tudo. Folhas dela são além das de flor roxa as que vêm do lodo, a ninféia, o lótus ( a raiz de lótus, medicinal, também é dela) a gigóia de flor roxa. O termo correto é gigóia, tanto que existe a Ilha da Gigóia na Barra da Tijuca, um paraíso cujo defeito consiste em ficar na Barra. Certo dia o principal jornal carioca gradou por engano "gigoga" e o erro disseminou-se. Quase-quase fez o mesmo com a palavra "toalha" que três vezes seguidas em uma semana grafou "tolha", sem A, mas aí, já ciente do poder do erro impresso, eu liguei para a redação e fiz um barulho. Outros pdem ter feito o mesmo. Ainda dizemos "toalha", felizmente.

Nanã está no princípio e no fim de tudo. Diz um ponto seu que "na hora da criação ela já estava". Não há falta de respeito nessa nistura de temas, que perdoará numa semana pesada; as velas e os cantos foram oferecidos rigorosamente no seu dia... que agora é também dia nacional do Jongo. Com que voltamos ao tema da banana!



quinta-feira, 19 de julho de 2012

lá da martinica



Ninguém entende por que motivo chamam de "nanica" a banana-fruta que mais cresce? Já o " d´água" eu entendo, é do que tem gpsto, que me desculpem os apreciadores. Notaram que "Musa paradisiaca" é a banana-prata? a banana d´água é Musa outra coisa.

E se pus banana-fruta não é redudância; há espécies deliciosas mas que não servem para morder e sim para assar ou cozer. banana da terra por exemplo, assim chamada porque é naturl daqui, as variedades doces vieram da Ásia via os portugueses..

Pois publicaram a foto de duas bananas, uma nanica (ou seja, d´água) e uma relíquia que é preservada em alguns lugares, a mãe das bananas doces. Esta, cortada ao longo para exibir as sementes. Que sementonas! redondas e negríssimas e permeando toda a polpa, esta meio translúcida. Que sabor terá não imagino. Com o cultivo, as sementes se tranformaram naquela poerinha quase imperceptível que vemos ao morder: mais polpa para se comer e as sementes são, ou talvez se tenham tornado, inúteis pois sempre se ouve dizer que bananeira nasce dela mesmo, do pé antigo.

No Norte ainda pode ser que haja quem coma banana no café da manhã, em vez do pão.(e o pão que a maioria dos brasileiros consume é tão ruim que quase qualquer coisa é melho. Quanto mais banana-da-terra!)

O que pouca gente sabe é que a casca INTERNA da banana é bom para lesões cutâneas e cicatrizante de pequenas feridas. Mas faça um teste de contato num local discreto, perna ou braço, para ter certeza que há tolerância.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

correspondendo...


Eu já falei disso no meu primeiro livro que dediquei a estas correspondências. Mas os objetos replicam os problemas da vida. Os objetos. Os animais. Os pontos de acupuntura. Os órgãos, as plantas, e tudo o mais. Cada um na sua área.

Muitos problemas de saúde e muitos problemas de informática são na verdade problemas de comunicação com o universo. Os de informática se resolvem cuidando do Feng Shui- não o que manda pendurar badulaques pela casa, o tradicional, chamado das "estrelas voadoras" (os nomes chineses são poéticos e às vezes desconcertantes para nós mas a técninca FUNCIONA). Agora num aperto, pode quem sabe resolver levando o aparelho para a varanda (se não tem, tente então mudar de cômodo simplesmente) . Pois assim foge à energia daquele momento naquele lugar; Feng Shui é uma coisa viva.

No momento, o meu computador desconfigura, fica com a tela borrada, a rede cai, ou tudo isso junto, por conta de problemas sérios pelos quais venho passando, de comunicação com os condôminos. Por exemplo, um camarada que recebeu boleto para pagar sua parte da obra adiantado, como solicitara,, ficou com ele em casa 10 dias e pagou na TARDE do último dia. Atraso no começo da obra por culpa dele. Ameaçou cortar a água, o que lhe ifz notar seria ilegal até vindo da síndica, -que sou eu- para moradro inadimplemte!

Felizmente falei com a mulher dele que prometeu passar a cuidar da comunicação no lugar dele. Tomara então que a minha rede e o meu computador possam normalizar enfim...

terça-feira, 3 de julho de 2012

deixa a fumaça entrar



Arlindo Cruz tem um samba para o defumador de casca de alho. mas descobri que na roça a casca de alho é valorizada qualquer que seja a religião da família, porque... afastaria cobras!

Afirma o informante que mesmo sem fazer fumaça todo dia os bichos sentem e não penetram. Será tão apurado assim o olfato dos ofídios? Bom seria se também eliminasse o barbeiro e a viúva-negra.

Mas alho tem outras utilidades, além a óbvia, de ser tempero. Bom para o coração (e ruim para o estômago! quem sofre dele modere-se bastante no alho. E lembre que uma coisa é o orgão, outra coisa é o meridiano, mais abrangente) também é antibiótico e protege o sistema imunológico. Evita infecção hospitalar e a combate. mas comida de hospital costuma ser tão insossa e carente de tudo...

Conheço famílias em que comem um dente grande, assado, por dia. Quer saber? Alho é ótimo, mas só assim: todo mundo comendo. Ainda mais nessas proporções de um dente inteiro por pessoa...

Faltou dizer, há uma tradição segundo a qual alho ajuda a emagrecer. Aí as mulheres se entopem de cápsulas de alho e acabam enjoadas do estômago.

Acho também que see u fosse dada a usar moxa com cones de gengibre direto na pele- já viram que não sou, e uso mesmo pouca moxa, vezo que peguei com o meu mestre- e o gengibre me faltasse, usaria alho raspado no lgar. Não ficaria tão cheiroso e o paciente sairia dali com cheiro de comida. Mas daria jeito creio.

No mais desculpem a demora, problemas sérios de internet. Só mesmo deixando "a fumaça entar".

sexta-feira, 22 de junho de 2012

solstícios


Solstício de inverno...

Quase já estamos no São João, uma das datas que corresponde à festa de Xangô, orixá da justiça. Meu Deus, haverá o que festejar?

Tinham sido cancelados os festejos na Bahia por conta da seca. A chuva veio e eles foram mantidos. Mantiveram a festa (na Bahia o São João dizem que é mais do que o Carnaval) mas quem é que há de indenizar aos que longe das cidades onde espoucam os fogos, perderam tudo, cono vimos nas imagens? Que festa seria a deles? Isso não é justo. E muitas outras coisas não são, mas esta dói mais, por ser vinculada à data.

No Rio.... muita festa por conta do evento + 20, e poucas decisões. Ótimo montar paisagens e peixes gigantes com garrafinhas, melhor ainda quando tudo isso for reciclado; e melhor seria produzir menos lixo e voltar às garrafas retornáveis, como parece estão começando a fazer mas ainda não vi. Quem mandou eu não encomendar cerveja nem refris... Ideal: não jogar lixo no mato e no rio.
Foram décadas sem orientar aquelas pessoas que sofrem antes de todos os demais, as pessoas da roça. E do morro... lembra do morro do Bumba? foi outro dia! Cidadania, é o que falta, e será que a Rio + 20 vai trazer?

Talvez, no outro solstício, que para o nosso hemisfério e o de verão: com Papai Noel, ou se preferirem, os Reis Magos. É o que eu quero de presente para nós todos... Mas que até lá o Cabiecile ajude... Cauô!

terça-feira, 12 de junho de 2012

mojubá




Salve os Compadres! o dia é deles e o texto também....

Existe, tenho notado nos últimos anos e já mencionei no UMBANDA GIRA! (Pallas Editora) uma correspondência entre Crianças e Compadres. Vem à coroa do médium em duplas macho e fêmea, dançam com dedos apontados, muudando só o ângulo. E existem dois guias, um na gira de Crianças, o outro na gira de Compadres, difíceis de vir e calados quando vem.... o risonho Doum e o Calunga, não rao sorridente também, como se um espelhasse o outro.

Mas como é possível? nas giras tudo se faz para separá-los. Pois é, duas faces de uma só moeda. E agora, em artigo sobre o vodou haitiano, publicado ano passado no Brasil, percebi que tivera razão em dizer o que dissera. No Haiti esse espelhamento é fato reconhecido.

Digo mais: há Comadres que baixam e são quase crianças. E há algumas Crianças que vêm e pelo brilho no olhar já se vê que vieram "traçadas". Continuarei achando que gira de Compadres não é lugar para criança, nem para Crianças. Em princípio... já vi criança débil ser ttrazida para ser rezada por Exu de cuaa. E o jongo carioca não morreu porque contrariando a tradição começaram a pôr crianças na roda para aprender. De certa forma poderíamos dizer que o jongo não morreu por causa disso, porque é inegável que o da Serrinha puxou o interesse pelos demais,. Agora o jongueiro se sente valorizado, há festivais, contato entre diversos grupos dos quatro Estados. de jongo..

Tradição é para ser srespeitada mas evolução é nnatural. Ou ainda haveria cativeiro, poligamia, canibalismo e inúmeras coisas que um dia foram tradição. Sem as crianças, o jongo que pertence aos Compadres não teria sobrevivido no Rio de Janeiro. tenho certeza que as Crianças com C grande fizeram gosto...

E... laroiê Exu. Minha senhora e meu senhor, mojubá!



segunda-feira, 11 de junho de 2012

tempo, tempo, tempo, tempo...



Durante alguns meses preparei o esboço de uma não-ficção sobre antropofagia.

Bom lembrar: antropofagia é comer seres humanos, sendo o devorador humano ou não. Exemplo, tigres antropófagos tomam gosto pela carne humana. E canibalismo, deformação de "Caribe" ao que parece, onde grassava o mesmo, é comer a sua própria espécie. Exemplo, quando obrigaram as vacas a comer ração contendo carne de vaca, o canbalismo lhes provocou a doença de Kreutzfeld-Jacobs.

Aí, durante alguns anos me culpei por não ir aadiante.

Pois tempo é o senhor da razão. O livro de outra pessoa acaba de sair sobre o tema na França (pela Cherche-Midi, creio) Não o recomendo. Primeiro pelo tom jocoso que houveram por bem adotar.Iia dizer "de mau gosto" mas dá lugar a interpretações indesejáveis..

Segundo pelas fotos horripliantes. Pois é. A pior de todas é da fome na Rússia por volta de 1920.

Em suma, não tenho mais a menor vontade de escrever um livro sobre caniibalismo... ou antropofagia.

Mas uma coisa eu creio, inclusive como vegetariana. Se até comer carne não eleva muito as vibrações, o que dirá comer carne humana, e mormente, de forma gastronômica? Dizem que os tupis mantinham o mais alto desprezo pelos "tapuias" (nome que davam aos inimigos) porque comiam carne humana como carne de caça. Os tupis comiam num ritual de magiia, como se sabe.

Não estou longe de dar razão a eles. E nenhum povo que comeu ao viizinho foi bem sucedido. Posso estar simplificando a História. Mas certamente vocês concordariam se vissem o tal livro. O que não escrevi. Graças a Deus!






sábado, 2 de junho de 2012

temperos das Antilhas

(perdoem a formatação sem parágrafos nos anteriores, problema que tento resolver! Os "marcadores" de tema também sumiram pra qeum lê no portal....)
Um casal de doceiros franceses no Rio vende uma coisa chamada "cannelé". 
Tem a ver com especiarias, mas não com canela apesar do nome que se refere a caneluras na fôrma. É que, explica a doceira, antigamente atracavam em Bordéus os navios vindos das Antilhas trazendo rum, açúcar, e os temperos mágicos vindos de lá, canela e baunilha. Baunilha sendo um dos três mais caros do mundo, com açafrão-verdadeiro e cardamomo. As freiras do mosteiro local tinham permissão para catar tudo que sobrasse após descarregar o navio.
Como assim? Pois é, hoje tudo virria empacotado de modo a que nada caísse. mas eram tempos de sacos de aniagem e camundongos também, muitos camundongos e ratazanas; ficavam muitas coisas pelo chão, montinhos de especiarias, de açúcar, às vezes até garrafas de rum, contam, embora não sei como essas teriam caído dos caixotes. As freiras chegavam e varriam delicadamente tudo para dentro dos saquinhos que traziam, peneiravam o açúcar na cozinha do mosteiro, e com os ingredientes locais, farinha, mateiga, ovos, iam desenvolvendo as suas receitas. O "cannelé" foi a que ficou. As forminhas redondas elas mandaram fazer caneladas e fundas para evitar que roubassem a idéia. Até poderia alguém produzir doce parecido, mas copiar as fôrmas era proibido, e assim mantiveram a excluusividade. E o cannelé leva baunilha mas não leva canela, que brigaria com o outro aroma.
Canelada só a ôrma. Há mais de um século, a proibição caiu, certamente retratando a desobediência à lei. O doce é especialidade de lá. E eu o provei aqui...
Tanto baunilha como principalmente a canela são remédios além de temperos. A primeira só ajuda na digestão e eventual inapetência. Já a canela pode ajudar nos males do estômago (usar moderadamente) e mais ainda, por ser muito quemte, em estados gripais e pregripais além de dores de garganta!

sábado, 26 de maio de 2012

sim sinhô

A gente tende a esquecer que ao Brasil chegaram, nos navios negreiros, não apenas praticantes de religiões africanas tradicionais (bem diferentes de Umbanda e candomblé de hoje e algumas de uma violência para nós difícil de imaginar, qualquer que seja o tom de nossa pele) mas também muçulmanos, africanos islamizados; houve até pesquisadore que afirmaram ser o nome de Oxalá derivação da louvação "inch-Allah!". Muitos foram levados para o Recôncavo: foram os hauçás. Aos que ficaram no Rio de Janeiro dava-se geralmente o nome de muçurumis. Muito instruídos e relação aos demais cativos, pois sempre aprendiam a ler para ter acesso ao Alcorão, eram versados também em artes da cura e sabiam trabalhar com ervas. Naturalmente tinham precisado adaptar-se, exatamente como os nigerianos, os bantos e todos os demais, às folhas que encontravam aqui. Umas eram idênticas às que haviam conhecido, outras vinham trazidas d´África pelos próprios cativos ou como encomendas, até pelos mercadores africanos de escravos; algumas os portugueses aclimataram, como o manjericão, e por fim muitas não tinham equivalente e a rica flora local sugeriu alternativas viáveis. Um destes rezadores, que viveu há um século na então capital e foi assiduamente frequentado pelo grande sambista Sinhô, foi pai Assumano Mina do Brasil. O seu sobrado próximo à igreja de Santa Rita não existe mais na Visconde de Itaúna. As janelas ele mantinha fechadas em permanência por conta das ervas, afim de não contaminá-las com as vibrações externas indesejáveis; sem dúvida a igreja vizinha era uma delas. O primeiro cemitério de Pretos Novos já havia sido desativado, em favor do Valongo e depois do morro do Castelo que por então se desmontava. É possível que Assumano soubesse que existira ali quase à sua frente, no atual Largo. O fato é que não permitia abrir janelas. Imaginemos o velho muçulmano, todo de branco, impregnado pelo intenso cheiro de ervas e toda a casa a elas rescendendo. Sinhô não lançava nada sem ir falar com ele. Não deu certo para o músico que faleceu cedo; mas o propósito das consultas eram os sambas. E estes até hoje se cantam!

terça-feira, 15 de maio de 2012

jongando

No primeiro livro da série que o escocês Alexander Mc Call Smith tem sobre o Botswana, creio que não traduzida mas que recomedno a quem lê inglês, aparece a frase seguinte (na boca da detetive principal Mma Ramotswe): - Se chegasse alguém com uma pílula milagrosa e me dissesse "Toma e você vai se tornar uma norteamericana branca" eu recusaria, Não troco por nada ser eu mesma e ser daqui. Décadas antes, em momento pouco inspirado Monteiro Lobato criou um romance onde esta pílula existiu; chama0se o Presidente Negro. Não creio que Mc Call Smith tenha ouvido falar, apesar dos esforços de Lobato para pubçicar o livro nos Estados Unidos. Na festa em homenagem ao Treze de Maio que aconteceu no IPN (PN como Pretos Novos, fica onde era ocemitério destes) representantes dos Filhos de Ghandi cantaram candomblé e Umbanda. O jongo de Barra de Piraí veio dançar. E a respeiro de jongo, a boa notícia é que o jongo do Salgueiro, que não acontecia mais e erigava extinguir-se com as últimas Tias, reviveu e lançou DVD este ano. Salve os Pretos Velhos, a memória dos pretos0novos, e o jongo; haja sempre pés para dançá-lo,vozes para cantá-lo, e que Deus dê força e proteção ao jongueiro novo, pro jongo não se acabar.

domingo, 6 de maio de 2012

Cristalino Na avenida Pasteur do Rio, bairro da Urca, existe um cristal gigante. Quartzo transparente. Nem toda pedra da família do quartzo é. Ouvi dizer que seria quartzo rosa, parece mais branco. A dúvida é porque infelizmente está muuuito sujo, pegando como pega toda a fuligem dos carros (e olha que é uma avewnida arejada que leva a um bairor de óuca poluição. Ah, sim, Não disse, mas a fuligem é porque está exposto ao lado da escadaria do Insituto Geográfico. Aquela dos leões para quem é daqui e olha por onde anda. Está perto da rua por onde passam três linhas de ônibus (não é tanto assim...) mas ainda por cima, o estacionamento do Instituto começa ali. Sempre tem dois carros apontando para o pobre cristal. Limpar? Com todas aquelas "catedrais"?? impossível, e faxina de cristal não se faz com produto de limpeza comprado em supermercado. Ainda assim é uma gema da nossa paisagem e não é qualqer um que repara nela, é prêmio. Ensina o lado ruim das coisas boas, a sujeira que o pobre agüenta para estar à vista. (numa leitura otimista. Se quiser, podemos carregar nas tintas e transformar a frase em algo bem mais amargo.) Para mim pessoalmente, ensina também o lado bom das coisas ruins. Porque eu só vi esse cristal, apesar de ter passado dezenas de vezes na calçada, indo à Praia Vermelha (onde às vezes há samba noturno ao qual às vezes vou) só o vi, repeito, porque precisei ir à Unirio retirar um material que um amigo insistiu que eu pusesse lá, que iria vener e ele divulgar. Não divulgou. Disse que parou de dar aula por lá (mas ouvi dizer o contrário). Acabei indo buscar o que era meu. E aí e só aí, vi a pedra enorme, um tanto velada pela sujeira mas indubitavelmnete um cristal de quartzo transparente, lindo, do tamanho de uma mesa. As duas faces da moeda. Cristalino, não?

quinta-feira, 26 de abril de 2012

finais e recomeços

Todo mundo que gosta de planta viu a notícia. Uma árvore dada por extinta foi "achada" no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Terminalia acuminata, alta e frondosa na foto (não a localizei ainda ao vivo). E parece que com dois "filhotes". Que bom. Mas, pondera uma bióloga da casa, que absurdo. Não foi "achada", eles sabiam que estava lá, isso é sensacionalismo da imprensa. Extinta? Bem, lá dentro ela se reproduziu. Ninguém veio pedir mudas e contar que fora dada por extinta lá fora. Lá dentro eles tem cuidado muito bem.... Seja como for, agora publicamente não está mais extinta. Recomeçou oficialmente! Quero falar de outro recomeço ligado ao reino vegetal. Primeiro explicar o que é maricá: uma planta da família da íris, também chamada "íris brasileira", a única no mundo, creio, que bota muda no meio da folha (uma longa lâmina estreita). As LINDAS flores de três cores, roxo, branco e dourado duram cada uma UM dia, desabrocham durane a noite e na manhã seguinte se retraem para dentro da folha como uma bolinha lilás desmaiado. Pois não é que o botão do manacá principia exatamente igual? mesma cor, mesmo jeito. Esse dura três dias, o primeiro roxo, segundo dia lilás e o terceito branco. É isso mesmo, o manacá (Brunfelsia uniflora) tem flores que mudam de cor; o maricá é que tem flores tricolores. Não são aparentadas nem remitamente parecidas, mas a natureza fez a flore de uma morrer exatamente como a flor da outra brota. Bom recomeço para cada um de nós do que tivermos de melhor!

terça-feira, 17 de abril de 2012

zumbizando

Em algum de seus livros Castañeda equipara um mosquito a um inimigo xamã (para ele um ERA o outro). Da última vez que li, passou um perto de mim a zumbir e achei que tinha a ver com um ex-amigo que me arrumava então encrencas. Parece que tinha de perceber: foi pensar no gajo e o bicho pousar no livro onde, com o inseto, matei a ignorância. Esses bichos, como a maioria dos insetos daninhos, representam carga astral (as conclusões de Castañeda, romanceadas ou não, são as conclusões de Castañeda; eu aqui tenho de falar das minhas). Repito, carga, e não necessariamente um feitiço, pode ser um elefante na comunicação, ódio alheio e por aí vai.
Passando por um momento de alguma adversidade em determinado campo, atravessei um período de muito mosquito, quase um por noite e às vezes dois. Cuidei e sumiram. Outro dia me deitei para inserir as agulhas de acupuntura e apesar da temperatura fresca surgiu um mosquito do nada, feito um bólido, zumbindo agressivamente. Só que eu acordada e eu querendo dormir são coisas distintas. Ia mesmo tratar o ponto na orelha que ajuda a limpar carga astral, e inseri logo aquela agulha. O mosquito que me achava presa fácil e ameaçava pousar alçou vôo e ficou zumbindo um metro e meio acima de mim. Dos males o menor... Inseri as outras agulhas e finalizeí com o ponto que, no pulso da gente, trata a mesma coisa que aquele da orelha. Tem o mesmo nome até e quem for do ramo sabe qual é (ou deveria.). O mosquito? Como num passe de mágica. Desapareceu o zumbido e não fui picada nem de noite.
Ninguém do ramo vai perguntar por que esperei para CONCLUIR com essa agulha em vez de ir logo nesse ponto; mas se você é de outra área e tem dúvidas, imagine pôr as agulhas em você mesmo com outra dependurada do pulso...

terça-feira, 10 de abril de 2012

sete sangrias

Plantas podem ter vários nomes e um nome serve não raro a várias plantas, todo mundo sabe; por esse motivos é tão importante o nome científico. Que para complicar a vida alheia os biólogos volta e meia rearrumam, criando vastas sinonímias científicas e só faltando nos obrigar a apôr na plantinha a placa "antiga Pauciflora gratissima, atual Stultitia hirsuta spp".
Mas o que se pode esquecer ao comparar o pé de verdade com a fotografia por melhor tirada que seja é a proporção. Eu caí nessa não identificando imediatamente um pezinho de sete-sangrias que o vento semeou aqui. Porque na foto cismei que parecia graúda e aqui via miudinha.
Sete-sangrias eu suponho que tenha esse nome por equivaler a sete sangrias; o nome vem do tempo em que se sangrava por dá cá aquela palha, para depurar o corpo. Algumas gotas manando no ponto de acupuntura realmente limpam. Inclusive, às vezes se pode querer provocar. Mas seguimos falando de umas gotas, não de meia bacia como se fazia. Provavelmente acabariam por deixar as pessoas anêmicas.
Não sei exlicar como a gente sabe, olhando, que aquela folha é "forte", de cura, de santo ou ambas coisas, até sem identificar. Assim me aconteceu muitas vezes e assim foi com a sete-sangrias. Assim canalizaram e canalizam os fundadores de linhas florais ao ver florido o pé.
Depois que comecei a pesquisar e perguntar afim de identificá-la, a plantinha cresceu e se pôs verde esmeralda. Foi nessa hora que percebi que era a mesma do livro. Cuphea racemosa, variante de Cuphea balsamona/divaricata/carthaginensis e muuuuitos nomes ainda, com ou sem Cuphea.... Ambas naturais daqui.
Banhos, compressas e chás, e ingestão de algumas folhinhas puras para pressão alta, algumas doenças venéreas, tosse e problemas cutâneos principalmente.
Pertence assim sendo a Omolu, que cuida da saúde em geral e da pele em particular; chegou de volta ao fim do período da Quaresma Que a plantinha possa lhe agradar! Ah toto!

domingo, 1 de abril de 2012

é pau é pedra..

As águas de março começam a dar o ar de sua graça, mas aos pouquinhos.. Como tantas vezes na música, a gente não sabe quem veio primeiro, mas suspeito que o lindo "Águas de Março" é que deriva de um ponto de Caboclo ("é pau, é pedra, é peixe miúdo")
Pau e pedra não desce só na enxurrada. Pode curar, dependendo. Muitas cascas são medicinais. E os cristais então?
O que está em minha cabeça ao escrever é uma moça que vem ficando cada vez mais rouca, afônica na verdade, e não era. Agora diz que a voz é mesmo assim. E não era. O que é bom para garganta? Mel, limão, gengibre, hortelã, casca de romã e até chá de casca de cebola. Quase todo mundo sabe. Mas nada disso vai curar um estado crônico.
Além da acupuntura, o que mais há? logicamente ninguém vai espetar agulha na garganta de ninguém. Há pontos distantes, na mão por exemplo, e os pontos da garganta reagem às mil maravilhas com sementes ou esferas (muita maldade posicionar agulhinha fixa por menor que seja...)
Mas eu comecei falando de cristais.
Então, o chacra correspondente á garganta vibra na cor azul médio, azul esverdeado.
Sentindo-se afônico, tome um banho e faça uma sessão de cristaloterapia com pedras azuis. Ou use colar dessas pedras, ou colar de hematita que apesar de NÃO corresponder a esse chacra cura quase tudo que for só físico (afonia persistente pode não ser).
Claro que não é comprar ou ganhar e usar. É preciso lavar primeiro, e depois de cada uso no caso das pedras soltas. Banho de mar seguido por enxágüe rápido, banho de chuva em vasilha de barro, louça ou vidro, banho de lua em água comum...
Cada um escolhe o que melhor lhe parece e vale a tentativa e erro também. Em caso de colar lave pelo menos toda semana de alguma forma descrita acima.
E mais uma coisa, se a afonia deriva da pessoa não estar conseguindo dizer o que precisa por exemplo num relacionamento, aventurina verde-azulada também ajuda muitíssimo.
E pra não dzer que não falei das flores, é evidente: florais poderão por si só resolver.

quinta-feira, 22 de março de 2012

para que lavar roupa com meu nome?

Como sou médium, qualquer ruído na comunicação, os eletrônicos dão problema (conheci dois em momentos distintos, um homem, uma mulher, que nem podiam usar computador. O meu primeiro desconfigurava toda hora, o técnico dizia que queria ter uma filmadora ou ninguém acreditaria contando.
(Aliás devo dizer que um simples eletrodoméstico resolveu se auto-promover a essa categoria mais sensível; um dos 3 aspiradores parou de funcionar enquanto eu não entendia de que se tratava e voltou assim que comecei a cuidar...)
Mas o fato é que o sonzinho tipo "bola"que sempre reagia com maior ou menor chiado em determinados momentos, morreu de vez (ou estará em catalepsia?) Para mim não poder ouvir meia hora diária que seja de música e isso há 2-3 semanas não é agradável claro, mas o que vem ao caso é que inspirada por boas mexidas no campo editorial voltei a escrever. Não posso falar do tema mas tem a ver com melodias; como se a música que não posso ouvir tocasse então no papel.. digo na telinha...
Interações energéticas como a toda hora ocorrem para quem sabe vê-las.
Ah, o título é homenagem a um jongo que adoro e infelizmente não está gravado. Então até com o sonzinho....

quarta-feira, 14 de março de 2012

semeando...

Quase todo mundo sabe que opção às agulhas, que assustam algumas pessoas, e irritam outras com síndrome de impaciência, que não suportam ficarem sentadas vinte minutos (conheci duas ou três pessoas assim, uma delas minha prima... você mesma, coração...) quase todo mundo sabe que as esferas de aço ou as sementinhas são alternativas, e nesse caso melhor usá-las na acupuntura auricular, um sistema completo e fortíssimo.
(Bom, a prima também não gosta, porque diz que a orelha fica com aspecto de sujo com aquelas coisinhas pregadas...)
Vi a auricular curar coisas que a sistêmica não cura: dor no joelho ENERGÉTICA em vez de física é o exemplo clássico.
Mas vim hoje aqui pra falar foi das sementes. Há quem diga sentir uma diferença em favor delas, comparando com as esferas de aço ("sente uma energia boa!" dizem) mas não se assuste que as mini-bolas de aço curar, curam igual viu!
São sempre de mostarda e lhes tenho um afeto especial, tendo curado com elas e através do oceano virtual e Atlântico também, a mastite de pessoa muito próxima e preservado em conseqüência a amamentação idem.
Ou seja, com algum tipo de esparadrapo e sementinhas compradas em loja de natural, mesmo longe da base você pode dar uma forcinha a você mesmo...
Agora, essas coisas que há no mundo: num romance bem ruinzinho que troquei de volta no sebo depois (a capa prometia...) li que semente de mostarda -além de ser comestível- dissolve ou ajuda a dissolver energia externa ruim. É jogar no chão e comer um punhado. Como qualquer coisa de magia não se apoie 100% na muleta... batalhe tudo o mais que estiver relacionado. A semente é complemento apenas. Mas quem vai desprezar? Eu? de jeito nenhum....

sábado, 3 de março de 2012

gatos florais

Encomendei florais para uso de casa, a solução-estoque de onde se puxam gotas para as fórmulas individuais. Estou bem satisfeita com o novo fornecedor, por isso me surpreendi quando tocou o interfone e o gato mais velho, incomôda "herança" da minha filha e que costuma dar trabalho, se pôs a miar feito um louco: e definitivamente não eram boas-vindas.
Como o entregador era diferente desta vez, e se apresentava carrancudo, pensei com desagrado que o motivo poderia ser ele, apesar de jovem e bem apessoado. Vai ver, não gosta de gatos ou tinha algum podre em sua vida. Gatos são hipersensíveis.
A encomenda vem lacradíssima; até eu abrir já se fora embora o rapaz. Não é que faltava um frasco? Eu pagara três e haviam deixado dois.
Ontem o mesmo rapaz entregou o que faltava. Tudo certo então. Fiquei atenta à reação do gato: no mesmo lugar que da vez anterior, seguia dormindo inocentemente.
O entregador desta vez estava todo sorrisos por sinal. Mas não era isso. Descobri que gatos sabem fazer conta, sem ver o que contam....

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

os tambores da Quaresma

Até poucos anos não se permitiam blocos após o início da Quaresma. O carioca sempre foi irreverente e havia o Bloco da Cremação, quarta-feira de Cinzas, simpática agremiação que (salvo engano) pelo ano 1990 a Cúria conseguiu que proibissem.
Mas de uns tempos para cá há blocos da quinta-feira em diante até o domingo seguinte; é verdade que sempre existiu tolerância para o Desfile das Campeãs, mas este se limitava à passarela e nunca teve o brilho do desfile real. Choca-me um pouco o carnaval fora de hora pipocan na rua, parece-me falta de respeito com a Quaresma, mas quem sou eu para reclamar se a Cúria Metropolitana acha bom...
Não sairei em nenhum deles e não sou de ir a bloco algum (a não ser o Sargento Pimenta, esse ano fui conhecer e amei, mas é um que "concentra mas não sai"....) O que faço no carnaval quando me decido a encará-lo, eu gosto de fazer o ano inteiro, cantar samba de roda, beijar na boca, rir com amigos; o que não faço no carnaval não faço nunca (jogar lixo na rua, ficar de porre, e mesmo tomar cerveja, que abomino) Tomei uma caipirinha saudando Momo na noite de sexta e o resto só água e mate, nem saí todos os dias.
Se as pessoas tomaram demais não sei e é com elas, mas notei no Rio um início de preocupação com o lixo. Houve blocos que haviam feito prévio contato com cooperativas de catadores para recolher ventarolas de papelão, latas, copos plásticos logo depois. Que façam escola...
Acrescemto que existe um copo descartável agora inteiramente reciclado e EM FORMA DE ENVELOPE produzido em SP e já encontrado no Rio, pode ser reutilizado e não gera aquele horrível ruído e estalar quando se guarda "para tomar mais água logo mais".
Será que haverá micareta? vocês sabem que a palavra vem de "mi-carême", meio da Quaresma, em francês? Num tempo em que essa era respeitada e a repressão durava o ano inteiro...

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

xarope

Na farmácia, onde eu recarregava o celular (só entro lá para isso, e comprar xampu) a mãe de roupa de ginástica, decidida, uns 30 anos, pedia ao balconista um xarope "bem baratinho" para crianças.
Já estremeci de horror. Mas estava na fila do caixa e tinha de seguir ouvindo.
- Quantos anos? - quis saber o rapaz.
- Dois pra três. Bem baratinho!-
O outro ponto importante era o sabor e a cor. Não lembro das frutas que o pirralho gostava (em sua forma sintética) mas parece que manga não era uma delas. Acho que a moça escolheu sabor morango (bem vermelho, com aqueles corantes duvidosos)...
Quando paguei ela ainda estava lá, porque queria que o remédio encaixasse na faixa ds cinco reais, façanha cada vez mais dificil para qualquer compra. Mas como se formara um nó de balconistas e ela falava alto, arrisquei, - Faz ele tomar bastante água...-
- Ele toma! só que um xaropinho.... tá com tosse de cachorro e asma há dez dias.
Pelo menos água ela dava... Seria leviano da minha parte receitar crianças alheias que nem estou vendo. Mas a seleção pela "faixa dos cinco" e do sabor de morango artificial (tinha de ser "bem forte"para disfarçar) me parece igualmente atabalhoada.
Não raro pais querem, louvavelemente, que os filhos pequenos tomem florais; e asma é um carro-chefe. Mas não se pode tratar criança pequena sem tratar os responsáveis, e no caso da asma então... Esses pais geralmente então se fecham e desistem da idéia. Talvez a moça da farmácia tenha começado pedindo a alguém um floral "bem baratinho".
Mas, pelo menos, dava água ao menino, então que seus pecados lhe sejam perdoados e corrigidos a tempo, até porque todos erramos o tempo inteiro...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

não negue

Uma das gatas, a Mia, se recusa a aceitar que gato come peixe, ração, comidinhas frescas de gato e mais nada; adora iogurte de laranja e mel (os gatos daqui apreciam ou apreciaram de cenoura e manga a fruta-de-conde e doce de batata) mas quando o colega apareceu também e eu tive a má idéia de ficar servindo os dois lado a lado ela virou a cara, negando que estivesse ali, e só "regressou" no final com a colher derradeira servida diretamente a ela (sobrou algum iogurte paa mim nessa história).
Negar é especialidade dela; ainda pequena, se fazia alguma bobagem e era repreendida, virava a cara e escondia o perfil atrás da perna de um móvel: maneira clara de dizer que ao pé da letra não estava nem aí. Só quando a pessoa desistia, ela "voltava".
Se negar pode ser engraçado num gato, em pessoas é muito destrutivo. Inibe o crescimento energético quando não espiritual também, mantém não raro a pessoa em situações de que já devia ter saído; pode causar problemas físicos, sinais de alerta como inchaços, edemas, rubores, dores, espinhas e outros.
Florais ajudam nisso. Não conhecendo eu todas as MUITÍSSIMAS linhas de floral usadas no mundo (as pessoas que nunca tomaram acham que só existem "florais de Bach"....) pode muito bem ser que, apesar da minha ignorância, como há essências distintas para os distintos tipos de medo, de raiva, etc, no Brasil ou fora dele se tenham descoberto flores para diferentes tipos de negação. Mas se assim for não sei quais: o sistema de Bach e o ssitema de Minas possuem uma essência cada um, respectivamente Agrimony e Fuchsia.
Qualquer que seja a terapia usada, enfrente e corrija em seu caminhar o que se fizer preciso: ao contrário da que vos escreve, a vida não fica de colher na mão lhe servindo iogurte para alentar o seu ego.

domingo, 29 de janeiro de 2012

microcosmos

Com o ano novo lunar que rege o feng Shui, os praticantes adaptam as "curas" á nova realidade. O ideal é tratar as "estrelas" permanentes e as anuais, que sempre estão mais fortes. Na impossibilidade de fazer ambos porque não se teve acesso a quem soubesse explicar, tratar um só já adianta. (Refiro-me sempre à escola tradicional dita das Estrelas Voadoras. A modalidade "californiana" do Chapéu preto é muito gostosa de fazer e pouco funciona. Como expliquei a uma cliente, não há motivos para não procurar coisas bonitas e se divertir também nas Estrelas: ela havia usado, baseada em conselhos de outra pessoa, fôrmas de vidro refratário rasas para as Águas da Paz, o que além de feio é ineficaz, os vidros precisam ser fundos; e podem ser decorativos...)
Quando não dá pra fazer nada do que vai acima porque você não tem acesso a um profissional, mantenha tudo muito arrumado, sem entulhos, e evite badulaques decorativos que gerem movimento (como fontes decorativas; pessoalmente implico com elas por causa da juxtaposição da água e da eletricidade. Feng Shui é Água e Vento, não água e energia elétrica...). E tudo que der para realizar em varanda ou sacada, prefira, porque um espaço aberto ou semi-aberto é neutro em termos de Feng Shui (varanda envidraçada não é neutra).
E se tiver como repor energia para a Mãe Terra ou em sua casa ou fora dela, faça-o. Canteiro de rua está valendo. A catástrofe que nos arrasou no Rio se deve á ganância humana, e o prédio que ruiu (arrastando outros dois que nada tinham com a história) simboliza bem o que espera a espécie humana se persistir em pôr PIBs e que tais à frente da prservação, o "desenvolvimento" à frente da ecologia. Tiraram tanto, mas tanto, do famigerado prédio, depois de lhe terem erguido o que não deviam onde não deviam, tudo pela cobiça do lucro, que lá se foi, levando vidas.
Que o ano lunar traga mais consciência.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

quando a hora é chegada o burro camba sem querer

Saudando o dia 20 de janeiro, quando reabrem os terreiros após o recesso natalino, e ainda a São Benedito, a todas as folhas e às vibrações, quero compartilhar a surpresa que tive ao reler MACUNAÍMA, de Mário de Andrade. Um dos prediletos da adolescência, relido várias vezes depois; recentemente temia abri-lo e me decepcionar. Pois reli e além de continuar vivo e próximo, (re)descobri que o capítulo Sete, apropriadamente chamado "Macumba" em toda singeleza, nos traz a descrição de um batuque- não convém dizer "gira" no caso- na casa de Tia Ciata. Há um lista extensa de freqüentadores famosos inclusive Manuel Bandeira; não lembro se estava também Sinhô cujas letras refletem a sua fé (a citação lá e cima é dele)
O relato pormenorizado demonstra o que sempre digo e escrevo, havia UMA FORMA de Umbanda antes da Umbanda nascer oficialmente (é certo que esse nascimento foi por volta do batuque relatado). Aquelas entidades todas, como o Boto Tucuxi, não acabavam de nascer e inclusive nada tinham a ver com o Caboclo das Sete Encruzilhadas e a sua rosa branca. À meia-noite acontecia o que ainda acontece em certos terreiros e chamamos de "virar a gira', bate-se para Exu (a maioria hoje acaba trabalhando noutros horários para os Compadres).
Bem, nesse conturbado presente, as folhas deram um belo recado. Árvore adotada e mutilada dias antes do Natal por um caminhão-cegonha desgovernado está rebrotando inteira do lado machucado. É uma mutamba, não parece ter uso medicinal mas que linda vibração. Algum uso de fitoterapia porém terá ainda que não figure nem no Lorenzi nem no "Ewé Orixá"; pois a gata devora as folhas, já secas, que trouxe para casa após o acidente. Ensinando a mim e a todos!
Ewé assá, as folhas dão jeito; e como diziam no batuque da Tia Ciata, Vamos saravá!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

ornitologia...

ORNITOLOGIA

Tornando o angular redondo
gira a gata triunfante
gorda e branca como a Lua
resmungando feito pombo.
Esbelta, a gata miúda,
tolerando a invasão
por serem de igual pêlo
contempla séria e se cala
na projeção vertical
do enfeite que não faz falta,
pois as gatas valem mais:
o pingüim de geladeira.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

as águas de oxalá

A virada verde ecológica da Prefeitura não funcionou, no sentido de haver bem mais lixo do que de costume (ainda bem mais). Faltou cidadania e todos têm culpa, turistas, governantes e cariocas que tinham de dar o exemplo....
creio que o costume de receber o ano alcoolizado não ajuda. Agora é aguardar a promessa oficial de plantar "umas arvorezinhas" pra compensar os fogos verdes tóxicos qe a chuva deixou cor de chumbo...
Falando de cores...
A roupa branca da virada é influência da Umbanda nos costumes, assim como o hábito de levar palmas de santa rita às águas; inclusive é triste ver alguns que atiram as flores de longe, em vez de entrar n´água respeitosamente e esperar a onda certa. Aquela, que carregue a oferenda embora.
Quem apanha água do mar deve fazê-lo na vazante (assim que a preamar acaba; há duas marés por dia e nem todos os pescadores de hoje, principalmente alcoolizados na comemoração de fim de ano, conhecem os horários. Ontem no que seria a preamar- o momento correspondente à mortágua que encerra a vazante, em que o mar não parece crescer nem baixar- veio uma onda grande e me assustei, pensando ter errado o cálculo feito com base na informação do jornal, mas acabei tendo razão eu e não o membro da Colônia de Pescadores, pois após aquela demonstração de força, a maré começou a baixar e apanhei o meu boião d´água, de boca bem larga para pode colher água a favor das ondas e não contra.
O ano é de Oxalá, e Ele optou por iniciá-lo com chuva que acalmasse os ânimos. Que a Sua paz esteja com cada um de nós e dentro de nós, que o caminho da Umbanda se faça pela paz.
Harmonia e luz.